O nome do pé de acerola (Malpighia punicifolia L.) é quase um trava-línguas, mas fique tranquilo: a aceroleira não é tão difícil de cuidar quanto é de falar.
Pelo menos não no Brasil, que é considerado o maior produtor, consumidor e exportador mundial de acerola.
Saiba tudo sobre os principais cuidados com o pé de acerola a partir das dúvidas mais comuns sobre o cultivo dessa fruta riquíssima em vitamina C (cujo teor chega a 100 vezes o da laranja, por exemplo).
1. Quando plantar acerola?
A melhor época para plantar acerola é no início do período chuvoso, pois assim você pode aproveitar ao máximo a água da chuva.
Entretanto, com qualquer método de irrigação, é possível plantar acerola o ano todo.
Só tome os seguintes cuidados na hora do plantio: plante em um dia nublado e escolha mudas de 30 a 40 cm de altura, com cerca de 4 a 6 meses de idade. Além disso, amarre um tutor com mais ou menos 80 cm de altura, para evitar o tombamento.
2.O pé de acerola gosta de água?
De modo geral, a resposta é sim. A acerola cresce e produz melhor quando as chuvas variam entre 1200 e 1600 mm anuais, desde que bem distribuídos.
Se o índice pluviométrico for menor que 1000 mm, é necessário implantar um sistema de irrigação.
Isso porque a água é essencial para uma colheita de acerolas doces e bem desenvolvidas, com alto teor de vitamina C, que é o que se espera para uma boa produção.
Mas o excesso, como chuvas acima de 1600 mm anuais, também pode ser prejudicial.
Sabe por quê? Porque ele provoca a formação de frutos aguados, com menores teores de açúcares. E o pior: também favorece a ocorrência de doenças.
Além disso, chuvas muito fortes no período da floração podem ainda provocar a queda das flores e até impedir a visita de agentes polinizadores.
3.O pé de acerola gosta de sol ou de sombra?
O pé de acerola gosta de sol pleno, pois a incidência de sol é importantíssima para a produção de vitamina C, já que a luz é fonte de energia para a fotossíntese.
Quanto ao clima, saiba que a aceroleira se desenvolve muito bem em clima tropical e subtropical.
Embora seja resistente a temperaturas próximas a zero grau centígrados, a temperatura ideal para uma boa produção é a que varia de 15°C a 32°C, com média de 27° C.
4. Quanto tempo o pé de acerola leva para começar a produzir?
Embora a incidência de chuvas e/ou a irrigação possa acelerar o processo, o tempo de frutificação da aceroleira depende principalmente da forma de propagação, que pode ser por sementes, por estaquia ou por enxertia.
Portanto, se você fizer o plantio do pé de acerola com sementes, ele vai demorar mais para produzir, levando cerca de 2 anos para dar a primeira carga.
Mas se você fizer o plantio por estaquia ou por enxertia, esse tempo vai ser bem menor, cerca de 5 a 12 meses após o plantio em local definitivo.
A borbulhia de placa em janela aberta e a garfagem no topo em fenda cheia são os métodos de enxertia mais utilizados para a propagação de acerola. Clique aqui e saiba como fazer enxerto de plantas.
5. Como podar pé de acerola?
Após o pegamento da muda, ou seja, depois que os brotos novos saírem, você já deve começar a fazer as podas de formação, retirando os brotos laterais, para conduzir a planta em haste única até a altura de 50 cm a 60 cm do solo.
Daí em diante, você vai precisar orientar a brotação de três a quatro ramos bem localizados e distribuídos. Esses ramos vão formar a estrutura básica da copa.
E quando a haste principal alcançar aproximadamente 50 cm a 60 cm de altura (1 m a 1,20 m do solo), faça o desponte, com o objetivo de diminuir a sua dominância apical sobre os ramos principais. Depois, deixe a copa formar-se à vontade.
Entretanto, nesse período, faça o seguinte: elimine periodicamente os ramos ladrões e mal localizados nas 3 ou 4 pernadas ou galhos principais escolhidos.
Elimine também as brotações que se dirigem para baixo, ou surgidas a partir dos 3 ou 4 ramos principais.
Por fim, elimine ainda as brotações que surgem nas pernadas ou nos ramos principais até 10 cm a partir do tronco, especialmente aquelas voltadas para o interior da copa. Isso possibilita a formação de uma copa mais aberta e arejada no centro.
Essa ventilação vai evitar a proliferação de doenças, como as doenças fúngicas. Mas se, mesmo assim, se elas aparecerem, utilize uma receita natural para combatê-las. Clique aqui e receba grátis.
6. Como eliminar o pulgão do pé de acerola?
Uma praga comum no cultivo de acerola é o temido pulgão.
Ao sugar a parte final dos ramos do pé de acerola, ele provoca o seu murchamento e morte, o que força a planta a gerar brotos laterais. É comum também o ataque a flores e frutos em formação, prejudicando a produtividade geral.
E, para piorar, esse inseto produz uma substância adocicada, conhecida como “mela”. Essa substância, por sua vez, favorece o aparecimento de formigas e de fungos conhecidos como “fumagina”, que cobrem os tecidos, atrapalhando assim o processo de fotossíntese.
Uma maneira simples e eficiente para capturar pulgões é por meio de armadilhas adesivas, que podem ser feitas com materiais de fácil acesso, como cartolina e garrafa PET. Clique aqui e saiba como confeccioná-las.
Mas se você já notou que a infestação está alta, vale a pena utilizar um inseticida natural. Clique aqui e receba grátis uma receita caseira que também serve para cochonilhas.
7. Como melhorar a produção de acerola?
Além de todos os cuidados que vimos, o que faz a diferença no real aumento da produtividade do pé de acerola é a adubação.
E a acerola responde bem ao adubo orgânico. Faça uma primeira adubação por ocasião do plantio e, depois, uma por ano, em cobertura, sob a projeção da copa na fase de produção. Nessas ocasiões, use 20 litros por planta de esterco bem curtido.
Se você quer acerolas mais doces e com alto teor de vitamina C, complemente ainda com fertilizantes de qualidade. De preferência, use um bioestimulante enraizador, que é muito eficiente neste papel.
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Referências
A cultura da acerola. Coleção Plantar. Embrapa Informação Tecnológica. Brasília, 2012.
Cultivos: acerola. Embrapa Mandioca e Fruticultura
Instruções para o cultivo da acerola. Circular Técnica n°6. Embrapa. Aracaju, 1996