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Enxerto de plantas: como fazer


Você já ouviu falar em enxerto de plantas, mas não tem ideia de como fazer isso?

Vamos te mostrar que é mais simples do que parece. Confira o nosso guia com passo a passo e fotos para você tirar todas as dúvidas.

O que é enxerto de plantas?

Antes de começar, melhor saber exatamente do que se trata, não é mesmo? 

O enxerto de plantas ou enxertia é a associação entre duas partes de diferentes plantas que continuam seu crescimento como um ser único. 

Uma das plantas é chamada de cavalo ou porta-enxerto, que é a parte de baixo, que tem raízes. E ela geralmente é obtida por meio de sementes.

Já a outra é chamada de cavaleiro ou enxerto, que é a planta nobre que se quer reproduzir. Ela forma a copa e frutifica. Essa parte geralmente é obtida por meio de ramos da planta-mãe.

Vantagens

Afinal, para que fazer enxerto? Por que vale a pena juntar partes de duas plantas diferentes? 

Há, pelo menos, 7 respostas para essas perguntas. Veja quais são os principais motivos para fazer enxerto de plantas:

  1. Precocidade na produção (transferência de maturidade);
  2. Redução no porte da planta (facilita tratos culturais);
  3. Viabilizar cultivo de espécies ou variedades suscetíveis a doenças;
  4. Assegurar/expandir características desejáveis segregadas por mutações naturais ou induzidas;
  5. Preservar/multiplicar variedades nobres (em qualidade e produtividade);
  6. Caráter ornamental ou exótico (floricultura, ou planta multivarietal);
  7. Estudos ou testes de indexação (demonstração da presença) de viroses.

Tipos de enxerto de plantas

Há dois tipos principais de enxerto de plantas: a borbulhia ou escudagem e a garfagem

Dentro dessas categorias, existem métodos específicos de se fazer a chamada enxertia. 

E os métodos mais utilizados na borbulhia são:

enxerto t invertido
Ilustração: Embrapa
borbulhia de placa
Ilustração: Embrapa
  • Forket modificado
Ilustração: Embrapa

Já em garfagem, os métodos mais utilizados são:

garfagem de topo de fenda cheia
Ilustração: Embrapa
  • Garfagem lateral;
garfagem lateral
Ilustração: Embrapa
  • Inglês simples
ingles simples
Ilustração: inglês simples

Como fazer enxerto de plantas

Dentre os métodos de enxerto de plantas que vimos, há 3 que são mais utilizados: o “T” invertido, o Forket verdadeiro e a garfagem de topo de fenda cheia.

Veja o passo a passo de cada um deles:

“T” invertido

O “T” invertido é o método de enxertia mais utilizado em citros.

Para realizar a enxertia, você deve primeiramente separar uma muda que servirá de cavalo e um ramo da espécie nobre a ser propagada, que servirá de enxerto.

Para isso, saiba que as espécies mais usadas para cavalo são: limão Cravo, Poncirus trifoliata, limão Volkameriano, limão Rugoso da Flórida e tangerina Cleópatra.

E o cavalo deve ter a espessura de um lápis, porte que é alcançado em mudas com 6 a 12 meses de idade. 

Então é hora de colocar a mão na massa:

Primeiro, com o cavalo nesta condição, você vai verificar se está “soltando a casca”.

Depois, com a ponta do canivete, faça um corte superficial de uns 3-4 cm de baixo para cima.

Em seguida,  pela base, faça um corte horizontal (de 0,5 a 1,0 cm) formando o chamado “T” invertido. E, com a ponta do canivete, levante a casca, para fazer uma abertura.

Então pegue o ramo da planta que será propagada e faça um corte firme, destacando uma plaquinha de uns 3 cm contendo a gema.

Aí você introduz essa plaquinha no “T” invertido assinalado no cavalo.

Depois de bem disposta no cavalo, faça um revestimento com um fitilho plástico.

Em torno de 20 dias após a enxertia, retire o fitilho. E aguarde mais alguns dias para que a gema confirme a brotação.

Por fim, corte o cavalo a uns 3 cm acima do ponto de enxertia. 

Forket Verdadeiro

O forket verdadeiro também é chamado de janela aberta, placa ou escudo. Ele é mais utilizado nas seguintes culturas: cupuaçu, castanha, seringueira, cacau, manga, entre outras.

Na borbulhia de placa (é muito comum encontrar esse termo), você vai precisar pegar uma muda “pé-franco” (com a idade e o porte ideal a ser usado como cavalo). 

Embora a idade da muda varie, de acordo com a cultura a ser propagada, essa idade dificilmente será menor que 1 ano.

Como na técnica do “T” invertido, primeiro verifique se a casca está soltando.

Depois, com a ajuda de um canivete, faça duas incisões verticais de 3 a 5 cm de comprimento, afastados por espaço de 0,75 a 1,0 cm. 

Pela base destas incisões, faça um corte horizontal, ligando-as, a cerca de 20 cm do coleto.

Em seguida, com um ramo destacado da planta matriz  já à mão, com um corte firme, destaque a plaquinha retangular (contendo a gema) do tamanho do retângulo riscado no cavalo; 

Faça os ajustes necessários e introduza a placa do enxerto no cavalo, levantando a casca que ficou “pendurada” por conta do corte.

Para um melhor encaixe, faça o corte horizontal do último lado (superior) do retângulo, delimitado na casca do cavalo  um pouco abaixo da junção cavalo-cavaleiro, de modo a deixar uma pequena lígula.

Para finalizar, use um fitilho transparente para revestir e amarrar o enxerto.

Em torno de 20 dias após a enxertia, retire o fitilho. E aguarde mais alguns dias para que a gema confirme a brotação.

Garfagem de topo de fenda cheia

A prática de garfagem de topo é a mais simples entre os métodos de garfagem.

E você vai começar escolhendo os ponteiros da planta nobre a ser reproduzida. O ponteiro ou garfo deve ter de 8 a 10 cm de comprimento e espessura (diâmetro) semelhante a do cavalo.

Então você vai precisar retirá-la com o auxílio de uma tesoura de poda (usada também para eliminar as folhas), um pouco acima da base do pecíolo, deixando apenas as folhinhas do ápice caulinar. 

Em seguida, no viveiro, pegue a muda a ser usada como cavalo e corte-a a uns 2 a 3 cm do topo. 

Depois abra uma fenda, fazendo um corte vertical no caule do cavalo.

Então pegue o ponteiro da planta nobre que foi preparado, e faça uma cunha ou bico de gaita do tamanho da fenda aberta no cavalo. 

Para isso, corte o ramo em bisel nos dois lados, na ponta onde recebeu o corte que o destacou da planta-mãe.

Insira o cavaleiro ao cavalo, sempre tomando cuidado para que eles fiquem com as cascas em pelo menos um lado perfeitamente ajustados. 

Em seguida, faça o amarrio com um fitilho transparente.

Por fim, pegue uma sacolinha também de plástico transparente e improvise uma câmara úmida para melhorar as chances de pegamento do enxerto.

De 20 a 30 dias depois de feita a enxertia, retire o saquinho e o fitilho plástico.

Caso o ponteiro permaneça verde, há indício do processo de formação do “calo”. Isso significa que o enxerto está pegando. 

Fotos de enxerto de plantas

Acompanhe a nossa seleção de fotos com a descrição de enxertia de diversas plantas:

1. Enxerto de manga: garfagem 

enxerto de plantas manga
1. Retire o topo do porta-enxerto.
enxerto manga
2. Faça um corte em fenda no porta-enxerto.
enxerto manga
3. Faça um corte em fenda no enxerto.
muda enxertada de manga
4. Una o enxerto ao porta-enxerto.
muda de manga
5. Segure firme no encaixe entre as plantas.
enxertia de manga
6. Amarre um fitilho plástico.
enxerto de manga garfagem
7. Verifique a fixação.
manga enxerto
8. Proteja a muda enxertada com um saco plástico. Fotos: Nelson Fonseca/ Embrapa

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2. Enxerto de cupuaçu: borbulhia em placa

enxerto cupuacu
1. Corte as folhas do enxerto.
enxerto de plantas cupuacu
2. Corte uma placa que contenha a gema.
muda de cupuacu
3. Levante a casca do porta-enxerto.
enxerto cupuacu
4. Encaixe a placa.
enxerto de plantas cupuacu
5. Corte a casca “extra” do porta-enxerto.
cupuacu muda enxertada
6. Amarre o enxerto com um fitilho.
enxerto de cupuacu
7. Finalize com um saco plástico.
muda enxerto de plantas
8. Aguarde 20 dias.
enxerto cupuacu
9. Corte o topo do porta-enxerto.
enxerto cupuacu
10. Assim, a muda se formará.

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3. Enxerto de uva: enxertia verde (garfagem)

enxerto de uva
1. Corte o topo do porta-enxerto.
2. Corte o porta-enxerto em fenda.
enxerto de plantas uva
3. Insira o enxerto.
enxerto em videira
4. Proteja com um fitilho plástico.

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Referências

Enxertia em fruteiras. Recomendações técnicas 92. Embrapa Rondônia. Porto Velho, 2005