Está pensando em instalar um sistema de hidroponia e não sabe por onde começar? Quer atender um mercado cada vez mais exigente em praticidade? Então nos acompanhe! Este texto foi pensado para você, que sabe que estar sempre atualizado é o caminho para uma agricultura de sucesso.
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Neste conteúdo, você terá acesso aos seguintes temas:
Hidroponia no Brasil e no mundo
Principais sistemas hidropônicos
- Sistema de pavio (wick sistem)
- Sistema flutuante (floating)
- Sistema de subirrigação
- Sistema NFT (Nutrient Film Technique)
- Sistema de gotejamento
- Aeroponia
- Qual o sistema hidropônico mais usado no Brasil?
- Escolha a cultura
- Escolha a localização
- Infraestrutura
- Por que a hidroponia é feita em estufas?
- Qual o melhor modelo de estufa para a hidroponia?
- Equipamentos
- Quanto custa montar uma hidroponia?
Formação de mudas na hidroponia
- Como fazer a solução nutritiva
- Temperatura
- Oxigênio
- Nível da solução nutritiva
- Ajuste do pH
- Condutividade elétrica
Doenças e pragas na hidroponia
Como ter uma hidroponia de sucesso
Entenda o que é hidroponia
O que é?
Se você considerar a origem da palavra (hydro = água e ponos = trabalho), vai deduzir que hidroponia é o trabalho ou o cultivo direto na água, certo? Mas não é bem assim. Embora o uso da água seja essencial, a hidroponia é basicamente uma técnica de cultivo sem a necessidade de terra.
Em algumas variações dos sistemas de hidroponia, são utilizados como base meios inorgânicos, como lã de rocha e areia, ou então meios orgânicos, como serragem e fibra de coco.
Qual a diferença entre horta convencional e hidropônica?
A partir do que vimos, fica fácil entender que a principal diferença entre uma horta convencional e uma horta hidropônica é o meio onde ela é sustentada e produzida. Enquanto a horta convencional é cultivada diretamente na terra, a horta hidropônica é cultivada em um sistema suspenso em ambiente protegido.
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O que pode ser cultivado?
Acertou quem disse alface, mas o cultivo de produtos hidropônicos vai bem mais além. Muitas plantas de porte pequeno podem ser cultivadas por essa técnica, sendo mais comuns no Brasil todo o tipo de hortaliça folhosa, além de tomate, abobrinha, pimentão, pepino, morango, melão e também plantas ornamentais, como crisântemos, rosas e gladíolos. Há ainda a produção de forrageiras para nutrição animal, como milho, sorgo e cevada.
Hidroponia no Brasil e no mundo
Você sabia que a NASA utiliza a hidroponia para cultivar hortaliças em viagens espaciais longas? Só por isso já dá para imaginar que essa é uma técnica bastante difundida nos Estados Unidos. E a hidroponia também é utilizada em escala comercial em países como Holanda, Alemanha, Espanha, Itália, Suécia, Austrália e Japão.
No Brasil, a hidroponia comercial ainda é praticamente uma novidade, mas apresenta um crescimento muito rápido, especialmente nos estados da região sudeste, com destaque para São Paulo e Minas Gerais.
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Vantagens da hidroponia
Primeiro os pontos positivos. E olha que são muitos, viu? Vamos lá:
1.Melhor controle sobre os nutrientes
Na hidroponia, as plantas recebem uma solução nutritiva, que é monitorada constantemente. Ou seja, há um melhor controle sobre o que as plantas estão consumindo, sendo mais rápido e fácil identificar e corrigir tanto excessos quanto deficiências. Dessa forma, esse controle evita possíveis distúrbios fisiológicos, por exemplo.
Essa é a principal vantagem da hidroponia e, a partir dela, surgem outras vantagens, que veremos a seguir.
2.Maior produtividade
Como dissemos, a hidroponia possibilita o controle dos nutrientes que as plantas recebem. Assim é possível se programar para o melhor em termos de nutrição mineral para as plantas, alcançando maior produtividade.
3.Colheita precoce
Com as plantas crescendo sem demasiado gasto de energia e com maior absorção de nutrientes, há ainda a vantagem de haver ciclos menores. Isso quer dizer que você vai obter produtos melhores em menos tempo.
4.Menor consumo de água e fertilizantes
Isso mesmo! Estamos falando de economia e, claro, aumento dos lucros. Essa é mais uma vantagem proporcionada pelo controle do fornecimento de nutrientes e também de água, o que evita desperdícios.
A própria ausência do solo favorece essa condição, já que não há lixiviação de água e nem de nutrientes. Outro fator que contribui para a economia de água é o cultivo em ambiente protegido, já que há a diminuição da evaporação.
5. Melhor controle fitossanitário
Isso significa que há melhor controle de doenças, pragas e plantas daninhas. Essa vantagem é proporcionada pelo ambiente protegido (geralmente com tela anti-inseto) e também pela falta de solo, evitando o contato com fungos, bactérias e nematóides causadores de doenças.
Mais uma vez estamos falando em economia, já que há um menor gasto com defensivos agrícolas. E, por sua vez, há um maior cuidado com o meio ambiente e com a saúde do trabalhador.
6. Redução de tratos culturais
Se não há solo, então dá menos trabalho, já que não é preciso fazer operações como aração, capina, coveamento, gradagem, sulcamento e aplicação de herbicidas.
7.Redução da mão-de-obra
Se dá menos trabalho, então não precisa de muita gente. Segundo o SEBRAE, um único trabalhador pode cuidar de mais de 10 mil plantas.
Isso porque o manejo é bem mais suave, já que geralmente as bancadas de trabalho são posicionadas na altura dos trabalhadores.
Então uma boa opção é tocar o negócio em família: idosos, jovens, crianças, todos de casa podem ajudar, o que é uma grande vantagem econômica.
8. Dispensa rotação de culturas
Mais uma vantagem da ausência do solo: não precisa fazer rotação de culturas. Em outras palavras, você pode produzir a mesma cultura infinitas vezes, somente com o cuidado de desinfectar os materiais e fazer a renovação da solução nutritiva a cada novo ciclo.
9. Redução de riscos climáticos
Olha o tal do controle aparecendo por aqui novamente! A estufa ou casa de vegetação protege a cultura de mudanças bruscas de temperatura e de outras intempéries, como geadas e chuvas excessivas.
10. Produção fora de época
Com a redução dos riscos climáticos, você pode produzir em qualquer época do ano.
11. Produção em qualquer lugar
O cultivo hidropônico pode ser realizado em qualquer lugar, até mesmo em locais onde o solo é ruim para a agricultura.
12. Maior higiene e tempo de conservação
A falta de contato com a terra já proporciona maior limpeza durante os tratos culturais. Além disso, as plantas permanecem com as raízes limpas, mesmo depois da colheita. Por isso, a comercialização dessas plantas é feita sem a retirada dessas raízes, o que agrega valor e aumenta o tempo de conservação, tanto na prateleira do supermercado quanto na geladeira do consumidor.
13. Melhor qualidade e melhor preço do produto
Esses são os resultados que todo produtor quer ter, não é mesmo? E isso também é proporcionado pelo controle de nutrientes. Mas há um outro fator determinante: o consumidor. O perfil do consumidor de produtos hidropônicos é o de alguém que dá muito valor para a higiene e para a praticidade dos produtos, não se importando em pagar um pouco mais por isso.
Quer fazer um teste? Coloque-se no lugar de um consumidor de hortaliças. De alface, por exemplo. Você chega em casa depois de um dia cansativo e vai preparar o jantar. O que é melhor? Gastar um bom tempo fazendo a limpeza e a separação de folhas murchas de um maço de alface ou pegar um maço fresco e fácil de lavar para fazer logo a refeição? Acho que nem precisamos responder, certo?
14. Rápido retorno do capital
Com ciclos mais rápidos da cultura e ótimos preços de mercado, fica fácil perceber como o capital investido volta logo para o seu bolso, não é mesmo?
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Desvantagens da hidroponia
Antes de decidir montar uma hidroponia, veja também alguns pontos que merecem atenção:
1. Custo inicial elevado
Para montar um sistema hidropônico, é preciso um investimento inicial maior do que para começar a produzir na agricultura tradicional. Isso se deve aos custos com a infraestrutura do sistema escolhido. Entretanto, como vimos, o capital investido costuma retornar em pouco tempo devido ao preço de mercado ser maior.
2. Conhecimento técnico e mão-de-obra especializada
O preparo e o monitoramento da solução nutritiva requerem certo conhecimento técnico, que exigirá pesquisa e estudo. Além disso, será necessário que você treine sua equipe, pois dificilmente você encontrará pessoas com experiência na técnica hidropônica.
Entretanto, como vimos, uma das vantagens é que os tratos culturais são mais suaves, fazendo com que os próprios familiares, até mesmo crianças e idosos, possam ser de grande auxílio.
3. Risco de perda por falta de energia elétrica
A falta de energia elétrica é um grande problema para a produção. Por isso, é indispensável a obtenção de um gerador, principalmente em locais onde há queda de energia elétrica com frequência.
Principais sistemas hidropônicos
Como vimos, a hidroponia é o cultivo sem terra. Dessa forma, existem diversos sistemas de cultivo hidropônico. Eles se diferenciam por tipo de substrato (orgânicos, inorgânicos ou solução nutritiva) e também, nos casos daqueles que utilizam como base a solução nutritiva, por circulação da solução (estáticos ou dinâmicos) e pelo retorno da solução ao reservatório (abertos ou fechados).
Veja quais são os principais sistemas hidropônicos existentes:
Sistema de pavio (wick sistem)
É um sistema muito simples, utilizado geralmente em vasos decorativos. Ele funciona assim: um vaso com a planta é interligado por um pavio a um pequeno reservatório com solução nutritiva. Como o reservatório fica em um nível abaixo do vaso, a solução sobe por capilaridade. Por essas características, o sistema de pavio é um exemplo de sistema estático fechado.
Sistema flutuante (floating)
O floating, também chamado de aeração estática, cultivo na água ou DFT (Deep film technique) é um sistema em que as plantas ficam flutuando em um tanque com a solução nutritiva. Para que elas fiquem separadas e apoiadas, são utilizadas placas de isopor com furos. Essa situação estática exige um volume muito grande de solução nutritiva e um sistema de aeração muito eficiente.
O floating é o principal sistema utilizado no Japão para o cultivo hidropônico de hortaliças folhosas.
Sistema de subirrigação
Como o próprio nome sugere, neste sistema, a irrigação é feita de baixo para cima, sendo que as plantas ficam em bandejas com um reservatório bem abaixo delas.
A subirrigação é um sistema dinâmico e fechado, pois, de 2 a 3 vezes ao dia, a solução nutritiva circula entre as bandejas, voltando para o reservatório.
Sistema NFT (Nutrient Film Technique)
O sistema NFT (técnica do filme nutriente) ou técnica do fluxo laminar de nutrientes é o cultivo de plantas em canais com furos. Nesses canais, a solução nutritiva circula de tempos em tempos (controlada por um temporizador), indo e voltando de um reservatório com o impulso de uma motobomba.
Portanto, o sistema NFT é dinâmico e fechado. Veja tudo sobre esse sistema em como montar uma hidroponia.
Sistema de gotejamento
É um método dinâmico e, em sua maioria, aberto. Ele funciona da mesma maneira que o método de irrigação por gotejamento instalado no solo, apenas com o diferencial de usar outra base em substituição à terra, como a serragem de madeira.
Esse sistema é o mais utilizado em Israel, especialmente em áreas desérticas.
Aeroponia
A aeroponia é um sistema com tecnologia avançada em que as raízes ficam suspensas no ar e recebem uma nebulização com a solução nutritiva. Devido ao seu custo elevado, ainda é pouco utilizada comercialmente.
Qual o sistema hidropônico mais usado no Brasil?
O sistema NFT é o mais difundido no Brasil, sendo praticamente uma unanimidade na produção de hortaliças folhosas. Veja tudo o que você precisa saber sobre esse sistema nos tópicos abaixo:
Como montar uma hidroponia
Que tal uma hidroponia para chamar de sua? Agora que você já sabe muito bem o que é e como funciona essa técnica lucrativa, veja tudo que você precisa para começar um cultivo no sistema NFT:
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Escolha a cultura
Já sabe o que vai produzir? Como vimos, toda espécie de planta pode ser cultivada com a técnica da hidroponia. Dessa forma, a escolha da cultura tem mais a ver com o seu perfil profissional.
Então a hidroponia é para você, que quer começar um negócio alinhado ao que há de mais moderno e promissor.
E também para você, que é um agricultor experiente e está pensando em mudar ou expandir o negócio, atendendo novos mercados.
Mas, se você é criador de gado, adivinha? A hidroponia também é uma boa pedida. No seu caso, para o cultivo de forrageiras para a alimentação dos seus animais. A técnica é uma excelente opção, que une economia e qualidade.
Escolha a localização
Embora a hidroponia possa ser instalada em qualquer lugar, se você pretende comercializar os seus produtos, a dica é montar em um local o mais próximo possível do mercado consumidor. Isso se deve a uma questão prática: quanto mais perto, menor o valor do frete.
Outro fator importante se deve à topografia do local, que preferencialmente deve apresentar uma pequena inclinação (cerca de 5%) e deve ser posicionado de forma a oferecer um bom aproveitamento da energia do sol (luz e calor).
Infraestrutura
Como você já deve ter imaginado, a infraestrutura básica é indispensável para o local do cultivo hidropônico, ou seja, é preciso haver instalação de energia elétrica e água de boa qualidade.
Mas a área de produção vai precisar de muito mais. Para começar, você deve providenciar uma casa de vegetação, mais conhecida como estufa.
Depois, conforme recomendações técnicas, próximo à estufa, você deve fazer todas as instalações, tais como reservatório de água e nutrientes, bombas, túneis, terraplanagem, pontos de água e energia elétrica, além de outros recursos de apoio.
Além disso, você vai precisar construir um depósito de insumos e ferramentas. E, caso o seu projeto seja de grande porte, vai precisar ainda de reservar um espaço especial para a construção de um setor administrativo, destinado aos contatos comerciais, controle financeiro e acompanhamento do negócio.
Por que a hidroponia é feita em estufas?
Achamos que você já sabe a resposta, mas é sempre bom lembrar que uma grande vantagem da hidroponia é o cultivo em ambiente controlado e protegido, garantindo produtos de qualidade superior.
Dessa forma, o papel da estufa ou casa de vegetação é proteger as plantas dos riscos climáticos, como geadas e chuvas fortes, além de controlar a temperatura e a umidade.
E as estufas também são importantes na prevenção de pragas e de doenças, já que costumam conter tela anti-inseto.
Qual o melhor modelo de estufa para a hidroponia?
Agora que você já conhece todas as vantagens proporcionadas pelo cultivo em estufas, é hora de conhecer os modelos mais adequados ao sistema NFT.
Vários modelos de estufas podem ser utilizados na hidroponia, como capela, arco e serreada, conjugados ou não.
Dentre eles, o modelo de estufa mais utilizado é a capela, que é um modelo de duas águas com amplo espaço interno, cabendo várias bancadas dentro dela.
Mas alguns produtores utilizam a estufa individual. Por um lado, ela é uma boa alternativa porque tem a medida exata da bancada, possibilitando um maior arejamento do sistema. Mas, por outro lado, o seu uso dificulta os trabalhos em dias de chuva.
Que tipo de material utilizar na confecção da estufa?
A dica é utilizar filme plástico aditivado anti-UV e antigotejo, com espessuras de 75 m, 100 m ou 150 m. Esse tipo de filme plástico evita que o acúmulo interno de água fique gotejando sobre as plantas e faz com que a água escorra pelas laterais da estufa.
E esse é um fator muito importante, pois essas gotas de água podem ser fonte de contaminação e proliferação de agentes causadores de doenças, como fungos e bactérias.
Agora, se você vai instalar seu sistema de cultivo hidropônico em uma região muito quente, também tem que ficar atento a outra questão: a altura da estufa. Para proporcionar maior ventilação e para diminuir a temperatura do interior da estufa, utilize estufas com pé-direito acima de 2,5 metros.
Se o seu projeto inclui uma estufa que não é climatizada (como na maioria das estufas brasileiras), vale a pena investir na instalação de telas de sombreamento no teto. Esse tipo de tela diminui a insolação direta e ameniza a temperatura interna.
E, para que a estufa cumpra o seu papel de proteger a plantação de agentes causadores de doenças, como dito anteriormente, não se esqueça de instalar telas anti-insetos nas laterais. Já existem modelos desse tipo de tela que bloqueiam a entrada de raios UV e, ao mesmo tempo, permitem a ventilação no ambiente.
Equipamentos
Se você está pensando em construir um sistema NFT, além da estufa, vai precisar, pelo menos, dos seguintes equipamentos: bancadas, canais de cultivo, reservatório, motobomba e temporizador. Conheça cada um deles:
Bancadas
As bancadas ou mesas de cultivo são os locais onde são colocadas as mudas para o seu desenvolvimento. Elas formam uma base para os canais de cultivo e são feitas de madeira ou outro material, como alumínio, aço zincado ou ferro.
O tamanho das bancadas deve ser apropriado para uma pessoa trabalhar de maneira confortável e, por isso, varia de acordo com a cultura.
Então, se você pretende cultivar plantas com ciclo curto, como hortaliças folhosas, as dimensões ideais da bancada são 1m de altura por 2m de largura. Mas, se você vai plantar tomate, por exemplo, que tem uma planta com ciclo longo, as dimensões ideais são 0,2m de altura por 1m de largura.
Quanto ao comprimento da bancada, é importante saber que ela não deve ultrapassar 15 metros, com o objetivo de evitar variações na temperatura e nos níveis de oxigênio e de sais da solução nutritiva.
Isso quer dizer que, se as bancadas forem muito grandes, algumas plantas vão acabar recebendo menos nutrição do que outras, então você terá um problema no padrão da produtividade.
Canais de cultivo
Os canais de cultivo, também chamados de perfis, são os locais por onde corre a solução nutritiva. Eles devem conter furos para o encaixe das plantas.
Os principais materiais utilizados na produção dos canais de cultivo são filme de polietileno, telhas de amianto, canos de PVC e, mais recentemente, canos de polipropileno.
E a dica é a utilização dos perfis de polipropileno fabricados especialmente para o cultivo hidropônico, pois eles podem ser encomendados no tamanho desejado, já com os furos necessários para o espaçamento adequado ao tipo de planta que se pretende cultivar.
Reservatórios
A solução nutritiva fica armazenada nos reservatórios. Eles podem ser construídos de diversos materiais, mas os mais usados são os tanques de PVC e de fibra, pois são mais baratos e fáceis de manusear, caso necessário.
A instalação dos reservatórios deve ser feita abaixo do nível da tubulação de drenagem, pois isso facilita o retorno da solução por gravidade. Além disso, o ideal é que os reservatórios fiquem enterrados, para evitar a ação de raios solares. Também é importante que eles sejam vedados, para evitar a formação de algas e a entrada de animais, como ratos.
Quanto ao tamanho e número de reservatórios a adquirir, vai depender do tamanho e do número de plantas que você pretende ter. Mas, para qualquer situação, vale a seguinte dica: não instale reservatórios com capacidade maior que 5.000 litros. Isso é determinante para facilitar o manejo químico e a oxigenação da solução nutritiva.
Então, se você está planejando um sistema hidropônico de médio ou grande porte, adquira maior número de reservatórios pequenos. Assim você terá um produto final de excelente qualidade e não corre o risco de ter prejuízo com a contaminação de muitas plantas ligadas a um mesmo reservatório, por exemplo.
Motobomba
A motobomba é o equipamento que faz circular a solução nutritiva em todo o sistema NFT, passando pelos canais de cultivo, nas bancadas, e voltando ao reservatório.
Ela deve ser instalada abaixo da metade da altura do reservatório, para impedir a entrada de ar no sistema, o que causaria falha no bombeamento e, consequentemente, danos às plantas.
Em relação ao material da motobomba, vale a pena ficar atento para que sua parte interna seja feita com elementos resistentes à corrosão, por causa da solução nutritiva.
Temporizador
O sistema NFT conta com um regulador de tempo ou temporizador. E o que é isso? É um timer digital que permite programar os tempos de irrigação e drenagem. Esse timer é ligado à motobomba para acioná-la no período desejado.
E, caso você esteja perguntando qual a programação ideal de irrigação para obter os melhores produtos, infelizmente não há uma resposta correta. Mas, como assim? A gente explica: tudo vai depender do tipo de cultivo, da região onde você produz, da época do ano, da temperatura, da umidade, entre outros fatores.
Quer um exemplo? Para produzir hortaliças folhosas, em um local quente, durante o verão, o sistema deve permanecer ligado sem parar, principalmente durante as horas mais quentes. Entretanto, no mesmo lugar, com o mesmo cultivo, mas no inverno, o manejo deve ser bem diferente.
Quanto custa montar uma hidroponia?
Agora é pra valer. Você quer mesmo montar esse negócio lucrativo e precisa saber quanto precisa investir.
É claro que tudo vai depender das suas pretensões como empreendedor, já que existem desde projetos simples até os mais sofisticados e automatizados.
Mesmo assim, te daremos a resposta, baseados em uma estimativa do SEBRAE para a construção de um projeto hidropônico de pequeno porte (aproximadamente 500m²), para a produção de 10.000 pés de alface por mês.
Apesar de considerado pequeno, a estimativa de faturamento para esse caso seria de 10 mil reais por mês! Nada mal, né?
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Tratos culturais
Saiba tudo o que você precisa para cuidar bem do seu cultivo hidropônico e, claro, obter os melhores resultados.
Formação de mudas na hidroponia
Para a formação de mudas, é comum a utilização de espuma fenólica na semeadura. A principal vantagem da utilização desse material orgânico (espuma polifenólica, de uréia– formaldeído ou de poliestireno) é o manejo fácil e rápido.
Isso porque a espuma fenólica é comercializada já na forma de placas de 32 x 40 cm, com espessuras de 2 ou 4 cm e com as células pré-marcadas nas dimensões 2 x 2 cm, o que resulta em 320 células por placa.
Outra grande vantagem desse material é que ele pode ser transplantado conjuntamente com a muda para o berçário, protegendo assim o sistema radicular.
Além do uso da espuma fenólica, outra dica importante na formação de mudas é usar uma estufa separada da área de produção. Nessa fase, todo cuidado é pouco para evitar a contaminação de doenças.
Berçário
No sistema NFT, é comum haver um espaço dedicado à recepção de mudas, assim que obtiverem de 3 a 4 folhas verdadeiras. Esse espaço é chamado de berçário.
No berçário, os canais de cultivo têm furos com espaçamento menor, especialmente feitos para o tamanho das mudas. Além disso, a solução nutritiva fornecida às plantas é mais diluída, atendendo às necessidades especiais dessa fase.
Transplantio
Assim que as plantas atingem um tamanho maior, elas são transplantadas para o local definitivo, com perfis que têm espaçamento adequado ao seu crescimento até o atingimento do resultado final.
Nessas bancadas, as plantas recebem uma solução nutritiva mais concentrada para a obtenção de produtos superiores.
Manejo da solução nutritiva
Você não quer ver sua produção indo por água abaixo, né? O correto manejo da solução nutritiva é essencial para o sucesso do seu negócio. Veja como fazer tudo com excelência.
Como fazer a solução nutritiva
Primeiro, você precisa adquirir uma solução nutritiva de qualidade. Há, no mercado, ótimos fertilizantes, que já vêm prontos para serem diluídos na água. Mas você também pode comprar os elementos necessários separadamente e preparar a sua própria solução.
Para isso, você vai precisar de combinar minerais macronutrientes, sendo eles: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), com elementos micronutrientes, que são, essencialmente, manganês (Mn), ferro (Fe), boro (B), zinco (Zn), cobre (Cu), molibdênio (Mo) e cloro (Cl).
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Temperatura
Não adianta nada ter a melhor solução nutritiva, se você não ficar atento à sua qualidade. Isso requer monitoramento constante de alguns itens essenciais, como a temperatura.
Dessa forma, é importante saber que a temperatura da solução nutritiva deve estar entre 18 e 24°C em períodos quentes e entre 10 e 16°C em períodos frios. Isso vai garantir que a solução nutritiva seja absorvida adequadamente pelas plantas e, é claro, que você obtenha produtos superiores, como o mercado exige.
Oxigênio
A oxigenação também é muito importante para assegurar a absorção correta dos nutrientes pelas plantas. E a forma mais comum de garantir a quantidade de oxigênio que as plantas precisam é utilizando-se de uma abertura na tubulação de retorno ao reservatório, chamada de dispositivo tipo “venturi”. Entenda melhor no esquema abaixo:
Nível da solução nutritiva
Diariamente, complete os reservatórios com água pura, pois há uma absorção muito maior de água do que de nutrientes pelas plantas.
Portanto, fique alerta: se houver uma reposição da solução nutritiva todos os dias, as plantas cessam o seu crescimento, não por causa da falta de nutrientes, mas devido a um potencial osmótico muito elevado no sistema radicular.
Em outras palavras, ao invés de as raízes absorverem os nutrientes, a solução é que passa a retirar a água contida nas plantas. A água passa de um meio menos concentrado (plantas) para um meio mais concentrado (solução nutritiva).
Ajuste do pH
Outro aspecto que precisa de monitoramento diário no cultivo hidropônico é o pH da solução nutritiva.
Faça o seguinte: complete os reservatórios com água e meça o pH em seguida, de preferência com um medidor digital, que tem mais precisão. Mas você pode usar também aquelas fitas de papel indicadoras de pH. Elas são revestidas com um corante especial, que, assim que mergulhado na solução, indicam uma cor. Você então deve comparar essa cor com uma cartela que contém o pH equivalente de cada cor.
O medidor deve indicar pH entre 5,5 e 6,5 para o desenvolvimento ideal das plantas. Se ele estiver abaixo de 5,5, deve ser ajustado com ácido e se estiver acima de 6,5 deve ser ajustado com base.
Condutividade elétrica
Parece, mas monitorar a condutividade elétrica não é um bicho de sete cabeças. Dizemos isso porque você vai precisar apenas de um aparelho, o condutivímetro. Ele mede a quantidade de íons da solução e, quanto mais íons, maior a condutividade elétrica. A faixa ideal medida pelo condutivímetro deve ficar entre 1,5 e 3,5 miliSiemens/cm.
Mas por que é preciso medir a condutividade elétrica da solução? Porque ela vai indicar quando se deve fazer a reposição dos minerais. Quando a condutividade elétrica fica abaixo do ideal, é hora de fazer a reposição da solução nutritiva.
Doenças e pragas na hidroponia
Como vimos, o cultivo sem terra em ambiente protegido tem a grande vantagem de diminuir o contato das plantas com doenças do solo e barrar a entrada de grande parte dos patógenos, que são agentes causadores de doenças. Mas, ainda assim, as plantas precisam de muitos cuidados.
Saiba quais as doenças e pragas que ameaçam a produtividade do cultivo hidropônico e conheça algumas alternativas de controle.
Principais doenças
A incidência de doenças no cultivo hidropônico é menor do que no cultivo tradicional, embora as doenças sejam praticamente as mesmas. Segundo o ICIAG – Instituto de Ciência Agrárias da UFU – Universidade Federal de Uberlândia, há registros de apenas 4 viroses, sendo elas:
- Lettuce bib vein virus (vírus da grande nervura da alface);
- Melon necrotic spot virus (vírus da mancha necrótica do melão);
- Tomato mosaic virus (vírus do mosaico do tomateiro);
- Cucumber green mottle mosaic virus (vírus do mosaico mosqueado do pepino verde).
2 bacterioses: Clavibacter michigenense (cancro bacteriano) e Xanthomonas solanacearum (murcha bacteriana).
E 20 fúngicas, sendo que os fungos são os responsáveis por grandes prejuízos, causando, muitas vezes, perda total da produção. Os principais fungos causadores de doenças no cultivo hidropônico são:
- Colletotrichum;
- Fusarium;
- Thielaviopsis;
- Verticillium;
- Pythium;
- Phytophthora;
- Plasmopara;
- Cercospora;
- Bremia.
Principais pragas
As principais pragas que atacam cultivos hidropônicos são muito semelhantes àquelas que atacam cultivos em campo aberto, somente com a vantagem de haver um controle bem maior sobre elas.
Como a maioria das plantas cultivadas são hortaliças, podemos citar especialmente insetos sugadores, como: pulgões, tripes, mosca branca e mosca minadora.
Além das medidas tradicionais de controle, o uso de defensivos naturais é uma excelente alternativa. Receba gratuitamente receitas de defensivos agrícolas naturais para alface e para tomate.
Dicas de controle
Produtor, anote aí 10 dicas simples de manejo para o combate a doenças e pragas que podem salvar a sua produção:
- Obtenha sementes de qualidade, de preferência de cultivares resistentes a doenças;
- Utilize substratos inertes nas sementeiras;
- Faça vistorias diárias nas plantas à procura de insetos e sintomas de doenças, de preferência nas horas mais frescas do dia (no começo da manhã ou no fim da tarde), pois os insetos costumam se esconder nas horas mais quentes;
- Diante de qualquer sintoma, arranque imediatamente as plantas contaminadas;
- Identifique qual a doença ou qual a praga que esteja danificando a planta e busque alternativas de controle o mais rápido possível;
- Retire a solução nutritiva para a desinfecção do reservatório e de toda a tubulação;
- Após a desinfecção, coloque nova solução nutritiva, certificando-se que esteja livre dos agentes causadores de doenças;
- Antecipe as colheitas, quando possível;
- Reveja o que pode ser melhorado nas estruturas, no manejo e na solução nutritiva;
- Gato escaldado tem medo de água fria, né? Anote a época de ocorrência da contaminação para se prevenir no próximo ano.
Como ter uma hidroponia de sucesso
Além dos tratos culturais necessários e das alternativas de controle de doenças, veja tudo o que é preciso fazer para que sua propriedade alcance resultados acima da média. O objetivo da Safra Viva é construir, junto com você, uma agricultura de sucesso:
Qualidade da água
Para não dar com os burros n’água, o segredo é cuidar desse insumo, que é o bem mais precioso no cultivo hidropônico.
Antes de tudo, é fundamental que você faça a análise química da água (quantidade de nutrientes e salinidade) e também a microbiológica (coliformes fecais e patógenos).
A água deve ter suas características conservadas e, portanto, não conter cheiro, cor e nem gosto. Para nunca descuidar desse valioso item, responda diariamente: você beberia a água utilizada na sua produção?
Higiene
Além da higiene da água, não descuide da limpeza em toda a área de produção, pois ela é fundamental na prevenção de doenças. Cuidar de quem produz e de quem consome é o que faz tudo valer a pena. Preste atenção nos seguintes itens:
- Lave as bancadas, canais e equipamentos com cloro ativo a 0,1% após o fim de cada ciclo de cultivo;
- Não permita a entrada de pessoas estranhas na área de cultivo;
- Não permita que fumem perto das plantas. O fumo contém um vírus que pode infectá-las;
- Tenha um banheiro sempre limpo contendo papel toalha e álcool gel próximo à área de produção para o uso fácil e rápido pelos trabalhadores;
Fertilização
Como vimos ao longo do texto, no cultivo hidropônico, a fertilização é de extrema importância para o essencial preparo da solução nutritiva.
Produtos diferenciados são frutos do equilíbrio dos nutrientes fornecidos às plantas, atingido com o incansável monitoramento da solução nutritiva.
E a solução nutritiva ideal, por sua vez, depende de fertilizantes de qualidade. Então capriche na escolha desse poderoso insumo!
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Defensivos agrícolas
As condições do cultivo hidropônico reduzem significativamente a necessidade de defensivos agrícolas, mas não quer dizer que seu uso seja indispensável.
Portanto, use defensivos agrícolas de qualidade. Uma boa pedida são os fertilizantes com ação defensiva, que auxiliam na prevenção.
Outra alternativa é o uso de defensivos naturais, que trazem excelentes resultados. Receba gratuitamente uma receita de defensivo natural para alface e tomate.
Como agregar valor
Tenha em mente que o consumidor de produtos hidropônicos é exigente. Ele preza por um produto limpo e selecionado e, que fique bem claro, não se importa em pagar um pouco a mais por isso.
Isso quer dizer que, se você quer atender as exigências desse mercado e aumentar a sua lucratividade, o diferencial precisa estar na qualidade do seu produto. Portanto, cuide das seguintes características:
- Tamanho,
- Maturidade,
- Consistência,
- Idade,
- Odor,
- Forma,
- Cor,
- Pureza,
- Sabor.
De dar água na boca! É assim que o seu produto deve ser. E a fase de colheita é essencial. As plantas devem ser cuidadosamente colhidas, selecionadas e lavadas, de forma a não causar danos neste processo. Além disso, mantenha as raízes intactas, o que garante o tempo maior de prateleira.
Embalagem
O produto hidropônico é conhecido pela embalagem. Então aproveite para agregar valor: use uma embalagem bonita, destaque o nome da empresa e acrescente dados como o local procedente, dia colhido, e um resumo explicativo do modo de cultivo em que o produto foi gerado.
Dicas de negócio
Não pare. De produzir, de aprender, de se informar. Estar em contínuo aperfeiçoamento é a principal característica de um produtor de sucesso, especialmente na hidroponia, que traz excelentes oportunidades de crescimento.
Resumimos aqui as dicas que demos ao longo do texto, para que você fixe cada uma delas:
- Estude. Como dissemos, esse é um negócio que requer inovação constante. Procure consultoria técnica e atualize-se. Você pode fazer isso sem sair de casa. Clique aqui e descubra como;
- Monte um plano de negócios. Para isso, a nossa dica de ouro é: procure o SEBRAE mais próximo, pois, com certeza, você terá uma excelente consultoria, com uma análise detalhada feita especialmente para você.
- Domine técnicas de negociação. Você vai precisar se comunicar bem, seja com distribuidores de hortifrutigranjeiros ou com o consumidor final;
- Evite encalhe, já que estamos falando de um negócio com produtos altamente perecíveis. Para isso, monte estratégias próprias de escoamento;
- Evite perdas. Para isso, faça o monitoramento das plantas, em busca de insetos e sintomas de doenças. E atenção: adquira um gerador de energia e mantenha planos de contingência para os casos de falta de energia elétrica;
- Evite desperdícios, tanto no processo produtivo quanto na entrega dos produtos;
- Esteja sempre presente na propriedade. Acha difícil? Se você tem o negócio como atividade secundária e mantém apenas funcionários trabalhando, forme sua equipe e esteja sempre à disposição para orientá-los.
Gostou das dicas? Ficou alguma dúvida? Conte para a gente. Vamos construir uma parceria na busca pelo sucesso.
Continue nos acompanhando! Bons lucros e até a próxima!
Referências
BEZERRA NETO, L; BARRETO, L.P. As técnicas de hidroponia. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, Recife, vols. 8 e 9, p.107-137, 2011/2012.
Como montar uma hidroponia. SEBRAE
Cultivo hidropônico de plantas. Série Produtor Rural. ESALQ/ USP. Piracicaba, 1997.
Doenças em cultivos hidropônicos e medidas de controle. Comunicado técnico 107. Embrapa. Brasília, 2015
Hidroponia. LabHidro. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
FURLANI, P.R.; SILVEIRA, L.C.P.; BOLONHEZI, D.; FAQUIN, V. Cultivo Hidropônico de Plantas. Infobibos, 2009.
Manual prático de horticultura hidropônica para cultivar hortaliças em área urbana e periurbana. Laboratório de cooperação para o desenvolvimento – sistemas de cultivo e pós-colheita, Universidade de Pádua, Itália/ FUNACI – Fundação Padre Antônio Dante Civiero, Teresina (PI), Brasil.
SILVA, A. P. P.; MELO, B. Hidroponia. Núcleo de Estudos em Fruticultura no Cerrado. UFU – Universidade Federal de Uberlândia.
Princípios de hidroponia. Circular Técnica 22. Embrapa