Descubra o poder da banana (Musa spp.), a fruta de maior importância alimentar e de grande relevância econômica nos países tropicais.
Saiba tudo para produzir banana de forma sustentável e muito lucrativa. Acompanhe as dicas que a Safra Viva preparou e fique por dentro de cada item necessário para construir uma agricultura de sucesso.
Neste conteúdo, você terá acesso aos temas:
Como produzir banana de qualidade
Acabe com as doenças da banana
Como eliminar as pragas da banana
Cultivo de banana no Brasil
Dê uma banana a quem disser que não vale a pena cultivar essa fruta poderosa no nosso país.
Segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de banana, tendo produzido mais de 6,8 milhões de toneladas da fruta em 2019.
E, embora a produção do país seja grande, há ainda pouca participação no mercado internacional, o que significa que ainda temos muito espaço a conquistar.
Quando produzir banana?
A bananeira é uma planta tropical, que exige calor constante, chuvas bem distribuídas (100 mm a 150 mm/mês) e elevada umidade relativa para o seu desenvolvimento. A melhor época para o plantio é o início das águas, mas, com boa irrigação, você pode plantar em qualquer período do ano.
Quanto à temperatura, é melhor que esteja entre 15°C e 35°C durante o cultivo. Isso porque as baixas temperaturas impedem que as bananas amoleçam normalmente, causando um distúrbio chamado de chilling ou “friagem”. Por outro lado, temperaturas acima de 35°C também deixam as frutas mal desenvolvidas, causando sérios prejuízos na produção.
Estrutura da bananeira
Você sabia que o rizoma é o caule verdadeiro da bananeira? E que o tronco da bananeira é, na verdade, o seu pseudocaule? Para deixar claro essas e outras questões ao longo do texto, listamos abaixo as principais partes que formam a bananeira:
- Sistema radicular;
- Caule subterrâneo (rizoma);
- Pseudocaule constituído de bainhas foliares abarcantes (tronco);
- Folhas;
- Cacho (engaço, ráquis e coração).
Entenda melhor observando a ilustração abaixo:
Variedades de banana
Quando for escolher o tipo de banana para produzir, considere os seguintes fatores:
- Preferência do consumidor
- Porte baixo
- Produtividade
- Resistência a pragas e doenças
- Tolerância a seca e ao frio
Saiba tudo sobre cada uma das cultivares de banana mais famosas do mercado:
Ouro
A cultivar Ouro é uma banana bem pequena, com 10-12 cm de comprimento. Sua casca é bem fina e bem macia, mas muito fibrosa. Por isso, é difícil iniciar o descascamento. Sua polpa é amarela, macia, firme e docinha, sem nenhum gosto de amido.
A banana Ouro é bastante tolerante à sigatoka negra. Além disso, essa cultivar raramente é atacada por nematoides. Por outro lado, ela é muito atacada pelo moleque-da-bananeira. E também tem muita propensão a contrair a sigatoka amarela.
Nanica
A cultivar Nanica, juntamente com a Nanicão e a Grande Naine (e também a Williams), pertence ao subgrupo Cavendish, muito utilizado para a exportação.
É uma banana que mede cerca de 20 cm e tem formato de meia lua. Sua casca, quando madura, é de um amarelo intenso. A polpa é bem doce, de cor creme.
A banana Nanica é resistente à fusariose-da-bananeira. Entretanto, tem baixa resistência às sigatokas amarela e negra, sendo medianamente atacada pelo moleque-da-bananeira e muito atacada pelos nematoides. Como se isso já não bastasse, é a cultivar mais atacada pela traça-das-bananeiras.
Nanicão
A Nanicão é uma mutante da Nanica, com frutos muito semelhantes, apenas um pouco maiores.
Ela tem um grande potencial de produção, sendo que os cachos podem ultrapassar 40 kg.
Por esse motivo, ela é a cultivar mais produzida no Estado de São Paulo, dominando o mercado interno e também o mercado de exportação.
A banana Nanicão é tolerante à fusariose-da-bananeira, mas é suscetível às sigatokas amarela e negra, ao moleque-da-bananeira e aos nematóides.
Grande Naine
A Grande Naine é outra mutante da Nanica, mas seus frutos são mais alongados (menos curvos), o que facilita o acondicionamento na caixa de embalagem. Esse é um dos motivos que a torna uma das cultivares mais plantadas para a comercialização no mercado internacional.
A banana Grande Naine é resistente à fusariose-da-bananeira, mas, assim como a Nanicão, é suscetível às sigatokas amarela e negra, ao moleque-da-bananeira e aos nematoides.
Maçã
A cultivar Maçã, como o próprio nome sugere, tem aroma e sabor parecidos com os da maçã. Por esse motivo, tem grande aceitação pelo mercado consumidor.
A banana Maçã é pequena, medindo 10-18 cm de comprimento. Sua casca é fina e, quando madura, tem a cor amarela bem intensa. A polpa é muito macia, quase farinácea, de coloração branca.
A fertilização é crucial no cultivo dessa variedade. Isso porque a falta de nutrientes pode gerar as condições para que a planta contraia a temida fusariose-da-bananeira.
Ela apresenta ainda suscetibilidade ao ataque do moleque-da-bananeira e dos nematoides, mas tem resistência à sigatoka amarela.
Prata
A cultivar Prata (do grupo Prata) foi introduzida no Brasil pelos portugueses. Provavelmente por essa razão é que ela tem a preferência dos consumidores no Norte e no Nordeste do país.
A banana Prata é pequena, doce e levemente ácida.
É suscetível à sigatoka-amarela e negra, ao mal-do-panamá e ao moko. A boa notícia é que ela é resistente aos nematóides e moderadamente resistente ao moleque-da-bananeira.
Pacovan
A Pacovan também pertence ao grupo Prata, sendo resultante da mutação da Prata comum.
A banana Pacovan é mais produtiva e mais rústica, apresentando frutos mais ácidos e 40% maiores que os da cultivar Prata. Características marcantes dessa cultivar são a casca grossa e a quina saliente.
É suscetível às sigatoka amarela e negra e ao moko, moderadamente suscetível à fusariose-da-bananeira. Entretanto, é medianamente resistente aos nematoides e ao moleque-da-bananeira.
Figo
A cultivar Figo é quase reta e mede até 20 cm de comprimento. Sua casca é bastante grossa e macia. Sua polpa é doce, macia, de cor creme ou rósea.
Por seu alto teor de amido, a banana Figo é muito consumida frita ou cozida.
Ela é uma das poucas cultivares tolerantes às sigatokas amarela e negra. Mas, como nem tudo são flores, ela é bastante atacada pelo moleque-da-bananeira e por nematoides. Também é pouco resistente à fusariose-da-bananeira.
Terra-Maranhão
A cultivar Terra-Maranhão pertence ao grupo Terra.
Ela tem o plantio limitado e de difícil manejo, devido à grande altura (4-6m) e à baixa resistência a quebra ou tombamento do pseudocaule. Por esse motivo, é necessário o tutoramento e o escoramento das bananeiras.
A banana Terra-Maranhão mede de 25 cm a 28 cm. Sua casa apresenta coloração verde-claro e é bastante espessa, não tem almofadada e se solta com facilidade. Sua polpa é levemente rosada e tem textura firme.
Por seu alto teor de amido, ela é muito consumida frita ou cozida.
É uma cultivar tolerante à fusariose-da-bananeira. Entretanto, é suscetível à sigatoka amarela e negra e ao ataque do moleque-da-bananeira.
Cuidados com o solo
Já escolheu a variedade que vai cultivar? Então tome nota dos cuidados que você deve tomar antes do plantio:
Escolha da área
A bananeira se adapta a vários tipos de solo. Mesmo assim, saiba que o local ideal para o plantio deve ter as seguintes características:
1. Terrenos planos a levemente ondulados, com declividade menor que 8%;
Terrenos sem muito declive facilitam os tratos culturais, a colheita e a conservação do solo.
2. Solo aluvial profundo, rico em matéria orgânica, bem drenado e com boa capacidade de retenção de água;
Os solos muito arenosos exigem maior investimento, pois você vai precisar gastar mais com adubações frequentes e com práticas de retenção de água.
E os solos muito argilosos, por sua vez, restringem a produtividade, pois dificultam o crescimento das raízes, além de prejudicá-las, pela má drenagem e pela aeração deficiente.
Preparo do solo
Para produzir bananas perfeitas, você precisa cuidar da base, ou seja, da terra, pois as bananeiras necessitam de um solo enriquecido. Dessa forma, as raízes vão se desenvolver da melhor forma possível e elas vão aproveitar bem todos os nutrientes disponíveis.
O ideal é fazer a análise de solo da sua propriedade. Você pode pedir orientação de um técnico da Emater, da Embrapa, da prefeitura ou de alguma organização que preste assistência aos agricultores. E, se for preciso, faça a correção da acidez do solo.
Após essa fase, com a área de plantio previamente limpa e capinada, inicie o coveamento. Faça as covas com 2 palmos de boca por 3 palmos de profundidade, deixando de 3 a 4 passos de distância entre uma planta e outra.
Em seguida, reserve a terra de cima para misturar com o adubo e a terra de baixo para fazer uma “bacia” em volta da cova na hora do plantio.
Adubação de plantio
Para o plantio, você precisa usar adubo na cova. Utilize estas três opções (de preferência, em conjunto):
Estercos
Use 10 litros de esterco de curral (pode ser de vaca, de bode ou de carneiro) ou então 5 litros (no máximo) de esterco de aves bem curtido por cova.
Cinzas
Pode ser de olaria, de padaria, de carvoaria e até mesmo do fogão da sua casa. Você pode usar até 1 quilo de cinzas por planta.
Farinha de ossos
Use meio quilo por planta, misturando bem com aquela primeira metade da terra retirada da cova. Nesse caso, você vai precisar preparar essa mistura com antecedência. Molhe por 15 dias e, só depois, coloque o esterco e a cinza. Então molhe por mais três dias antes do plantio.
Como plantar banana
Tipos de muda
Você deve escolher mudas sadias, retiradas de moitas vigorosas.
Há quatro principais tipos de mudas: chifrinho (até dois palmos de altura), chifre (de dois a três palmos), chifrão (com mais de três palmos) e rizoma ou batata da bananeira (tiradas de plantas adultas que ainda não produziram cachos), sendo esse último o tipo mais utilizado.
Portanto, vamos te mostrar como plantar banana com a muda tipo batata. Dessa forma, um pouco antes de realizar o plantio, faça o seguinte: com uma faca, limpe bem a batata da bananeira, cortando todas as raízes e eliminando a terra grudada. Com a muda limpa, observe se há manchas escuras na batata. Se houver, descarte a muda, porque essas manchas podem significar a presença de doenças ou pragas.
Plantio
É hora de colocar a mão na massa! Anote o passo a passo de como plantar banana de forma manual:
- Coloque a terra de cima, misturada com adubo, no fundo da cova. Isso é muito importante, pois assim a melhor terra ficará em contato com as raízes;
- Insira a muda dentro da cova, bem acomodada e centralizada;
- Cubra todo o rizoma com a terra de baixo;
- bem a muda e, com os pés, pressione a terra em volta dela para evitar buracos vazios. Por que isso é importante? Porque não deixa acumular água nas raízes, evitando o apodrecimento delas.
Tratos culturais
Passados 4 a 6 meses após o plantio, você vai ver que vai surgir os primeiros filhos da bananeira, formando uma família. Então você deve escolher 1 ou 2 filhos para formar a touceira, eliminando os demais.
Essa operação é chamada de desbaste e geralmente é feita com o uso de um penado ou de um facão. Você vai precisar fazer um simples corte horizontal, bem rente ao solo, nos filhos a serem eliminados. Em seguida, com a ponta da própria ferramenta, tente atingir a gema apical de crescimento, para eliminá-los de vez.
É normal acontecer a rebrota, pois, principalmente nos bananais mais novos, as gemas apicais dos filhos eliminados costumam estar abaixo da superfície do solo, a aproximadamente 15-20 cm de profundidade.
Nesse caso, você vai precisar repetir a operação. Mas, independente disso, o mais importante é fazer o desbaste com muito cuidado, para não ferir a planta mãe.
Na verdade, tenha em mente que todos os tratos culturais sempre devem ser feitos de modo a evitar ferimentos, pois eles se tornam entradas para agentes causadores de doenças.
E quando falamos de tratos culturais, estamos nos referindo a limpar o mato em volta das bananeiras, eliminar o excesso de filhos, eliminar as folhas doentes, secas e quebradas, além de escorar as plantas de porte alto e também de ensacar os cachos.
Como produzir banana de qualidade
Irrigação
As mudanças climáticas têm causado incertezas. Você já deve ter se preocupado com o aumento das temperaturas e com os períodos de seca cada vez mais longos, não é mesmo?
Então, para garantir a qualidade e a alta produtividade, a dica é adotar um sistema de irrigação.
O método da irrigação localizada (especialmente a microaspersão) tem sido o mais indicado, por ser mais eficiente, exigir menos uso de mão de obra e menos água.
Fertilização
A fertilização equilibrada é crucial para a obtenção de resultados superiores. E você pode até mesmo utilizar o próprio sistema de irrigação para aplicar um fertilizante de qualidade no seu pomar.
Essa técnica é conhecida como fertirrigação. Veja as vantagens:
- Economia de mão de obra;
- Redução de atividades de pessoas e/ou de máquinas na área de cultivo;
- Aplicação de nutrientes restrita ao volume molhado onde se encontra a região de atividade das raízes;
- Possibilidade de adaptar as quantidades e concentrações dos nutrientes à necessidade das plantas em função de seu estágio fenológico e das condições climáticas;
- Redução da incidência de patógenos e queima das folhas, já que as plantas são mantidas secas.
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Defensivos agrícolas
Para produzir bananas perfeitas, além da fertilização balanceada e do manejo adequado, é preciso utilizar defensivos agrícolas de qualidade.
O uso sustentável dos defensivos agrícolas deixa sua lavoura protegida e, segundo a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), garante ganhos de até 40% na produtividade.
E o segredo está no uso orientado desses produtos, com análise focada em suas necessidades. O uso de defensivos naturais também é uma alternativa eficiente no controle da qualidade dos seus produtos. Clique aqui para receber uma receita gratuita.
Acabe com as doenças da banana
Descubra como eliminar as doenças da banana. Aproveite o nosso guia para se informar e, assim, produzir bananas sadias e cada vez mais lucrativas.
Sigatoka-negra
A sigatoka-negra é a principal doença da banana. Ela afeta quase todas as variedades comerciais e pode provocar a perda total da produção.
Causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet, a sigatoka-negra é uma doença foliar. Seus primeiros sintomas aparecem na face inferior da folha, como estrias de cor marrom, que evoluem para estrias negras. Em estágios mais avançados, a doença causa a necrose precoce da área foliar afetada.
Sigatoka-amarela
A sigatoka-amarela, também chamada de cercosporiose da bananeira, mal-das-folhas, manchas-das-folhas, ferrugem-das-folhas e queima-das-folhas, é outra doença muito importante na cultura da banana.
Causada pelo fungo Mycosphaerella musicola, Leach, a sigatoka-amarela é mais uma doença foliar. Seus sintomas aparecem como uma leve descoloração em forma de ponto entre as nervuras secundárias da segunda à quarta folha, a partir da vela (folha mais nova da bananeira, que se encontra ainda enrolada).
Com o passar do tempo, as pequenas estrias amarelas passam para marrom e,em seguida, para manchas pretas, necróticas, circundadas por um anel amarelo, de forma alongada.
Manejo de controle da sigatoka-amarela e da sigatoka-preta
Só o manejo integrado é capaz de controlar a disseminação da sigatoka-amarela e da sigatoka-preta no bananal. Anote 5 dicas primordiais:
- Escolha cultivares resistentes às doenças;
- Faça a desfolha sanitária, eliminando as folhas infectadas;
- Realize a drenagem rápida de qualquer excesso de água;
- Controle as plantas daninhas;
- Mantenha suas plantas bem nutridas. Assim elas serão capazes de se recuperar rapidamente de eventual perda foliar.
Mal-do-panamá
O mal-do-panamá ou fusariose-da-bananeira é uma doença causada pelo fungo de solo Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Seus sintomas aparecem tanto pelo lado externo das plantas, quanto pelo interno.
Na parte externa, você vai perceber o amarelecimento e a murcha das folhas, começando pelas mais velhas e evoluindo em direção às mais novas. Outro sintoma externo facilmente visível é a formação de rachadura na base do pseudocaule.
Já na parte interna, os danos só são visíveis quando se corta o pseudocaule. Se o corte for no sentido horizontal, você vai ver que o centro é claro e sem sintomas, e que os vasos distribuídos nas laterais são de cor marrom.
Mas, se o corte for no sentido vertical, você vai ver uma linha marrom contínua, que é o vaso infectado.
Alternativas de controle para o mal-do-panamá
Se o seu bananal tiver plantas que apresentam os sintomas da doença, elimine-as o mais rápido possível, com a ajuda de herbicidas.
Essa medida evitará a propagação do fungo. Além disso, para assegurar a contenção, aplique cal hidratada ou calcário na área erradicada.
Mas, mesmo que as suas plantas não apresentem sintomas, anote 3 dicas importantes para prevenir a doença:
- Utilize mudas sadias e livres de nematoides;
- Mantenha a população de nematoides sob controle. Isso porque, ao causar ferimentos nas raízes das plantas, eles abrem portas para o fungo causador do mal-do-panamá.
- Deixe sempre as plantas bem nutridas, com uma boa relação entre potássio, cálcio e magnésio.
Moko
O moko ou murcha-bacteriana-da-bananeira é uma doença causada pela bactéria Ralstonia solanacearum, raça 2.
Essa é uma doença letal, que provoca a morte das bananeiras, independente da idade delas.
Assim como no mal-do-panamá, os sintomas do moko são externos e internos.
Na parte de fora, você vai perceber que uma das três folhas mais novas vai ficando verde-clara ou amarela, depois murcha e se quebra próxima ao pseudocaule. Em plantas com cacho, o coração e a ráquis secam.
Já na parte interna, o principal sintoma é a descoloração vascular no centro do pseudocaule. Na polpa das bananas, também há sintomas, que são podridões secas de cor marrom a preta. Esses sintomas diferenciam claramente o moko do mal-do-panamá.
Medidas de combate ao moko
Para prevenir o moko, evite a entrada de mudas infectadas, pois elas são o principal meio de propagação da doença.
Entretanto, se já foi constatada a presença da bactéria na sua propriedade, elimine as plantas doentes já de cara.
Depois, desinfete as ferramentas utilizadas nos tratos culturais e ensaque os cachos. Outra coisa: impeça as capinas, tanto manuais quanto mecânicas. Tudo isso para evitar a disseminação da doença.
Mosaico-da-bananeira
O mosaico-da-bananeira é uma doença causada pelo vírus-do-mosaico-do-pepino (Cucumber mosaic virus, CMV).
Esse vírus é transmitido por pulgões a partir de plantas infectadas, como as plantas daninhas rabo de cachorro, trapoeraba, maria-mole ou andaca (Commelina spp.) e outras plantas hospedeiras, como cucurbitáceas (abóbora, melancia, etc.), fabaceae (feijão) e solanáceas (tomate, pimentão, etc.) para a bananeira.
Fique atento se observar alguns desses sintomas nas folhas: estrias amareladas ou esverdeadas entre as nervuras (que podem ser confundidas com a deficiência de zinco), enrolamento dos bordos e também a formação de mosaico, isto é, áreas com diferentes colorações de verde e amarelo.
Em períodos frios, com temperaturas abaixo de 24 °C, ainda pode ocorrer a podridão das folhas centrais no interior do pseudocaule e até a morte de plantas. As plantas infectadas podem não produzir frutos, e esses podem apresentar manchas ou anéis necróticos.
Em infestações severas, as plantas produzem cachos ou frutos malformados, pouco desenvolvidos e com maturação irregular.
Como combater o mosaico-da-bananeira
Para controlar o vírus, adote as seguintes medidas:
- Use mudas livres de vírus;
- Evite o cultivo de cucurbitáceas e solanáceas nas proximidades da cultura;
- Elimine plantas daninhas dentro e em volta do bananal;
- Elimine as bananeiras infectadas com CMV;
- Procure manter baixa a população de pulgões nas áreas vizinhas;
- Quando utilizar mudas micropropagadas, espere que elas atinjam 1 m de altura antes de plantá-las no campo.
Estrias-da-bananeira
As estrias-da-bananeira são provocadas pelo vírus-das-estrias-da-bananeira (Banana streak virus, BSV), transmitido por cochonilhas e por mudas infectadas.
Os sintomas são, como se é de imaginar, estrias amareladas nas folhas, que acabam ficando necrosadas. As plantas acabam não se desenvolvendo direito.
Infelizmente, não existe método que permita eliminar esse vírus de plantas infectadas. Portanto, as medidas de controle são basicamente a utilização de mudas sadias, a eliminação de plantas infectadas e o controle da cochonilha.
Como eliminar as pragas da banana
Saiba como eliminar as principais pragas da banana com as nossas dicas. Depois, é só correr para o abraço:
Abelha-irapuá
A abelha-irapuá, abelha-arapuá ou abelha cachorro (entre diversos outros nomes) possui coloração preta e mede cerca de 5,0-6,5 mm de comprimento.
Ela aparece para atazanar os bananais na fase de floração. O ataque às flores e aos frutos jovens provoca o aparecimento de lesões irregulares, principalmente ao longo das quinas. Isso diminui muito o valor comercial das bananas.
Combate à abelha-irapuá
O que pode diminuir os danos causados pela abelha é o ensacamento dos frutos, a retirada do coração após formar cacho e a captura e transporte dos ninhos para áreas distantes do bananal.
Moleque-da-bananeira
O moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus), também chamado de broca-do-rizoma ou broca-da-bananeira, é um besouro preto que mede cerca de 11 mm de comprimento e 5 mm de largura.
Esse besouro aparece durante a noite. Durante o dia, você só vai encontrá-lo em ambientes úmidos e escuros, como touceiras, moitas e restos de plantas.
Mas o que deve te deixar atento é o aparecimento das larvas e das pupas do moleque-da-bananeira nas plantas. Elas são de coloração branca e fazem um verdadeiro estrago, abrindo galerias no rizoma.
Controle do moleque-da-bananeira
Para eliminar o moleque-da-bananeira da sua produção, o ideal é utilizar mudas sadias para o plantio, pois a principal forma de disseminação da praga é por meio de mudas infestadas.
Por isso, todo cuidado é pouco na hora de escolher as mudas para o transplantio. Dessa forma, realize uma inspeção rigorosa dos rizomas, fazendo o descortinamento (limpeza), com o objetivo de remover ovos e larvas presentes. E se você encontrar mudas já seriamente comprometidas pelas galerias abertas pelas larvas, descarte-as imediatamente.
Depois, retire rapidamente as mudas selecionadas e limpas para a nova área de plantio. Isso evitará a reinfestação.
Além disso, antes do transplantio das mudas, faça a imersão delas em água a 54°C durante 20 minutos.
Armadilhas para o moleque-da-bananeira
Para fazer armadilhas para o inseto, você pode utilizar o próprio pseudocaule das bananeiras. Veja o passo a passo em Moleque-da-bananeira: alternativas de controle.
Nematoides
Nematoides são vermes presentes no solo, que atacam as raízes da bananeira, causando deformações conhecidas como galhas e provocando doenças.
E pasmem! São mais de 43 tipos de nematoides que atacam a bananicultura no Brasil. Já deu para imaginar a importância dessa praga na cultura, não é?
As plantas ficam, de maneira geral, mal desenvolvidas, sem conseguir absorver os nutrientes necessários para a boa produtividade.
Como eliminar os nematoides
Infelizmente, é quase impossível eliminar os nematoides do solo. O que se pode fazer é controlar a população, de forma que fique baixa o suficiente para uma convivência razoável, por assim dizer.
As fases de análise e de preparo do solo são importantíssimas para identificar a presença dessa praga e já combatê-la nesse processo inicial.
Sendo assim, expor o patógeno ao contato direto com o sol, após a aração é super relevante. Fazer a solarização é ainda mais eficiente e tem a vantagem de manter as características biológicas vitais do solo.
Na renovação do pomar, destrua os restos culturais e repita essa operação.
Mas se você já detectou plantas severamente infectadas em sua propriedade, faça o seguinte: elimine essas plantas e queime as raízes atacadas.
Tripes-da-ferrugem
Os tripes-da-ferrugem são insetos muito pequenos que colocam seus ovos nos frutos. Dessa maneira, as larvas, quando eclodem, se alimentam da epiderme da banana.
As áreas atacadas ficam esbranquiçadas e, à medida que o fruto se desenvolve, a casca perde o brilho e torna-se marrom-avermelhada e áspera, como uma ferrugem.
Isso não afeta a polpa da banana, mas diminui o seu valor comercial consideravelmente.
Para controlar esses insetos, é necessário fazer o ensacamento do cacho e eliminar as plantas hospedeiras, como a Commelina sp. e a Brachiaria purpurascens.
Tripes-da-flor
Os tripes-da-flor ou tripes-da-erupção-dos-frutos causam danos que se manifestam nos frutos em desenvolvimento, na forma de pontuações marrons e ásperas, resultantes da oviposição dos insetos.
Esse aspecto não interfere na qualidade das frutas, mas reduzem o seu valor comercial.
Como no caso dos tripes-da-ferrugem, a alternativa de controle é o ensacamento dos cachos.
Colheita e pós-colheita
A colheita é realizada cortando os cachos quando as bananas estiverem de vez. E atenção: cuide bem desse processo, não amontoando os cachos uns sobre os outros, para que não fiquem machucados ou manchados pela nódoa que escorre das partes feridas.
Coloque as frutas em tanques de lavagem com detergente comum. Esse procedimento estanca o látex e previne a ocorrência de doenças.
Então acondicione as bananas em caixas apropriadas, de madeira ou de plástico, para serem transportadas de maneira cuidadosa, se possível em veículos refrigerados.
Até a sua comercialização, conserve as bananas em câmaras frigoríficas com temperatura de 13 °C a 15 °C e umidade relativa do ar de 90%.
E aí? Gostou das nossas dicas? Ficou alguma dúvida? Clique aqui e receba uma consultoria voltada para as suas necessidades. Vamos construir, juntos, uma agricultura de sucesso!
E continue nos acompanhando! Bons lucros e até a próxima!
Veja também: Moleque-da-bananeira: alternativas de controle
Como plantar banana: 7 passos para você acertar a mão
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Referências
Banana. Coleção 500 perguntas 500 respostas. Embrapa Mandioca e Fruticultura. Brasília, 2012
Como cultivar a bananeira. ABC da Agricultura Familiar. Embrapa Informação Tecnológica. Brasília, 2006.
Cultivo de bananeira. Manual técnico 82. CDRS. Campinas, 2020
Cultivo e produção de banana. Cartilha Esalq/ USP. Piracicaba, 2016.
Importância e métodos de controle do “moleque” ou broca-do-rizoma-da-bananeira. Circular Técnica 17. Embrapa Agroindústria Tropical
Manejo da broca-do-rizoma da bananeira. Embrapa Mandioca e Fruticultura.