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Forrageiras: saiba tudo para cultivá-las

forrageiras

Você vai iniciar o cultivo de forrageiras para o gado, mas não sabe por onde começar?

Ou ainda: já tem uma pastagem formada, mas está vendo que ela não tem o resultado esperado?

Pois saiba que você precisa cuidar muito bem da sua lavoura, para que os nutrientes sejam aproveitados da melhor maneira possível pelos seus animais.

Neste texto, vamos tratar especificamente de forrageiras gramíneas, especialmente aquelas utilizadas como pastagem.

Vamos focar no passo a passo com a melhor maneira de implantá-la e também de realizar o manejo.

Veja tudinho navegando pelos itens abaixo.

Mas, antes, clique aqui e saia na frente, com 5 dicas gratuitas para ter pastagem o ano todo.

O que são plantas forrageiras?

Análise de solo

Formação de pastagem

Preparo da área

Sementes

Adubação de plantio

Como saber se nasceram plantas de capim suficientes?

Quais são as plantas forrageiras?

Forrageiras gramíneas

Dicas de manejo

o que são forrageiras
Forrageiras: saiba tudo para cultivá-las. — Foto: Juliana Sussai/ Embrapa

O que são plantas forrageiras?

Antes de tudo, vamos esclarecer o que caracteriza uma planta como forrageira. Trata-se basicamente de plantas que são utilizadas para a alimentação animal.

E elas são consideradas uma das formas mais econômicas de se nutrir o gado, garantindo alimento em grande parte do ano.

Você pode utilizar uma forrageira para a formação do pasto e também cultivá-la para servir aos animais.

Aqui, vamos abordar as forrageiras para uso na formação do pasto, com exceção do BRS Capiaçu. Saiba mais sobre o seu cultivo aqui.

Análise de solo

Agora que você sabe o que são plantas forrageiras e se interessou em cultivá-las, saiba que há uma etapa muito importante a ser feita antes de iniciar a preparação do solo.

Se você já é agricultor, sabe que a análise do solo não deve ser encarada como gasto extra, mas como investimento, pois é crucial para determinar todas as decisões tomadas para o cultivo de plantas. 

Mas como retirar as amostras de solo para análise? Tome nota do que fazer em caso de pastagem:

Para começar, saiba que uma amostra de solo deve representar da melhor maneira possível a área a ser trabalhada. Portanto, evite manchas de solo, formigueiros, leiras, aceiros, entre outros.

Além disso, se a área for declivosa, é preciso separar amostras da parte alta e também da parte baixa.

Então, mãos à obra: retire 20 partes ao acaso na área, independente do seu tamanho (seja 10 ha ou 100 ha).

Desse modo, colete o solo em duas profundidades: dos primeiros 20 cm (0 a 20 cm) e depois aprofunde um pouco mais: de 20 a 40 cm. Isso é muito importante para obter informações sobre a acidez superficial.

Formação de pastagem 

Como dissemos, é muito importante que você faça a análise de solo antes de qualquer tomada de decisão para o cultivo de forrageiras na sua área.

Além disso, outros passos importantes para uma formação de pastagem de sucesso é o preparo da área e também a escolha das sementes. Veja como fazer:

Preparo da área

Ao escolher a área para o plantio da sua forrageira, você precisa levar em conta que esta área deve ter sido utilizada anteriormente para a pecuária ou agricultura, ou seja, escolha uma área com este histórico e que esteja abandonada ou subutilizada.

Considerando estas questões, faça um preparo mais cuidadoso, com o uso da grade aradora (grade pesada) ou o uso da grade niveladora.

Se for fazer isso de forma mecânica, procure fazer a semeadura o mais breve possível. 

Sabe por que isso é importante? Para que o solo não fique descoberto, exposto ao sol e à chuva, pois isso pode causar erosão, compactação e perda de matéria orgânica.

Entretanto, se você viu que, no processo de limpeza e nivelação, houve a incorporação de muitas plantas daninhas e/ou restos da cultura anterior, aí a recomendação é diferente.

Isso porque é necessário esperar o apodrecimento desse material vegetal antes do plantio, pois a fermentação pode fazer com que as sementes não germinem.

forrageiras pastagem
O preparo da área é uma etapa muito importante. — Foto: Allan Kardec Braga Ramos/ Embrapa

Sementes 

A escolha das sementes adequadas é muito importante para garantir o sucesso do plantio da sua forrageira.

Portanto, invista em sementes certificadas, adquiridas de empresas idôneas. De preferência, procure a orientação de um técnico competente. Ou seja, não fique somente com as informações fornecidas pelo vendedor.

Além disso, ao escolher o lote de sementes, leve em conta o %VC (porcentagem de valor cultural), que mede o percentual de sementes puras capazes de germinar naquele lote, ou seja, quanto maior, melhor.

Essa informação vem na embalagem das sementes (caso não esteja lá, significa que a semente não é certificada).

Armazenagem

De preferência, faça o plantio das sementes o mais breve possível após a compra.

No entanto, se você precisar guardá-las, seja muito cuidadoso: escolha um local seco, protegido da umidade e do calor excessivo e sem contato direto com o chão (é melhor que fique sobre estrados).

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Profundidade de plantio

Na hora de fazer o plantio, atente-se à profundidade que as sementes devem ser inseridas.

Isso porque quando as sementes são enterradas em profundidades maiores que as recomendadas, as sementes podem até germinar, mas a plantinha de capim  não tem força para chegar até a superfície do solo e acaba morrendo antes de emergir.

Por outro lado, quando as sementes ficam descobertas, pode haver grandes perdas, pois elas podem ser destruídas por pássaros e insetos.

Além disso, mesmo quando conseguem germinar, muitas plantinhas de capim ressecam e morrem. 

Dessa forma, é necessário que as sementes sejam cobertas por uma fina camada de solo.

E atenção: se o plantio for feito a lanço, vale a pena passar grade ou rolo compactador/compressor (por exemplo, formado por pneus velhos), logo em seguida ao plantio. 

Dessa maneira, as sementes são enterradas levemente no solo, melhorando a germinação e a emergência do capim.

Adubação de plantio

Para fazer a adubação de formação da pastagem, você precisa levar em conta o resultado da análise de solo e também, é claro, o tipo de forrageira a ser implantado.

De maneira geral, os capins são exigentes em fósforo nos primeiros dias.

Portanto, vale a pena apostar em uma adubação fosfatada, com preferência a fontes de fósforo simples, como superfosfato simples, superfosfato triplo, MAP, DAP, entre outras.

Tire suas dúvidas sobre adubação gratuitamente aqui.

Como saber se nasceram plantas de capim suficientes?

Assim que as plantinhas de capim aparecerem, você precisa averiguar se elas são suficientes para a formação da pastagem.

Para essa avaliação, faça o seguinte: três semanas após a semeadura, ande pela pastagem por diversos pontos, contando, em cada um dos pontos, o número de plantinhas de capim que aparecem em uma área de um metro quadrado (1 m x 1 m) de solo. 

Para você ter uma ideia e saber se a quantidade encontrada está dentro do esperado, veja na tabela abaixo o número mínimo para os principais tipos de pastagem (mais adiante, vamos detalhá-las):

Gênero Número mínimo de plantas por m²
Brachiaria 15 a 20 
Panicum20  40

Mas o que fazer se o local estiver com muitas falhas? Nesse caso, semeie novamente as áreas falhas ou, em casos mais drásticos, faça a ressemeadura total da área.

Quais são as plantas forrageiras?

Existem dois grupos principais de plantas forrageiras: as gramíneas (capins) e as leguminosas.

As gramíneas são de origem africana e as leguminosas são originárias aqui da América do Sul.

Neste texto, vamos abordar com detalhes as principais forrageiras gramíneas amplamente utilizadas para formar pastagem no país (além do capim elefante BRS Capiaçu, tecnologia da Embrapa recomendada para uso como capineira ou como silagem, devido ao seu porte alto).

Para te ajudar a entender melhor sobre cada uma delas, deixamos aqui uma espécie de catálogo, com um raio X sobre o cultivo e também sobre as vantagens que elas oferecem ao produtor.

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Forrageiras gramíneas

Vamos conhecer com detalhes as forrageiras gramíneas selecionadas por serem amplamente utilizadas, por seu alto valor nutritivo e resistência, ou seja, com grande potencial de resultados na nutrição de animais.

Braquiárias

Os capins do gênero brachiaria dispensam apresentações, já que são as principais pastagens do Brasil.

As forrageiras com este nome têm boa adaptabilidade no cerrado e no clima tropical.

Veja mais sobre o cultivo das espécies Brachiaria decumbens (braquiarinha), Brachiaria brizantha e Brachiaria humidicola, bem como os detalhes de algumas de suas cultivares:

Brachiaria decumbens (braquiarinha)

forrageiras braquiarinha
Cultivar Basilisk da braquiarinha. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

Sendo excelente opção tolerante à seca, tem como principal cultivar a Basilisk, que pode alcançar até 1 metro de altura.

Onde cultivar: em todo o país.

Local indicado: região montanhosa, com solo de baixa e média  fertilidade,

Dicas de plantio

Para a semeadura, são necessários entre 3 e 4 kg de semente puras viáveis por hectare. Faça o plantio entre 2 e 5 cm de profundidade, usando plantadeira ou fazendo o plantio a lanço, seguido de gradagem niveladora. Pode ser utilizada sob lotação contínua ou rotacionada.

Vantagens da braquiarinha: tolerância a solos ácidos e de baixa fertilidade, além de adaptabilidade em áreas com topografia montanhosa.

Restrições: é suscetível à cigarrinha das pastagens e pode causar fotossensibilização, especialmente em bezerros desmamados. 

Brachiaria brizantha

Conheça as principais cultivares do gênero: marandu, paiaguás, piatã e xaraés:

Marandu

marandu forrageiras
Capim marandu. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

O Marandu, conhecido como braquiarão ou brizantão, é, atualmente, a forrageira mais cultivada no Brasil.

Onde cultivar: em todo o país, especialmente em regiões com bom regime de chuvas.

Local adequado: solo de média e alta fertilidade

Dicas de plantio 

Para a semeadura, a Embrapa recomenda, no mínimo, 4 kg de SPV/ha (sementes puras viáveis por hectare), semeadas de 3 a 6 cm de profundidade, seguida de compactação leve. 

Vantagens do capim marandu: tem alta produção de forragem, é adequado para uso como pasto vedado, tem boa cobertura do solo e é tolerante às principais espécies de cigarrinhas.

Paiaguás

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Capim paiaguás. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

A BRS Paiaguás é uma boa opção de pastagem para a época seca do ano. Entretanto, essa cultivar sofre danos intermediários com a cigarrinha-das-pastagens Notozulia entreriana e dano severo com a Mahanarva fimbriolata. Sendo assim, evite seu cultivo em áreas com histórico de ataque dessas pragas.

Onde cultivar: em todo o país, desde que em regiões com bom regime de chuvas.

Local adequado: solo de média e alta fertilidade

Dicas de plantio

Você tem 3 formas de cultivo para escolher (e se dar bem):  em sistema convencional, com preparo do solo, em plantio direto ou sistema de integração lavoura-pecuária. 

Para boa formação, são necessários entre 3,5 e 5 kg de SPV/ha. Enterre as sementes entre 3 e 6 cm de profundidade, usando plantadeira ou fazendo o plantio a lanço, seguido de gradagem niveladora.

Vantagens do capim paiaguás: tem bom valor nutritivo e é uma boa opção para sistemas de integração lavoura-pecuária.

Piatã

piatã
Capim piatã. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

A BRS Piatã é uma gramínea que tem boa produção de forragem. Suas folhas não têm pelos, mas são ásperas na parte de cima e possuem bordas cortantes. 

Ela é considerada pela Embrapa como a melhor braquiária para a engorda (lembrando que não existe capim “milagroso”), por proporcionar alto valor nutritivo e maior ganho de peso aos novilhos, reunindo melhores condições para a fase de acabamento.

Onde cultivar: em todo o país, desde que em regiões com bom regime de chuvas.

Local adequado: solo de média e alta fertilidade.

Dicas de plantio

Como no caso da cultivar BRS Paiaguás, você tem 3 formas de cultivo para escolher (e se dar bem):  em sistema convencional, com preparo do solo, em plantio direto ou sistema de integração lavoura-pecuária. 

Utilize 4 kg de SPV/ha. O plantio deve ser feito entre 2 e 5 cm de profundidade, a lanço ou usando plantadeira, seguido de gradagem niveladora

Vantagens do capim piatã: forragem com bom valor nutritivo, elevada proporção de folhas e colmos finos, sendo boa alternativa para sistemas de integração lavoura-pecuária.

Xaraés

xaraes
Capim xaraés. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

Onde cultivar: pode ser cultivada em todo o país, mas é indicada para regiões de clima tropical úmido.

Local adequado: solo de média e alta fertilidade

Dicas de plantio

Para semear, você precisará de, no mínimo, 4,5 kg de SPV/ha, distribuídas de 3 a 6 cm de profundidade seguida de compactação leve.

Vantagens do capim xaraés: proporciona alta produção de forragem, tem rápida rebrota e florescimento tardio, prolongando o período de pastejo.

Brachiaria humidicola

As forrageiras do gênero humidícola apresentam como característica um bom rendimento em solos úmidos e mal drenados. 

A humidícola comum tem estabelecimento mais lento que as demais; entretanto, uma vez implantada, cobre completamente o solo, impedindo a entrada de invasoras e controlando a erosão.

Agora veja alguns detalhes da cultivar BRS Tupi:

BRS Tupi

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Capim tupi. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

A BRS Tupi tem porte mediano (50 a 75 cm), florescimento mais precoce (primavera/ verão), perfilhamento mais intenso e denso e lâminas foliares mais longas e estreitas do que a humidicola comum. 

Onde cultivar: pode ser cultivada em todo o país, mas é indicada para regiões de clima tropical úmido.

Local indicado:  áreas úmidas de baixa a média fertilidade.

Dicas de plantio

Para semear, utilize de 4-5 kg/ha de sementes puras viáveis (SPV) e semeie na profundidade entre 3 e 5 cm. Além disso, maneje-a sob lotação contínua, mantendo uma altura média do pasto de 10-15 cm. 

Vantagens do capim tupi: tem resistência à cigarrinha das pastagens e é opção para áreas sujeitas a alagamentos temporários.

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Panicum

As forrageiras do gênero Panicum são conhecidas por sua altíssima produtividade, mas, em contrapartida, são exigentes em solo com alta fertilidade.

Suas principais cultivares do gênero são os capins mombaça, tanzânia e massai. Veja um pouco sobre cada um deles:

Massai

massai
Capim massai. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

O capim Massai forma touceiras com altura média de 60 cm, caracterizando-se por apresentar colmos e folhas finas, quebradiças e sem cerosidade. 

Apresenta boa produção de forragem, estabelecimento e rebrota rápidos e média tolerância ao frio, mas tem baixa tolerância a solos encharcados.

Onde cultivar: praticamente em todo o país.

Local indicado: solos de alta fertilidade natural ou preparados e corrigidos após análise.

Dicas de plantio

A semeadura recomendada é de 2 a 2,5 kg de sementes puras viáveis -SPV/ha em condições ideais e de 3,0 a 4,5 kg/ha de SPV sob plantio direto. Faça a semeadura de 2 a 5 cm de profundidade. 

Vantagens do capim massai: tem boa resistência às cigarrinhas das pastagens, maior tolerância ao alumínio no solo em relação a outras forrageiras do mesmo gênero, possui alta proporção de folhas, é boa opção para a fenação e é indicado para bovinos, ovinos, caprinos e equinos.

Mombaça

mombaça
Capim mombaça. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

Mombaça é um capim alto, que pode alcançar 1,60 m de altura, apresenta folhas largas e longas, com poucos pelos curtos na face superior, com colmos levemente arroxeados.

Onde cultivar: em praticamente todo o país, desde que em regiões com bom regime de chuvas, sem invernos rigorosos.

Local indicado: solos de alta fertilidade natural ou preparados e corrigidos após análise.

Dicas de plantio

Para o plantio, você precisa fazer uso de, no mínimo, 3 kg de sementes puras viáveis-SPV/ha, semeadas de 2 a 5 cm de profundidade. 

Vantagens do capim mombaça: tem alto valor nutritivo, elevada produtividade de matéria seca e alta capacidade de produção animal por área, devido à elevada capacidade de suporte.

Tanzânia

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Capim tanzânia. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

A cultivar Tanzânia é originária do país africano de mesmo nome. É uma forrageira cespitosa (de muitos caules, que forma touceiras), com altura de até 1,30 m, folhas decumbentes (que se deitam sobre o solo), com 2 a 2,6 cm de largura, colmos levemente arroxeados, folhas e bainhas sem pelos. 

Onde cultivar: em todo o país, desde que o solo não seja de baixa fertilidade e não haja possibilidade de encharcamentos.

Local indicativo: solos de alta fertilidade natural ou preparados e corrigidos após análise.

Dicas de plantio

Para o plantio de Tanzânia, faça o uso de, no mínimo, 3,0 kg/ha de sementes puras viáveis, semeadas de 2 a 5 cm de profundidade e incorporadas com grade niveladora ou plantadeira. Prefira utilizá-la em pastos rotacionados.

Vantagens do capim tanzânia: apresenta resistência às cigarrinhas, tem bom estabelecimento inicial, tem alto valor nutritivo e alta resposta à adubação nitrogenada. 

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Andropogon

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Andropogon gayanus cultivar BRS Sarandi. — Foto: Carlos Eduardo Lazarini da Fonseca/ Embrapa

A forrageira gramínea Andropogon gayanus é uma excelente opção de capim resistente à seca, com resistência à cigarrinha das pastagens e alto poder de rebrota.

Onde cultivar: em regiões onde não haja invernos muito rigorosos.

Local indicado: solo com baixa fertilidade.

Vantagens do capim Andropogon: tem boa tolerância à seca. Solos com baixa fertilidade e água escassa podem fazer uso desse tipo de forrageira. A melhor época para formação é no período das águas, devido às chuvas. Tem médio teor de proteína e a utilização do sistema de pastejo rotacionado é uma boa forma de manutenção. 

Diversificação

Você também pode fazer uma diversificação na sua propriedade, optando por cultivar determinados tipos de capim de acordo com o seu rendimento em cada tipo de solo. Veja os exemplos abaixo:

Para solos de alta fertilidade natural ou preparados e corrigidos após análise: tanzânia, mombaça, massai, xaraés, piatã e marandu.

Solos de menor fertilidade: andropogon, decumbens (braquiarinha) e humidícola.

Para solos mal drenados: humidícola.

Mas existem ainda outros tipos de capim. Veja abaixo um pouco sobre o capim elefante.

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Capim elefante

BRS Kurumi

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Capim kurumi. — Foto: Antonio Vander Pereira/ Embrapa

A BRS Kurumi é uma cultivar de capim elefante da Embrapa obtida por meio de cruzamentos de materiais de porte normal e de porte baixo, predominando a altura mais baixa, facilitando o manejo.

Sendo assim, ele apresenta colmos com internódios curtos e alta produção de folhas.

Entretanto, vale lembrar que esta é uma cultivar suscetível ao ataque das cigarrinhas.

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Onde cultivar: em todo o país, mas principalmente na região Sul

Local indicado: solos de alta fertilidade natural ou preparados e corrigidos após análise.

Dicas de plantio

O capim Kurumi é propagado por meio de estacas vegetativas, sendo recomendado para uso em sistema de pastejo rotacionado. Ele também pode ser usado como picado verde ou silagem. Realize o plantio em sulcos espaçados de 50 a 70 cm e os colmos distribuídos ao longo dos sulcos.

Vantagens do capim Kurumi: tem alto potencial de produção de forragem com excelentes características nutricionais, possibilita a intensificação da produção com menor uso de concentrados e tem elevada relação folha:colmo.

BRS Capiaçu

brs capiaçu
A BRS Capiaçu é uma forrageira de alto rendimento e baixo custo. Foto: Ledo, Francisco/ Embrapa

A cultivar BRS Capiaçu é um capim de porte alto, touceiras de formato ereto, lâmina foliar larga e de cor verde, além de bainha da folha de cor verde-amarelada.

O Capiaçu apresenta maior produção de matéria seca total (50 t/ha.ano) e melhor qualidade da forragem quando comparada às demais cultivares de porte normal, embora seja suscetível à cigarrinha das pastagens.

Onde cultivar: regiões de clima tropical, sendo indicada para o Bioma Mata Atlântica.

Local indicado: solos de alta fertilidade natural ou preparados e corrigidos após análise.

Dicas de plantio

O Capiaçu é propagado por meio de estacas vegetativas, sendo recomendado para uso sob forma de capineira, podendo também ser usada para a produção de silagem. Veja também: Milho para silagem

O plantio deve ser realizado em sulcos espaçados de 0,80 a 1 m (se a colheita for manual) ou de 1,20  (se a colheita for mecanizada) e os colmos distribuídos ao longo dos sulcos.

Saiba mais sobre o plantio em: Como plantar Capiaçu.

Vantagens do capim Capiaçu: possui alta produtividade de forragem, adapta-se de forma excelente ao corte mecanizado, produz silagem de boa qualidade, tem elevada resistência ao tombamento. Devido ao seu alto potencial de produção, esta cultivar pode ser usada, inclusive, para a produção de biomassa energética.

Por fim, para te ajudar no planejamento, preparamos uma planilha de custos detalhada para o plantio da BRS Capiaçu. Clique aqui para recebê-la gratuitamente.

Dicas de manejo

Independente da forrageira escolhida, o mais importante é realizar um manejo adequado, para que você obtenha o máximo de resultado com ela. 

Sim! O que vale mesmo é adequar o potencial das suas plantas com a realidade da sua área. Então fique atento às dicas:

Quando fazer o primeiro pastejo?

Você sabia que o primeiro pastejo ajuda na formação da pastagem? Esse momento é importante para estimular o perfilhamento basal do capim, ou seja, para aumentar o diâmetro das touceiras do capim.

Sendo assim, não cometa o erro de manejo mais comum na formação de pastagem, que é justamente demorar demais para colocar o gado para fazer o pastejo.

Isso acontece muitas vezes pelo fato de aguardar a sementeação do capim. 

Entretanto, saiba que, sobretudo em capins com hábito entouceirado (exemplo: capim mombaça), o pastejo tardio estimula o envaretamento, isto é, o alongamento excessivo dos colmos, além do acamamento das touceiras de capim. 

Por fim, isso acaba diminuindo o diâmetro das touceiras de capim e, por consequência,  a eficiência de uso da forrageira.

Primeiro pastejo

Considerando estas questões, quando, afinal, se deve colocar os animais para o primeiro pastejo?

O ideal é que o primeiro pastejo seja feito antes do florescimento, normalmente entre 45 e 80 dias após a semeadura (quando o capim atingir cerca de 40 cm de altura), com animais jovens, pois são mais leves.

Mesmo assim, pode acontecer de os bois arrancarem algumas plantas com raiz e tudo. Não se assuste! Isso significa que essas plantas não seriam dominantes, ou seja, não teriam muitas raízes, tendo poucas chances de competir com plantas mais vigorosas.

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Adubação de cobertura

Capriche na adubação da forrageira, especialmente no período chuvoso, pois os nutrientes que as plantas recebem nessa época fazem toda a diferença na energia que elas serão capazes de dar ao gado.

Com esse propósito, os bioestimulantes SV Matriz e o SV Foglia têm papel fundamental na aceleração da brotação, o que vai reduzir o ciclo da planta, refletindo-se em maior produtividade em menos tempo. 

Isso é o que garante o sucesso em toda a cadeia produtiva. 

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Taxa de lotação

No manejo de pastagem, um item super importante é a taxa de lotação, isto é, a quantidade (número limitado) de animais por lote de pastagem.

Fazer este controle evita o subpastejo, que é quando o pasto (e todo o investimento feito para a sua manutenção) é desperdiçado.

Além disso, evita o superpastejo, ou seja, excesso de animais por forragem produzida.

De maneira geral, conforme sugestão da Embrapa, o número ideal seria 1 animal por hectare (considerando um animal que pesa aproximadamente 450 quilo/ peso vivo).

Mas, para que você adeque os animais na realidade que tem no momento, considere a seguinte conta simples: divida o número de animais que você tem pelo número de hectares de área de pastejo disponível. Exemplo: 120 animais em 60 hectares dá 2 animais por hectare.

A partir do resultado dessa conta, veja o que pode ser feito para chegar mais próximo do ideal para o consumo adequado da forrageira. Clique aqui e saiba mais sobre a taxa de lotação.

Altura das forrageiras

Já ouviu falar que  vaca não pode passar frio na canela? Sabe o que isso quer dizer? Que a altura da pastagem não pode baixar muito, pois o animal acaba consumindo o caule da planta, o que, por consequência, dificulta a rebrota.

O  ideal mesmo é não deixar a pastagem crescer demais também. Isso porque quando a pastagem cresce além do limite, resulta em um alimento fibroso e com baixo índice de proteína. 

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Controle da altura

Mas como fazer o controle, então? O tamanho do capim pode ser mensurado com uma simples régua de madeira com altura entre 1 metro e 1m20cm.

Você pode marcar em verde a altura da pastagem de entrada e, em vermelho, a pastagem de saída. Este é um método simples de manejo de pastagem sem custo, que traz grande efetividade para o produtor.

Abaixo, há uma tabela informativa adaptada a partir de uma tabela da Embrapa com as alturas médias (em centímetro) de entrada e saída dos principais capins utilizados em pastejos rotacionados:

CAPIMENTRADASAÍDA (maior fertilidade)Saída (menor fertilidade)
Gênero Brachiaria
Marandu251520
Xaraés301520
Piatã351520
Humidicola20510
Gênero Panicum
Massai452030
Mombaça903050
Tanzânia703050
Gênero Adropogon
Andropogon gayanus502535
Capim elefante
BRS Kurumi803540

Por fim, vale destacar o poder da adubação de cobertura no controle da altura das pastagens. O uso de bioestimulantes enraizadores dá condições para que as plantas se recuperem.

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Controle de pragas

cigarrinha forrageiras
Cigarrinha-das-pastagens é uma importante praga de forragaeiras. — Foto: Renata Silva/ Embrapa

Para finalizar, vamos deixar aqui um alerta: faça vistorias constantes no pasto para detectar o quanto antes a presença de insetos que possam danificá-lo,

Só a cigarrinha das pastagens, que é uma praga importante das pastagens, causa prejuízos que variam de centenas a dezenas de milhões de dólares por ano.

E como fazer o controle? Invista em uma adubação eficiente, de preferência com bioestimulantes. Dessa forma, as plantas ficarão mais fortes e resistentes, não sucumbindo facilmente aos ataques.

Os defensivos naturais também têm um papel de destaque nesse combate. Pensando nisso, a Safra Viva preparou uma receita especialmente para você. Clique aqui e receba gratuitamente.

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Foto: Gustavo José Braga/ Embrapa

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E continue nos acompanhando. Até a próxima!

Veja também: 

5 dicas gratuitas para ter pastagem o ano todo.

Hidroponia: saiba tudo sobre a técnica

Pimenta habanero: como plantar

Milho para silagem: os segredos do plantio

Referências

Bovinocultura de corte. Principais espécies forrageiras utilizadas em pastagens para gado de corte. Capítulo 19. Piracicaba: FEALQ, 2010.

Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa. Embrapa Gado de Leite. Brasília, 2016.

Fisiologia e manejo de plantas forrageiras. Documentos 85. Embrapa Rondônia. Porto Velho, 2004

Formação e manejo de pastagens. Comunicado Técnico 235. Embrapa Amazônia Oriental. Belém, 2012.

Gado de Corte. Coleção 500 perguntas 500 respostas. Embrapa Informação Tecnológica. Brasília, 2011.

Informações sobre a cultivar de capim-elefante BRS Kurumi. Comunicado Técnico 75. Embrapa Gado de Leite. Juiz de Fora, 2015.

Tipos de forrageiras para alimentação animal. Incaper