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Mandioca: saiba tudo sobre a nossa planta raiz


Você sabia que existe o Dia Nacional da Mandioca? Ele é comemorado em 22 de abril. Isso mesmo. No mesmo dia no Descobrimento do Brasil. E não. Isso não é uma coincidência.

Esse dia foi escolhido porque a mandioca já era muitíssimo popular por aqui quando os portugueses chegaram. Ou seja, ela é uma raiz legitimamente brasileira, ou, melhor dizendo, uma planta raiz.

Dá um baita orgulho ser produtor de mandioca e alimentar essa nação, não é mesmo? Então vem com a Safra Viva e descubra tudo o que é preciso para produzir mandiocas diferenciadas com mais lucratividade.

Neste texto, você terá acesso aos temas:

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Mandioca: saiba tudo sobre a nossa planta raiz. — Foto: Pixabay

Cultivo de mandioca no Brasil

Além disso, os preços estão em alta e a tendência é que continuem a se elevar. E a expectativa é que tanto o mercado interno quanto o externo tenham aumento na demanda. 

Isso significa que vale a pena investir nesse mercado potente e promissor.

Quando produzir mandioca?

Como bom brasileiro, você já deve imaginar que é possível plantar mandioca (Manihot esculenta Crantz) o ano todo. Entretanto, as condições ideais para o cultivo são temperaturas entre 20°C e 27°C. 

Isso porque as baixas temperaturas retardam a brotação, diminuem a taxa de formação de folhas e o peso seco da mandioca.

Mas quando plantar mandioca? A melhor época para o plantio, de modo geral, é no início da estação chuvosa. 

Nesse período, a umidade e o calor ajudam  na brotação, no enraizamento e no estabelecimento das plantas no campo. 

Como o Brasil é muito extenso, isso varia um pouco. Veja na tabela abaixo, disponibilizada pela Embrapa, qual a melhor época para o plantio de mandioca na sua região:

quando plantar mandioca
Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura

Variedades de mandioca

No Brasil, há mais de 4 mil variedades de mandioca catalogadas. Isso mesmo que você leu. QUATRO MIL.

É bem complicado listá-las em grupos, mas podemos enumerar as características das variedades de mandioca, de acordo com a sua finalidade: mandioca para consumo “in natura”, as chamadas mandiocas de mesa, mandioca para a indústria e mandioca utilizada na alimentação animal.

Mandioca de mesa

As mandiocas de mesa são também chamadas de mandiocas doces. São aquelas que têm ampla variedade de nomes: aipim, macaxeira, mandioca mansa, entre outras.

Há dois grupos de mercado em mandiocas para consumo: a mandioca amarela e a mandioca branca. Mas as características importantes para a escolha de cultivares de mesa são referentes à qualidade. Anote aí:

  • Tempo menor de cozimento das raízes;
  • Ciclo curto;
  • Ausência de fibras na massa cozida;
  • Resistência de deterioração pós-colheita (tempo de prateleira);
  • Facilidade de descascamento das raízes;
  • Raízes curtas e bem conformadas.

Mandioca para a indústria

mandioca para industria
A mandioca é utilizada para a produção de farinha e fécula. — Fotos: reprodução/ ABAM

Na indústria, podem ser utilizadas tanto cultivares de mandioca mansa quanto cultivares das chamadas mandiocas bravas ou amargas. Isso porque o ácido cianídrico (que faz mal ao consumo humano, quando em excesso) é liberado durante o processamento.

Nesse caso, a mandioca é utilizada principalmente na fabricação de farinha e de fécula, também conhecida como amido, tapioca ou goma. 

As características que devem ser levadas em conta na escolha de cultivares para a finalidade industrial são:

  • Alta produção
  • Raízes com polpa, córtex (parte entre a casca e a polpa; contra-casca) e película (epiderme ou casca) de coloração branca;
  • Ausência de cintas nas raízes;
  • Destaque fácil da película;
  • Raízes grossas e bem conformadas.

Mandioca para a alimentação animal

Na alimentação de animais domésticos, como bovinos, aves e suínos, toda a planta de mandioca é utilizada: as raízes são fonte de carboidrato e a parte aérea é fonte de carboidrato e também de proteína.

Com essa finalidade, as características a serem observadas na escolha de cultivares são:

  • Alta produtividade;
  • Alto teor de matéria seca;
  • Alto teor de proteína nas folhas;
  • Boa retenção foliar;
  • Baixo teor de ácido cianídrico. 

Cuidados com o solo

Escolha da área

Para o bom desenvolvimento das raízes, o solo ideal para o cultivo de mandioca é o de textura média, entre franco-arenosa e argilo-arenosa.

Mas, de modo geral, o que se deve levar em conta é a boa drenagem do solo. Isso porque encharcamentos do solo provocam apodrecimento das raízes. E aí, já viu o tamanho do prejuízo, né? 

A escolha da área de cultivo ainda deve levar em conta outros aspectos, como a declividade (ideal de cerca de 8% para cultivos mecanizados e de 15% para cultivos manuais) e a altitude (até 800 m).

Preparo do solo

Para o sucesso do seu plantio, capriche na preparação do solo. Faça a aração em uma profundidade de 15 a 20 cm, seguida de gradagem. Para essas operações utilize, de preferência, cultivadores, pois eles controlam o mato sem provocar revolvimento.

Uma dica simples e valiosa nesse processo é executar a preparação do solo em curva de nível (cortando as águas). Essa medida é importante para combater a erosão.

Mas se você for fazer o plantio manual, capriche na limpeza da área com o uso de uma enxada. E atenção: não utilize a queima no preparo do terreno!

Os cuidados com o solo são determinantes para o bom plantio de mandioca. — Foto: reprodução/ ABAM

Adubação de plantio

Para a adubação de plantio, você pode utilizar adubos orgânicos (estercos, tortas, compostos, adubos verdes e outros), que são excelentes fontes de nitrogênio.

Outra opção, a depender da análise de solo, é a adubação fosfatada. Nesse caso, o superfosfato simples e o superfosfato triplo são os adubos fosfatados mais utilizados.

Junto com o fósforo, pode ser aplicado potássio. Os adubos fosfatados mais utilizados são o cloreto de potássio e o sulfato de potássio. Se o solo da sua propriedade for muito arenoso, você vai precisar dividir o potássio em duas aplicações: metade da dose no plantio e a outra metade na adubação de cobertura.

Como plantar mandioca

Manivas

Os materiais de propagação da mandioca são chamados de manivas ou ainda manivas-sementes, manaíbas, toletes, ramas ou rebolos.

Elas correspondem aos pedaços das hastes do terço médio da planta, com mais ou menos 20 cm de comprimento.

Manivas de ótima qualidade precisam se enquadrar nas seguintes características:

  • Ter de 5 a 7 gemas perfeitas;
  • Ter aproximadamente 2cm de diâmetro;
  • Ser originárias de plantas sadias, com idade de 10 a 14 meses.

Você pode obter as manivas usando um facão ou uma serra circular, fazendo um corte reto nas hastes.

Para o plantio de uma roça de mandioca, escolha manivas de uma mesma cultivar, que tenha as mesmas características. Isso vai garantir uma uniformidade no cultivo, especialmente quanto ao período de colheita.

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A maniva corresponde ao pedaço da haste do terço médio da planta. Ilustração: Result Marketing Promocional/ Embrapa

Plantio

Com as melhores manivas a postos, é hora de arregaçar as mangas:

Primeiro, com a ajuda de uma enxada, abra as covas com cerca de 10 cm de profundidade e com espaçamento de 60 cm entre plantas.

Outra alternativa é abrir sulcos, com a enxada mesmo ou com um sulcador, podendo usar tração motora ou animal. Nesse caso, é preciso respeitar a distância de 60 cm na hora de distribuir as manivas.

Depois, coloque as manivas na horizontal. Embora as manivas possam ser colocadas na vertical ou inclinadas, essa prática é menos utilizada porque dificulta a colheita.

Por fim,  cubra com uma fina camada de terra.

Formas de condução

O cultivo de mandioca pode ser conduzido de duas maneiras: em linhas simples ou em linhas duplas.

Se você optar pela condução em linhas simples, o espaçamento recomendado é de 1,0m x 0,60m com cerca de 16.666 plantas por hectare. Entretanto, se a colheita for mecanizada, é melhor optar por um espaçamento maior entre linhas, de 1,20m.

Mas se sua escolha for a condução em linhas duplas, o espaçamento recomendado é de 2,0m entre as fileiras duplas e 0,60m entre as duas fileiras com cerca de 12.820 plantas por hectare.

Apesar de parecer menos vantajosa pela quantidade menor de plantas a ser produzida na área de cultivo, a condução em linhas duplas é a mais recomendada. Veja as vantagens:

  • Facilita a mecanização;
  • Facilita a consorciação (cultivo de outra espécie na mesma área);
  • Facilita a realização de inspeções e monitoramento na área de cultivo;
  • Aumenta a produtividade;
  • Reduz o consumo de manivas e adubos;
  • Permite a rotação de cultura, por meio da alternância das fileiras.

Tratos culturais

Entre 45 e 60 dias após o plantio, faça uma adubação de cobertura com um fertilizante de qualidade.

Além disso, tenha todo o cuidado com a limpeza da área de cultivo, especialmente nos primeiros 120 dias após o plantio.

Isso porque evitar a concorrência de plantas daninhas por água e nutrientes nesse período é crucial para o sucesso da produção.

E realize a capina de forma a não causar ferimentos nas plantas de mandioca. Isso porque eles podem se tornar entradas para agentes causadores de doenças.

Se, mesmo assim, houver alguma machucadura, use um produto à base de cobre para evitar danos. Ele vai desinfectar o local. Sabe quando a gente se arranha e coloca um remedinho para cicatrizar? Esse produto tem a mesma função.

Como produzir mandioca de qualidade

Irrigação

A mandioca é tudo de bom, pois suporta períodos de seca, o que é uma vantagem maravilhosa. 

Entretanto, do primeiro ao quinto mês de plantio (fase de enraizamento e tuberização) é preciso que as plantas sejam irrigadas adequadamente.

Então fique atento! A falta de água nessa fase prejudica consideravelmente o rendimento do plantio. Mas a simples atenção à época adequada de plantio já é suficiente para prevenir possíveis danos causados pela falta de irrigação.

Fertilização

A mandioca produz grande massa vegetativa e é muito exigente em nutrientes, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio. 

Você sabia que a deficiência desses micronutrientes podem causar o mau desenvolvimento das plantas e o aparecimento de doenças?

Dessa forma, para garantir plantas sadias e aumentar a produtividade, a fertilização vai fazer toda a diferença. Utilize um produto de qualidade, especialmente nos primeiros 6 meses de plantio.

mandioca colheita
A fertilização de qualidade é essencial para o cultivo de mandioca. — Foto: reprodução/ ABAM

Defensivos agrícolas

Para produzir mandiocas selecionadas, além da fertilização balanceada e do manejo adequado, é necessário usar defensivos agrícolas de qualidade.

O uso sustentável dos defensivos agrícolas deixa sua lavoura protegida e, segundo a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), garante ganhos de até 40% na produtividade.

Acabe com as doenças da mandioca

Descubra como eliminar as principais doenças da mandioca. Aproveite para identificar os sintomas e conhecer as medidas de controle delas. Esse é o caminho para  produzir mandiocas sadias e  mais lucrativas.

Antracnose

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Sintomas de antracnose em mandioca. — Foto: Epagri/ Revista Agropecuária Catarinense

A antracnose é uma doença causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides f.sp. manihotis. É considerada uma doença grave em Santa Catarina, com redução de cerca de 30% na produção.

Os principais sintomas da antracnose são: cancros que se apresentam como lesões de  formato irregular, cor marrom e, às vezes,  profundas. No centro da lesão você consegue ver pontos de coloração rosada. 

Por causa dessas lesões nas hastes, ocorre a desfolha e a morte descendente da planta.

Bacteriose

bacteriose mandioca
Sintomas de bacteriose em folha de mandioca. — Foto: Epagri/ Revista Agropecuária Catarinense

A bacteriose é uma doença da mandioca causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. manihotis.

Ela é a principal doença da mandioca, sendo mais severa nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Quando há alta infestação, a bacteriose causa perda total da produção.

Os sintomas da bacteriose são manchas angulares de aparência aquosa nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, exsudação (saída) de látex, necrose do sistema vascular e morte descendente dos ramos e das plantas.

Como prevenir a bacteriose

A forma mais eficiente de controle da bacteriose é o uso de cultivares de mandioca tolerantes à doença. Exemplo de variedades resistentes: Branca de Santa Catarina, Fécula Branca, Olho Junto, Espeto, IAC-12 829, IAC-13, IAC-14 e IAC-15.

Essa é uma doença muito contagiosa. Portanto, outra forma de prevenção é a retirada de plantas contaminadas assim que identificados os primeiros sintomas. 

Como a bacteriose também pode ser disseminada por ferramentas e equipamentos contaminados, vale sempre a dica de manter tudo muito limpo e organizado aí na sua propriedade.

Podridão-radicular

podridao radicular mandioca
Sintoma de podridão-mole nas raízes de mandioca. — Foto: Célia Regina Tremacoldi/ Embrapa

A podridão-radicular é uma doença causada por diversos agentes. Dentre eles, destacam-se os fungos Phytophthora sp. e Fusarium sp.  

Quando o agente causador é o fungo Phytophthora sp, os sintomas são podridão-mole das raízes, forte mau cheiro, murcha e, em casos severos, a morte da planta.

Mas quando o agente é o fungo Fusarium sp., os sintomas são bem diferentes: infecções na haste junto ao solo e consequente estrangulamento da planta. Nesse caso, raramente ataca diretamente as raízes, e, quando ocorre, o sintoma é uma podridão-seca.

Nas regiões Norte e Nordeste, a podridão-radicular é um fator limitante do cultivo de mandioca, levando, em casos graves, à perda total da produção.

Medidas de controle da podridão-radicular

As medidas para evitar o aparecimento da podridão-radicular são:

  1. Escolha de cultivares tolerantes. Para o Nordeste: Osso Duro, Cedinha, Bibiana, Clone 148/02, Aramaris e Kiriris. Para o Norte: Zolhudinha, Mãe Joana e Embrapa 8.
  2. Rotação de culturas;
  3. Destruição de plantas doentes;
  4. Controle químico com produtos de qualidade.

Superalongamento

O superalongamento é uma doença causada pelo fungo Sphaceloma manihoticola. Em condições favoráveis, causa perda de até 70% da produção de mandioca.

Como o próprio nome sugere, um dos principais sintomas do superalongamento é o alongamento exagerado das hastes do pé de mandioca, formando ramas finas com longos entrenós.

Em caso de infecção severa, você vai ver que as folhas vão ficar retorcidas e amarelas. 

Alternativas de combate ao superalongamento

Uma das alternativas de combate à doença é a escolha de variedades resistentes, como a Cuiabana e a Branca, de Santa Catarina.

Outras medidas são a utilização de manivas sadias para o plantio, além da eliminação de plantas infectadas e a rotação de culturas.

Superbrotamento

superbrotamento
Planta de mandioca com superbrotamento. — Foto: reprodução/ Epagri

O superbrotamento é uma doença causada por fitoplasma (grupo de bactérias transmitidas por insetos sugadores). Ela causa perdas de até 80% na produção de mandioca.

O principal sintoma da doença é o número exagerado de hastes, a partir de uma gema. Essa característica é chamada de envassouramento.

Você também vai perceber que a planta infectada se desenvolve mal (quase não cresce) e fica toda amarelada.

 Manejo de controle do superbrotamento

A prevenção do superbrotamento se dá, principalmente, com a utilização de variedades resistentes à doença, como, por exemplo, Embrapa 54–Salamandra, Embrapa 55–Tianguá, Embrapa 56–Ubajara e Embrapa 57–Ibiapaba.

Utilize manivas sadias para o plantio. Mas, se, mesmo assim, você identificar os sintomas em algumas plantas, elimine-as, retirando-as imediatamente da área de cultivo.

Viroses

virose mandioca
Sintomas do mosaico-comum da manidoca. — Foto: Epagri/ Revista Agropecuária Catarinense

As viroses mais comuns que atacam a cultura da mandioca são :

  • Mosaico-africano;
  • Mosaico-comum (americano);
  • Mosaico-das-nervuras;
  • Couro-de-sapo.

Os principais sintomas das viroses são cloroses intensas nas folhas e, em casos mais graves, forte retorcimento.

As viroses são disseminadas por manivas contaminadas. Elas são transmitidas durante os tratos culturais por ferramentas e materiais infectados.

A exceção é o mosaico-africano, que também é transmitido pela mosca-branca (Bemisia

tabaci). 

Como fazer o controle das viroses

O combate às viroses é feito principalmente com rígido controle da higiene na área de cultivo, com destaque para a desinfecção de facões e de outras ferramentas utilizadas no manejo.

Além disso, o uso de manivas sadias, originárias de cultivares resistentes, é muito importante na prevenção de todas as viroses.

Como eliminar as pragas da mandioca

Descubra como identificar e conheça maneiras de colocar fim nas pragas que costumam atacar o mandiocal:

Ácaros

Ataque de ácaro-verde em folha de mandioca. — Foto: Romulo da S. Carvalho/ Embrapa

Os ácaros são as pragas mais severas da mandioca, já que causam perdas muito altas no rendimento das raízes, podendo levar à morte das plantas.

Os principais ácaros que atacam o mandiocal no Brasil são o ácaro-verde da mandioca (Mononychellus tanajoa) e o ácaro-rajado (Tetranychus urticae). Eles afetam a cultura na estação mais seca do ano. 

Os ácaros-verdes são vistos na parte de baixo das folhas apicais (da parte mais alta) das plantas. Os sintomas iniciais da presença desse tipo de ácaro são pontinhos amarelos nas folhas, que perdem a cor verde. Essas folhas não crescem direito e ficam deformadas.

Já os ácaros-rajados se alojam na parte de cima das folhas basais (da parte mais baixa) das plantas. Os sintomas iniciais do ataque dessa praga são pontos amarelos na base e na nervura central das folhas. À medida que a infestação aumenta, os pontos amarelos atingem todas as partes das folhas, que ficam avermelhadas ou com cor de ferrugem.

Em ataques severos do ácaro-rajado, as folhas medianas e basais das plantas caem.

Medidas de combate aos ácaros no mandiocal

O uso de variedades resistentes e/ou tolerantes aos ácaros é o meio mais eficiente de prevenir o ataque das pragas.

Mas o manejo integrado é indispensável para o controle. Tome as seguintes medidas:

  • Faça a rotação com culturas não hospedeiras dos ácaros que atacam a mandioca;
  • Destrua as plantas hospedeiras;
  • Realize inspeções frequentes para localizar focos;
  • Destrua os restos de cultura
  • Faça o plantio com espaçamento adequado, para reduzir a disseminação dos ácaros.

Brocas-da-haste

Sintomas do ataque das brocas-da-haste em planta de mandioca. — Foto: Romulo da S. Carvalho

As brocas-da-haste ou brocas-do-caule (Sternocoelus spp.) são insetos-pragas que provocam danos em seu estado larval.

As larvas escavam galerias nas hastes da mandioca. E como descobrir que elas estão atacando as plantas? Você vai notar a presença de serragens do caule para fora, junto ao buraco de entrada das larvas.

Como controlar as brocas-da-haste

O controle da broca-do-caule deve ser feito, pelo menos, seguindo essas 3 dicas de manejo:

  • Uso de manivas sadias no plantio;
  • Aumento de inspeções das plantas no verão (época mais propícia para o seu aparecimento);
  • Eliminação das hastes atacadas.

Formiga

A formiga é considerada uma praga secundária da mandioca, mas, mesmo assim, tem causado prejuízo em lavouras no Brasil.

Mandarová

O mandarová é uma das principais pragas da mandioca. — Foto: Vanda Pietrowski/ Embrapa

O mandarová (Erinnyis ello), também conhecido pelas suas variações mandruvá e marandová ou por gervão, é uma das principais pragas da cultura da mandioca.

Trata-se de uma mariposa cinzenta de hábitos noturnos. 

Mas, como ocorre com quase todos os insetos-pragas, o problema mora no seu estado larval, quando ele é uma faminta lagarta, que detona as folhas da mandioca.

Monitoramento do mandarová

Para atestar a presença do mandarová no mandiocal, é utilizada uma armadilha luminosa. Veja como proceder:

Coloque a armadilha em um local alto, dentro da área de cultivo. Esse procedimento vai permitir que você conheça o início das revoadas das mariposas. 

E esse dado é importante para o controle da praga porque nas primeiras 24 horas após se tornarem adultos é que ocorrem as cópulas, sempre durante a noite. Depois os ovos são colocados sobre as folhas das plantas de mandioca.

Então, ao constatar a presença de adultos nas armadilhas, o próximo passo é fazer a inspeção das plantas, à procura de ovos e lagartas.

Mosca-branca

mosca-branca mandioca
A mosca-branca é uma praga chave da mandioca. — Foto: Vanda Pietrowik/ Embrapa

A mosca-branca (Aleurothrixus aepim) é uma praga importante no cultivo de mandioca. Suas ninfas e adultos se alojam na face inferior das folhas e deixam uma secreção chamada de mel ou mela.

Essa secreção favorece o aparecimento da fumagina (fungo preto), que, por sua vez, causa redução da fotossíntese, comprometendo o desenvolvimento das plantas.

Outro dano causado pela mosca-branca é a sucção da seiva, que causa enrolamento, amarelecimento e queda das folhas.

Achou muita coisa? Pois saiba que o ataque desse inseto-praga ainda causa efeitos negativos nas raízes, deixando as mandiocas com muitas fibras, alto teor de água e gosto amargo.

Como eliminar a mosca-branca do mandiocal

São muitos os inimigos naturais da mosca-branca, como o bicho lixeiro e as joaninhas.

Além disso, uma forma muito eficiente de acabar com a mosca-branca do mandiocal é o uso de produtos à base do fungo Beauveria bassiana. E essa é uma medida sustentável, pois esse fungo é um predador natural da mosca-branca, que não prejudica o meio ambiente, nem a saúde das pessoas que plantam e que consomem a mandioca.

Mosca-do-broto

Sintomas da mosca-do-broto. — Foto: Romulo da S. Carvalho/ Embrapa

A mosca-do-broto (Silba pendula) é um inseto-praga que costuma atacar plantas jovens de mandioca.

As larvas matam a gema apical da planta, retardando o seu desenvolvimento. Além disso, a morte da gema apical induz o crescimento de gemas laterais, que também são atacadas pelas larvas da mosca-do-broto.

Portanto, fique atento. Quando você ver que está saindo um “pus” amarelo ou marrom no broto terminal (do ponteiro), é sinal do ataque dessa praga.

Manejo de combate à mosca-do-broto

Como na maioria das pragas da mandioca, a forma mais certeira de fazer o controle é a escolha de manivas sadias na hora do plantio. Manivas com galerias não devem ser plantadas.

Mas é importante também que você adote as seguintes medidas:

  • Destrua os brotos atacados (corte e queime);
  • Plante fora da época de ataque;
  • Faça a consorciação (plantio intercalado com outras culturas).

Percevejo-de-renda

percevejo-de-renda
Ataque de ninfas e adultos de percevejo-de-renda em mandioca. — Foto: Romulo da S. Carvalho

O percevejo-de-renda (Vatiga sp.) é um inseto sugador com 3 milímetros de comprimento, cor cinza e asas rendadas.

Tanto ninfas quanto adultos sugam as folhas de mandioca. Os sinais do ataque são pequenas pontuações amarelas nas folhas, que ficam marrom-avermelhadas.

Em altas infestações, ocorre desfolha da planta e significativa redução no rendimento das raízes, com grandes perdas na produção.

Como acabar com o percevejo-de-renda

O controle do percevejo-de-renda é feito principalmente com o uso de variedades mais tolerantes à praga. 

Mas existem também inimigos naturais capazes de eliminar a praga, como alguns tipos de aranhas.

O predador mais eficiente no combate ao percevejo-de-renda é o fungo Metarhizium anisopliae, que infecta os insetos, causando a sua morte. Tudo de forma natural e sustentável, preservando o meio ambiente e a saúde de agricultores e consumidores.

Colheita

A colheita da mandioca geralmente é realizada cerca de 1 ano após o plantio, a depender do ciclo da cultivar, além de fatores econômicos, como preço e disponibilidade de mão-de-obra.

Uma boa maneira de saber a hora certa para a colheita é quando as plantas se encontram em período de repouso. Mas quando isso acontece? Quando o número e o tamanho das folhas diminuem. Essa condição significa que a planta atingiu  o máximo de produção de raízes e de teor de amido.

E como é feita a colheita propriamente dita? Em primeiro lugar, você vai precisar fazer a poda manual da parte aérea a mais ou menos 20 cm da superfície do solo.

Em seguida, retire o material podado de dentro do mandiocal.

Depois disso, é hora de arrancar as raízes, dando um puxão para cima, na vertical. É preciso força e jeito também, pois é importante tomar cuidado para não quebrar as raízes. 

Por fim, verifique a maniva-mãe ou cepa, para verificar se não ficou alguma raiz no solo. Remova a cova, em busca dessas raízes remanescentes.

mandioca como plantar

E continue nos acompanhando! Bons lucros e até a próxima!

Veja também: 

Referências

A cultura da mandioca Informação Tecnológica. Emater – MG.

Controle biológico do mandarová da mandioca Erinnyis ello. Embrapa Mandioca e Fruticultura. Brasília, 2015.

Cultivo da mandioca para a região dos Tabuleiros Costeiros. Embrapa Mandioca e Fruticultura

Cultivo de mandioca para o Estado do Amapá. Embrapa Mandioca e Fruticultura.

Guia para reconhecimento dos principais insetos, ácaros-praga e inimigos naturais da cultura da mandioca. Embrapa Mandioca e Fruticultura. Brasília, 2015.

Mandioca. Coleção 500 perguntas 500 respostas. Embrapa Mandioca e Fruticultura. Brasília, 2006.

Mandioca: guia de identificação. CEAGESP

Pragas da Mandioca. UFMG. Instituto de Ciências Agrárias

Sintomas e controle das principais doenças da mandioca em Santa Catarina. Informativo Técnico. Epagri