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Pastagem: tudo sobre a formação e o manejo

pastagem

No nosso país, a pastagem é a principal e mais barata fonte de alimentação para o gado.

E ela é uma verdadeira lavoura, que precisa ser semeada, adubada e manejada de maneira adequada.

Para você ter uma ideia, segundo especialistas, dos 173 milhões de hectares de pastagens que existem no Brasil, cerca de 80% apresentam algum nível de degradação.

Neste texto, vamos mostrar como fazer a formação e o manejo de pastagens, para que você passe longe dessa estatística, usando todo o potencial poderoso que existe aí na sua propriedade.

Mas, antes, clique aqui e saia na frente, com 5 dicas gratuitas para ter pastagem o ano todo.

Pastagem

Análise de solo

Formação 

Preparo da área

Adubação de plantio

Quantidade de plantas

Métodos de pastejo

Dicas de manejo

Qual o melhor capim para o gado?

Consórcio de forrageiras gramíneas com leguminosas

Consórcio de forrageiras gramíneas com leguminosas estilosantes

pastagem gado
A pastagem é a principal fonte de alimentação para o gado. — Foto: Lima, Victor M. B./ Embrapa

Pastagem

Se você for fazer o manejo de uma pastagem já formada, comece analisando a propriedade.

Primeiro, anote os seguintes dados: 

  • Principais atividades (carne – cria, recria e engorda, leite ou mista);
  • Composição do rebanho, de acordo com a atividade (exemplo: número de touros, de vacas em produção, de vacas solteiras, de animais com menos de 1 ano de idade, de animais de 1 a dois anos, entre outros);
  • Tamanho de cada área e sua destinação, ou seja, qual a quantidade de hectares destinada à pastagem, a forrageiras para corte e a de produção de forragem conservada (feno/silagem).

Se possível, faça um inventário de cada um desses itens, para que você consiga  projetar a capacidade de suporte da propriedade de forma organizada.

Condições da pastagem

Outro item importante desta fase é o reconhecimento das condições da área de pastagem.

Por isso, neste texto, vamos listar algumas características da pastagem de acordo com o seu estado de conservação, para que você possa fazer isso de forma simples e prática.

Características de uma área de  pastagem em degradação:
  • Redução da produtividade de forragem;
  • Rebrotação lenta;
  • Plantas com touceira pequena;
  • Plantas com folhas menores que o padrão;
  • Plantas com sistema radicular comprometido;
  • Grandes áreas com solo descoberto;
  • Erosão;
  • Grande quantidade de plantas daninhas;
  • Suscetibilidade ao ataque de pragas e ao aparecimento de doenças.
Características de uma área de pastagem em boas condições
  • Produtividade estável; 
  • Rebrotação vigorosa e uniforme;
  • Plantas folhosas e viçosas;
  • Solo com boa cobertura;
  • Ausência de erosão;
  • Resistência a pragas e doenças;
  • Baixa população de plantas daninhas.

Com esses dados em mãos, vá até o item métodos de pastejo e continue navegando por aqui para elevar o potencial da sua propriedade.

Mas se você quer saber como formar uma pastagem praticamente do “zero”, comece pela análise solo.

pastagem degradada
A análise de solo é uma etapa muito importante na formação da pastagem. — Foto: Breno Lobato/ Embrapa

Análise de solo

A análise de solo é uma  etapa muito importante a ser feita antes de iniciar a preparação do solo para a formação da pastagem.

Se você já é agricultor, sabe que a análise do solo não deve ser encarada como gasto extra, mas como investimento, pois é crucial para determinar todas as decisões tomadas para o cultivo de plantas. 

Mas como retirar as amostras de solo para análise? Tome nota do que fazer em caso de pastagem:

Para começar, saiba que uma amostra de solo deve representar da melhor maneira possível a área a ser trabalhada. Portanto, evite manchas de solo, formigueiros, leiras, aceiros, entre outros.

Além disso, se a área for declivosa, é preciso separar amostras da parte alta e também da parte baixa.

Então, mãos à obra: retire 20 partes ao acaso na área, independente do seu tamanho (seja 10 ha ou 100 ha).

Desse modo, colete o solo em duas profundidades: dos primeiros 20 cm (0 a 20 cm) e depois aprofunde um pouco mais: de 20 a 40 cm. Isso é muito importante para obter informações sobre a acidez superficial.

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Formação 

Como dissemos, é muito importante que você faça a análise de solo antes de qualquer tomada de decisão para o cultivo de forrageiras na sua área.

Além disso, outros passos importantes para uma formação de pastagem de sucesso é o preparo da área e também a escolha das sementes. Veja como fazer:

Preparo da área

Ao escolher a área para o plantio da sua forrageira, você precisa levar em conta que esta área deve ter sido utilizada anteriormente para a pecuária ou agricultura, ou seja, escolha uma área com este histórico e que esteja abandonada ou subutilizada.

Considerando estas questões, faça um preparo mais cuidadoso, com o uso da grade aradora (grade pesada) ou o uso da grade niveladora.

Se for fazer isso de forma mecânica, procure fazer a semeadura o mais breve possível. 

Sabe por que isso é importante? Para que o solo não fique descoberto, exposto ao sol e à chuva, pois isso pode causar erosão, compactação e perda de matéria orgânica.

Entretanto, se você viu que, no processo de limpeza e nivelação, houve a incorporação de muitas plantas daninhas e/ou restos da cultura anterior, aí a recomendação é diferente.

Isso porque é necessário esperar o apodrecimento desse material vegetal antes do plantio, pois a fermentação pode fazer com que as sementes não germinem.

Sementes 

A escolha das sementes adequadas é muito importante para garantir o sucesso do plantio da sua forrageira.

Portanto, invista em sementes certificadas, adquiridas de empresas idôneas. De preferência, procure a orientação de um técnico competente. Ou seja, não fique somente com as informações fornecidas pelo vendedor.

Além disso, ao escolher o lote de sementes, leve em conta o %VC (porcentagem de valor cultural), que mede o percentual de sementes puras capazes de germinar naquele lote, ou seja, quanto maior, melhor.

Essa informação vem na embalagem das sementes (caso não esteja lá, significa que a semente não é certificada).

Armazenagem

De preferência, faça o plantio das sementes o mais breve possível após a compra.

No entanto, se você precisar guardá-las, seja muito cuidadoso: escolha um local seco, protegido da umidade e do calor excessivo e sem contato direto com o chão (é melhor que fique sobre estrados).

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Profundidade de plantio

Na hora de fazer o plantio, atente-se à profundidade que as sementes devem ser inseridas.

Isso porque quando as sementes são enterradas em profundidades maiores que as recomendadas, as sementes podem até germinar, mas a plantinha de capim  não tem força para chegar até a superfície do solo e acaba morrendo antes de emergir.

Por outro lado, quando as sementes ficam descobertas, pode haver grandes perdas, pois elas podem ser destruídas por pássaros e insetos.

Além disso, mesmo quando conseguem germinar, muitas plantinhas de capim ressecam e morrem. 

Dessa forma, é necessário que as sementes sejam cobertas por uma fina camada de solo.

E atenção: se o plantio for feito a lanço, vale a pena passar grade ou rolo compactador/compressor (por exemplo, formado por pneus velhos), logo em seguida ao plantio. 

Dessa maneira, as sementes são enterradas levemente no solo, melhorando a germinação e a emergência do capim.

formação de pastagem
Fazer o plantio da forma correta é crucial para o sucesso da pastagem. — Foto: Bruno Pena Carvalho/ Embrapa

Adubação de plantio

Para fazer a adubação de formação da pastagem, você precisa levar em conta o resultado da análise de solo e também, é claro, o tipo de forrageira a ser implantado.

De maneira geral, os capins são exigentes em fósforo nos primeiros dias.

Portanto, vale a pena apostar em uma adubação fosfatada, com preferência a fontes de fósforo simples, como superfosfato simples, superfosfato triplo, MAP, DAP, entre outras.

Quantidade de plantas

Assim que as plantinhas de capim aparecerem, você precisa averiguar se elas são suficientes para a formação da pastagem.

Para essa avaliação, faça o seguinte: três semanas após a semeadura, ande pela pastagem por diversos pontos, contando, em cada um dos pontos, o número de plantinhas de capim que aparecem em uma área de um metro quadrado (1 m x 1 m) de solo. 

Para você ter uma ideia e saber se a quantidade encontrada está dentro do esperado, veja na tabela abaixo o número mínimo para os principais tipos de pastagem:

Gênero Número mínimo de plantas por m²
Brachiaria 15 a 20 
Panicum20 a 40

Mas o que fazer se o local estiver com muitas falhas? Nesse caso, semeie novamente as áreas falhas ou, em casos mais drásticos, faça a ressemeadura total da área.

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Métodos de pastejo

Você precisa definir o método de pastejo, isto é, a forma como os animais são movimentados nas áreas de pastagens.

Veja a seguir os métodos mais comuns:

Pastejo contínuo 

No método de pastejo contínuo, também chamado de lotação contínua, os animais ficam no mesmo pasto por bastante tempo.

Anote aí as suas principais características:

  • as áreas dos pastos são maiores;
  • as criações são extensivas;
  • as taxas de lotação são mais baixas e as forrageiras são manejadas mais altas;
  • os pastos são mais desuniformes, principalmente quando formados com forrageiras de porte alto, do tipo que formam touceiras. Exemplos: andropogon, tanzânia, mombaça, entre outros.

Pastejo rotacionado

No pastejo rotacionado ou lotação rotacionada, a área de pastagem é dividida em piquetes. Dessa forma, os animais são movimentados de um piquete a outro, alternando-se períodos de ocupação e de descanso.

Esse método apresenta as seguintes características:

  • é adotado em sistemas de produção a pasto mais intensificado;
  • dá condições para maior eficiência da colheita e da utilização da forragem pelos animais;
  • proporciona utilização do pasto no momento de maior equilíbrio entre disponibilidade (quantidade) e qualidade da forragem, sem prejudicar a sua vida útil;
  • está associado à adoção de taxas de lotação mais altas e a uso de fertilizantes;
  • possibilita maior uniformidade do pastejo;
  • exige maior investimento em bebedouros e cercas;
  • pede maior controle gerencial do sistema de produção.
pastejo rotacionado
Sistema de pastejo rotacionado. — Foto: Alcides Okubo Filho/ Embrapa

Melhores forrageiras

Dentre as forrageiras indicadas para o pastejo rotacionado, destacam-se aquelas do gênero Brachiaria, especialmente a Brachiaria decumbens (Braquiarinha), a Brachiaria ruziziensis e o Braquiarão. 

Entretanto, as forrageiras de porte alto e entouceiradas, como os Capins elefante, o Mombaça, o Tanzânia, o Colonião e o Andropogon não são indicadas, pois tornam-se muito fibrosas e de baixa aceitação pelos animais.

Pastejo diferido

O pastejo diferido, também chamado de diferimento ou feno em pé, consiste na vedação de pasto.  Sendo assim,  metade do pasto é reservado para uso no período da seca.

Antes de vedar a área, ela deve sofrer um pastejo pesado (para eliminar toda a forragem velha), seguido de adubação com 50 kg/ha de nitrogênio.

Aí você subdivide esta área reservada em 3 partes, procedendo de maneira escalonada:

  • Uma será fechada no mês de fevereiro, por volta do dia 15, e será reaberta somente no mês de maio. Essa pastagem de maio estará com bom volume e um ótimo valor nutricional;
  • As outras duas pastagens serão vedadas no mês de março para reabri-la em julho. Esses 2/3 serão trabalhados até o fim da seca.

E atenção: a vedação assegura massa de forragem, porém de baixa qualidade. 

Por esse motivo, o pasto vedado deve ser destinado às categorias animais de menor exigência nutricional (vacas secas, animais em crescimento, entre outros). 

Mesmo assim, pode haver necessidade de suplementação para a obtenção de melhores resultados.

Por fim, um alerta: a grande quantidade de forragem seca acumulada no diferimento possibilita a ocorrência de incêndios. Isso representa sérios riscos para o meio-ambiente, para as pessoas e para os animais.

Por isso, a proteção da área diferida por meio de aceiros deve ser realizada para evitar desastres e prejuízos.

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Dicas de manejo

Independente da forrageira escolhida, o mais importante é realizar um manejo adequado, para que você obtenha o máximo de resultado com ela. 

Sim! O que vale mesmo é adequar o potencial das suas plantas com a realidade da sua área. Então fique atento às dicas:

Primeiro pastejo

Você sabia que o primeiro pastejo ajuda na formação da pastagem? Esse momento é importante para estimular o perfilhamento basal do capim, ou seja, para aumentar o diâmetro das touceiras do capim.

Sendo assim, não cometa o erro de manejo mais comum na formação de pastagem, que é justamente demorar demais para colocar o gado para fazer o pastejo.

Isso acontece muitas vezes pelo fato de aguardar a sementeação do capim. 

Entretanto, saiba que, sobretudo em capins com hábito entouceirado (exemplo: capim mombaça), o pastejo tardio estimula o envaretamento, isto é, o alongamento excessivo dos colmos, além do acamamento das touceiras de capim. 

Por fim, isso acaba diminuindo o diâmetro das touceiras de capim e, por consequência,  a eficiência de uso da forrageira.

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primeiro pastejo
É preciso saber o momento certo de fazer o primeiro pastejo. — Foto: Luiz Antonio Dias Leal/ Embrapa

Quando fazer

Considerando estas questões, quando, afinal, se deve colocar os animais para o primeiro pastejo?

O ideal é que o primeiro pastejo seja feito antes do florescimento, normalmente entre 45 e 80 dias após a semeadura (quando o capim atingir cerca de 40 cm de altura), com animais jovens, pois são mais leves.

Mesmo assim, pode acontecer de os bois arrancarem algumas plantas com raiz e tudo. Não se assuste! Isso significa que essas plantas não seriam dominantes, ou seja, não teriam muitas raízes, tendo poucas chances de competir com plantas mais vigorosas.

Adubação de cobertura

Capriche na adubação da forrageira, especialmente no período chuvoso, pois os nutrientes que as plantas recebem nessa época fazem toda a diferença na energia que elas serão capazes de dar ao gado.

Com esse propósito, os bioestimulantes SV Matriz e o SV Foglia têm papel fundamental na aceleração da brotação, o que vai reduzir o ciclo da planta, refletindo-se em maior produtividade em menos tempo. 

Isso é o que garante o sucesso em toda a cadeia produtiva. 

Quer saber como? Clique aqui e tire suas dúvidas grátis.

Taxa de lotação

No manejo de pastagem, um item super importante é a taxa de lotação, isto é, a quantidade (número limitado) de animais por lote de pastagem.

Fazer este controle evita o subpastejo, que é quando o pasto (e todo o investimento feito para a sua manutenção) é desperdiçado.

Além disso, evita o superpastejo, ou seja, excesso de animais por forragem produzida.

De maneira geral, conforme sugestão da Embrapa, o número ideal seria 1 animal por hectare (considerando um animal que pesa aproximadamente 450 quilo/ peso vivo).

Mas, para que você adeque os animais na realidade que tem no momento, considere a seguinte conta simples: divida o número de animais que você tem pelo número de hectares de área de pastejo disponível. Exemplo: 120 animais em 60 hectares dá 2 animais por hectare.

A partir do resultado dessa conta, veja o que pode ser feito para chegar mais próximo do ideal para o consumo adequado da forrageira. Clique aqui e saiba mais sobre a taxa de lotação.

Altura das forrageiras

Já ouviu falar que  vaca não pode passar frio na canela? Sabe o que isso quer dizer? Que a altura da pastagem não pode baixar muito, pois o animal acaba consumindo o caule da planta, o que, por consequência, dificulta a rebrota.

O  ideal mesmo é não deixar a pastagem crescer demais também. Isso porque quando a pastagem cresce além do limite, resulta em um alimento fibroso e com baixo índice de proteína. 

Mas como fazer o controle, então? O tamanho do capim pode ser mensurado com uma simples régua de madeira com altura entre 1 metro e 1m20cm.

Você pode marcar em verde a altura da pastagem de entrada e, em vermelho, a pastagem de saída. Este é um método simples de manejo de pastagem sem custo, que traz grande efetividade para o produtor.

Abaixo, há uma tabela informativa adaptada a partir de uma tabela da Embrapa com as alturas médias (em centímetro) de entrada e saída dos principais capins utilizados em pastejos rotacionados:

CAPIMENTRADASAÍDA (maior fertilidade)Saída (menor fertilidade)
Gênero Brachiaria
Marandu251520
Xaraés301520
Piatã351520
Humidicola20510
Gênero Panicum
Massai452030
Mombaça903050
Tanzânia703050
Gênero Adropogon
Andropogon gayanus502535
Capim elefante
BRS Kurumi803540

Mas atenção: no caso de pastagens consorciadas de capins com leguminosas forrageiras herbáceas, como o estilosantes Campo Grande, o referencial para a saída dos animais do pasto é determinado pela altura ótima de manejo da leguminosa.

Por fim, vale destacar o poder da adubação de cobertura no controle da altura das pastagens. O uso de bioestimulantes enraizadores dá condições para que as plantas se recuperem.

Tire aqui as suas dúvidas aqui sobre o nosso kit potencializador de pastagens.

adubação de pastagem
A adubação de cobertura faz toda a diferença. — Foto: Judson Ferreira Valentim/ Embrapa

Período de descanso

Como vimos, no pastejo rotacionado, a altura da planta é determinante para proporcionar a entrada e saída do piquete, promovendo, com isso, um período de descanso em cada um deles.

Veja na tabela abaixo adaptada a partir de uma tabela fornecida pelo SENAR exemplos de períodos de descanso em dias para forrageiras tropicais na estação chuvosa:

rotacionados:

CAPIMPASTEJO ROTACIONADO MAISINTENSIFICADOPASTEJO ROTACIONADO MENOS INTENSIFICADO
Gênero Brachiaria
Marandu21-28 dias35 dias
Xaraés21 dias28 dias
Piatã21-28 dias35 dias
Humidicola21 dias35 dias
Gênero Panicum
Aruana28 dias28-35 dias
Atlas21-28 dias28-35 dias
Colonião21-28 dias28-35 dias
Massai21-28 dias28 dias
Mombaça21-28 dias28-35 dias
Tanzânia21-28 dias28-35 dias
Tobiatã21-28 dias28-35 dias
Gênero Adropogon
Andropogon gayanus25 dias35 dias
Capim elefante25-35 dias

Entretanto, esse método não é possível no pastejo contínuo. Mas como fazer então, já que é necessário um período de descanso da planta forrageira para que ela se recupere dos efeitos do pastejo?

Nesse caso, o descanso das plantas é conseguido com a utilização de uma taxa de lotação (animais/área) mais leve, comum neste método de pastejo.

Dessa forma, neste período, o suprimento de alimento volumoso para o rebanho terá que ser de outras fontes, tais como cana de açúcar, silagem, feno e/ou suplementação animal.

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Controle de pragas

Faça vistorias constantes no pasto para que detectar o quanto antes a presença de insetos que possam danificá-lo.

Para se ter uma ideia, só a cigarrinha, que é uma praga importante das pastagens, causam prejuízos que variam de centenas a dezenas de milhões de dólares por ano.

E como fazer o controle? Invista em uma adubação eficiente, de preferência com bioestimulantes. Dessa forma, as plantas ficarão mais fortes e resistentes, não sucumbindo facilmente aos ataques.

Os defensivos naturais também têm um papel de destaque nesse combate. Pensando nisso, a Safra Viva preparou uma receita especialmente para você. Clique aqui e receba gratuitamente.

Qual o melhor capim para o gado?

Infelizmente, não há um capim que reúna todas as características necessárias para ser perfeito em todas as situações.

Isso porque o capim ideal teria que reunir todas essas características aqui: adaptação ao clima, ao solo, ao objetivo de uso e ao sistema de produção. 

Além disso, deve ter também alta produtividade, distribuição mais equilibrada da produção nos períodos chuvoso e seco, alto teor de nutrientes digestíveis, persistência em condições adversas de uso (altas lotações e tolerância à seca), resistência a pragas e doenças, boa cobertura e proteção do solo, facilidade de propagação, dentre outras. Ufa!

Como você pode ver, é impossível reunir em uma única forrageira todas essas características.

Portanto,  o recomendado é diversificar as pastagens, plantando-se diferentes capins segundo as suas características.

Conheça as características e as dicas de plantio das principais gramíneas forrageiras aqui.

pastagem arborizada
Aposte na diversificação de pastagem. — Foto: Renata Kelly da Silva/ Embrapa

Consórcio de forrageiras gramíneas com leguminosas

Vale a pena apostar no consórcio de forrageiras gramíneas com leguminosas. Os principais benefícios são:

  • melhoria do solo, com a capacidade das forrageiras leguminosas de fixar biologicamente nitrogênio atmosférico;
  • aumento do período de produção de forragem;
  • aumento da disponibilidade aos animais, aumentando a vida útil da pastagem.

Ou seja, este tipo de pastagem é boa para o solo, para os animais e, consequentemente, para o bolso.

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Leguminosas indicadas para a consorciação com braquiárias

Como as braquiárias são os capins mais comuns nos pastos do país, é fácil surgir a pergunta de qual a melhor leguminosa forrageira para o consórcio.

Então saiba que, hoje em dia, a mais usada é o estilosantes Campo Grande, que consorcia facilmente com as braquiárias decumbens, humidícola, dictioneura e com o andropogon.

O estilosantes Campo Grande também pode ser consorciado com o marandu, o xaraés e o piatã.

Essa leguminosa requer solos secos e leves (com até 30% de argila) e aplicações mínimas de calcário. 

Saiba tudo sobre o estilosantes Campo Grande aqui.

Veja como fazer a formação e o manejo de pastagens consorciadas com estilosantes nos itens abaixo:

estilosantes pastagem
Vale a pena apostar no consórcio de gramíneas com leguminosas. — Foto: Joseani Antunes/ Embrapa

Consórcio de gramíneas com leguminosas estilosantes

Outro ponto importante no manejo de pastagens é na formação e manutenção de consórcios de forrageiras gramíneas com leguminosas estilosantes.

Essa formação é importante, já que os estilosantes são excelentes fontes de proteína para o gado, mas não podem ser oferecidas em grandes quantidades, já que, dessa maneira, chegam a provocar lesões no aparelho digestivo dos animais.

Portanto, veja quais as gramíneas forrageiras mais adequadas para o consórcio com estilosantes: Brachiaria decumbens, Marandu, Xaraés, Piatã e também Humidicola e Andropogon, estes últimos  semeados em solos arenosos de baixa fertilidade.

Para saber quais os principais tipos de leguminosas estilosantes, clique aqui.

Formação

Nos primeiros 90 dias após o plantio (saiba tudo sobre o plantio de estilosantes Campo Grande aqui), você deve redobrar a atenção, de forma a evitar a alta competição da gramínea com a leguminosa.

Só assim o consórcio vai se estabelecer.

Mas como saber a hora de iniciar o pastejo? A dica é verificar se há o acamamento da gramínea ou o sombreamento da leguminosa por ela.

Sendo assim, em áreas previamente estabelecidas com a gramínea, inicie o pastejo cerca de 30 a 40 dias após a introdução do estilosantes.

Já em pastagens novas, adie um pouco mais, com o primeiro pastejo 40 a 50 dias após o plantio.

Essa variação de tempo se deve à espécie e cultivar da gramínea, à fertilidade do solo e também à temperatura e à umidade do período.

Para finalizar esta etapa, mais uma dica importante: utilize animais jovens, de porte leve, nesse período de formação e retire os animais quando a altura da gramínea for de 15 cm.

Só tome cuidado com as formigas cortadeiras, que podem danificar a pastagem e dificultar o seu estabelecimento. Clique aqui e conheça maneiras simples e práticas de fazer o combate natural.

Manutenção

No fim do período das águas, a partir do mês de março, reduza o pastejo, a fim de possibilitar o florescimento e produção de sementes da leguminosa estilosantes nos meses de maio e junho.

Além disso, esse manejo possibilita a reserva de pasto para o período seco. 

Isso ocorre por causa da ressemeadura natural. As sementes produzidas caem no solo e constituem a base da persistência do estilosantes.

Dessa forma, no período das águas seguinte, vai ser a hora de voltar a fazer um pastejo mais intenso, a fim de estabelecer as plantas recém-germinadas.

De qualquer forma, tenha em mente que o importante é não deixar o estilosantes tomar conta, isto é, mantenha a proporção de 20% a 40% em relação à gramínea.

Se a proporção do estilosantes estiver abaixo da recomendação, aumente a pressão de pastejo.

Por outro lado, se estiver acima, reduza a pressão de pastejo e realize a adubação da pastagem. 

Adubação

Para o real sucesso do consórcio de estilosantes com gramíneas, capriche na adubação de manutenção da pastagem, pois os nutrientes que as plantas recebem fazem toda a diferença na energia que elas serão capazes de dar ao gado.

Com esse propósito, os bioestimuladores têm papel fundamental na aceleração da brotação, o que vai reduzir o ciclo da planta, refletindo-se em maior produtividade em menos tempo. Isso é o que garante o sucesso em toda a cadeia produtiva. Clique aqui e conheça o nosso kit especial de pastagens.

paisagem de campo
Foto: João Costa Junior/ Embrapa

As nossas dicas fizeram sentido para você? Ficou com alguma dúvida? Clique aqui e receba uma consultoria gratuita, focada em suas reais necessidades. Vamos construir, juntos, uma agricultura de sucesso.

E continue nos acompanhando. Até a próxima!

Veja também: 

Hidroponia: saiba tudo sobre a técnica

Pimenta habanero: como plantar

Milho para silagem: como plantar

Referências

Desempenho de consórcios forrageiros de estação fria com espécies leguminosas em diferentes anos de cultivo. Universidade Federal de Alagoas

Fisiologia e manejo de plantas forrageiras. Documentos 85. Embrapa Rondônia. Porto Velho, 2004

Formação e manejo de pastagens. Comunicado Técnico 235. Embrapa Amazônia Oriental. Belém, 2012.

Gado de Corte. Coleção 500 perguntas 500 respostas. Embrapa Informação Tecnológica. Brasília, 2011.

Pastagens: manejo de pastagens tropicais. Coleção SENAR 157