O bonsai é, grosso modo, a arte milenar de cultivar plantas em miniatura por muitos anos.
Por todo o trabalho e dedicação a esse tipo de planta, o bonsai, além de ser uma terapia de paciência e amor, é também um potencial negócio lucrativo.
Um bonsai costuma ser vendido a preços bem interessantes, pois é vendido como obra de arte.
Com as técnicas e as orientações corretas, é possível fazer o cultivo de bonsai e apreciá-lo por gerações.
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Neste conteúdo, você vai saber tudinho sobre bonsai:
Cuidado com as deficiências nutricionais
Pragas que ameaçam o cultivo do bonsai
Como ter sucesso no cultivo de bonsai
Entenda o que é um bonsai
Primeiro, saiba exatamente do que estamos falando. Mas, antes, clique aqui e receba uma receita gratuita de adubo Bokashi para ajudar no cultivo.
O que é ?
Bonsai é uma técnica, mas também uma verdadeira arte.
De origem chinesa (“bon” significa bandeja e “sai” significa planta ou plantio), essa arte consiste em cultivar plantas em miniatura, por meio de podas e outros tratos culturais.
Qual a finalidade da técnica?
Acertou quem disse “ornamental”, pois são admiravelmente lindas as plantas cultivadas em bandejas. Sendo assim, é inegável o seu grande potencial de comercialização.
Mas o bonsai não tem só esse objetivo. No Japão, o cultivo de bonsai é comumente utilizado para a formação de bancos de germoplasma. Esses bancos são criados para reunir as variedades de uma planta e estudá-las em conjunto.
O que pode ser cultivado?
Com certeza, você já viu, ao menos aqui na internet, uma árvore cultivada em miniatura. São elas mesmas, as árvores, que são apropriadas para a técnica.
Mas qual tipo de árvore? De preferência, aquelas que têm folhas e frutos menores, possibilitando a formação de bonsais mais bonitos e delicados.
Exemplos de árvores nativas do Brasil que são apropriadas para o bonsai: Jacarandá-da-Bahia (Dalbergia Nigra), Jequitibá-rosa (Cariniana-legalis), Peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron), Mirindiba rosa (Lafoensia glyptocarpa), Uvaia (Eugenia pyriformes), Pitanga (Eugenia uniflora), Jabuticabeira sabará (Myrciaria trunciflora), Guabiroba de árvore (Campomanesia xanthocarpa), Cerejeira do Rio Grande (Eugenia involucrata), entre outras.
Outras árvores frutíferas muito utilizadas: pé de acerola, pé de romã, pé de figo.
Quanto tempo dura um bonsai?
Não se sabe ao certo quanto tempo vive um bonsai, mas acredita-se que mais que uma planta em condições normais.
Isso porque os fenômenos fisiológicos dos bonsais demoram muito mais para acontecer.
A maturação sexual dos bonsais ocorre no dobro do tempo das plantas em solo. Isso quer dizer que, por exemplo, se uma jabuticabeira plantada no solo leva 10 anos para a primeira floração, em um bonsai da mesma espécie costuma demorar 20 anos para isso acontecer.
Seguindo essa lógica, entende-se que os bonsais vivem mais. Para se ter uma ideia, no Japão, existem plantas com mais de 500 anos.
Origem do Bonsai
O bonsai é uma técnica de origem chinesa iniciada há mais de mil anos, desenvolvida por membros da religião taoísta.
Portanto, os chineses foram os primeiros a cultivar plantas em vasos, fazendo isso desde 500 anos antes de Cristo. Isso é pra lá de curioso!
E há incríveis 800 anos, o Japão também adotou a técnica de miniaturização de plantas, que começou com os monges Zen Budistas, que inclusive aperfeiçoaram o cultivo de bonsai.
Olha só que interessante: durante muito tempo, o bonsai era exclusividade dos ricos e religiosos. Há apenas 150 aninhos, ele foi popularizado no Japão.
E, como já é de se imaginar, o bonsai chegou no Brasil por meio dos imigrantes japoneses, que, em 1908, trouxeram plantas e sementes que eram tradicionalmente cultivadas no seu país de origem.
Como plantar um bonsai
Como começar
Você pode começar o seu bonsai do zero. Isso mesmo! Aqui vamos mostrar o passo a passo para plantar um bonsai. E existem ao menos 3 formas de propagação: por sementes, por estaquia ou por enxertia.
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Sementes
Se você quiser fazer a formação de mudas por sementes, siga os passo adiante:
Antes de começar, lembre-se de escolher sementes de qualidade e procedência, livre de agentes causadores de doenças. Além disso, se possível, escolha cultivares resistentes a pragas e doenças.
Primeiro, separe bandejas de isopor ou de plástico novas ou esterilizadas para fazer o plantio.
Em seguida, adquira um substrato também devidamente esterilizado. Quer saber como fazer isso? É simples! Basta jogar água fervendo na mistura desejada, deixá-la esfriar e plantar em seguida.
Exemplos de excelentes substratos são: areia, vermiculita, areia com matéria orgânica peneirada, areia com matéria orgânica e fosfato de Araxá.
Depois, é só preencher as células com o substrato e inserir uma semente por célula, a uma profundidade de cerca de o dobro da espessura da semente.
Estaquia
A formação de mudas de bonsai pode se dar a partir de dois tipos de estacas: as lenhosas e as herbáceas.
Então como saber qual tipo de estaca usar para iniciar o processo? Depende do tipo de planta que se quer reproduzir.
As estacas lenhosas são aquelas mais grossas e endurecidas, tiradas geralmente no final do inverno ou no início da primavera, quando estão sem folhas ainda.
Se a planta não costuma derrubar folhas, você pode retirar as estacas a qualquer momento, rapelando as folhas no processo.
Exemplos de plantas que podem ser propagadas por estacas lenhosas: azaleia, primavera, romã, rosa, hibisco, figueira, murta, buxinho, entre outras.
Já as estacas herbáceas são as mais finas e flexíveis, retiradas das pontas dos ramos, até 10 cm.
Escolha um dia nublado ou as horas mais frescas para a retirar esse tipo de estaca.
Exemplos de plantas propagadas por estacas herbáceas são: pinheiros (tuias, ciprestes, podocarpos), acerolas, jabuticaba, ligustro, entre outras.
E o processo de enraizamento é muito parecido com o de semente. Basta inserir as estacas em bandejas ou vasinhos preparados com o substrato para que aconteça a brotação.
No caso das hastes herbáceas, é importante colocar para enraizar imediatamente após a retirada, para que elas não sequem.
Mas os dois tipos de mudas devem ficar à sombra durante todo o processo. As estacas enraízam normalmente em cerca de 30 dias. Entretanto, vale a pena aguardar alguns meses para transplantá-las para os vasos definitivos.
Alporquia
A alporquia é uma técnica de formação de mudas aéreas. Para fazer, você vai precisar escolher a planta e separar os seguintes materiais:
- arame;
- esfagno (musgo facilmente encontrado em floriculturas);
- tira plástica;
- seringa com agulha;
- fertilizante líquido;
- vasinho de plástico.
Modo de fazer
Agora veja o passo a passo de como fazer:
- Primeiro, avalie o ramo de onde a muda vai ser retirada e tire uma parte da casca. Se for um ramo fino, coloque um arame, de modo a formar um anel. Se o ramo for mais grosso e resistente, amarre o arame em toda a extensão dele, como se fosse uma mola;
- Em seguida, certifique-se que o arame esteja bem apertado, mas sem causar ferimentos à planta;
- Depois, aguarde formar um calo (tipo uma barriguinha) entre as voltas do arame. Isso significa que a seiva e os nutrientes estão armazenados ali.
- Então envolva o calo com esfagno, na espessura de cerca do dobro do diâmetro do ramo, molhando-o;
- Com uma tira plástica, prenda o esfagno no local, amarrando um arame na parte de cima e de baixo. Dessa forma, o material permanecerá úmido;
- A cada 15 dias, aplique fertilizante líquido com a ajuda de uma seringa com agulha;
- Após alguns meses (o tempo varia dependendo da planta e da nutrição), você vai notar o aparecimento de raízes dentro do plástico;
- Por fim, você pode cortar a muda abaixo do arame e levá-la para o vaso junto com o esfagno.
Enxertia
A enxertia também é uma técnica muito utilizada para a formação de mudas de bonsai. Com ela, é possível obter plantas precoces, ou seja, que produzem flores mais cedo.
O uso do porta-enxerto, também chamado de cavalo, deixa o bonsai ainda mais bonito.
E os métodos mais utilizados são a garfagem em fenda e a garfagem lateral. Clique aqui e saiba tudo sobre enxerto de plantas.
Dentre as plantas mais utilizadas nesses processos de formação de mudas estão as de madeira mole, como paineiras, chichás, eritrinas, rosas, pinus, entre outras. Nesse tipo de madeira, é mais fácil fazer os encaixes.
Plantio
Depois que a muda estiver formada e bem estabelecida (decorrido alguns meses, a depender do tipo de planta), é hora de fazer o transplantio para o vaso definitivo.
Primeiramente, prepare um vaso com um solo adequado à espécie que se vai reproduzir.
Mas fique tranquilo! Se você não sabe ao certo o tipo de solo ideal para a planta que escolheu, aposte na seguinte mistura:
- 50% de terra;
- 25% de areia;
- 25% de matéria orgânica (húmus, terra vegetal ou turfa).
Como quase todas as plantas gostam muito de fosfato no solo, antes de fazer o transplantio, vale a pena fazer uma adubação de plantio fosfatada. Uma excelente opção é a farinha de ossos. Clique aqui e obtenha mais informações sobre adubos orgânicos.
Sabe como fazer? Coloque cerca de 50 gramas por quilo da mistura acima e misture também.
Você ainda pode polvilhar a farinha por cima do solo, no vaso, durante todo o ano, inclusive no inverno.
Voltando à preparação do vaso para o plantio, tome nota do passo a passo:
Modo de fazer
Antes de começar, tampe o buraco de drenagem com uma tela de plástico;
Primeiro, cubra o fundo do vaso com areia ou pedrisco;
Coloque a mistura de solo que você preparou (conforme acima);
Em seguida, coloque a muda, completando o nível do vaso com terra em pó;
Depois, cubra toda a superfície com uma camada de pó de xaxim;
Por fim, regue com um chuvisco leve, até que o solo encharque.
Ainda não tínhamos falado do pó de xaxim, mas saiba que ele é importante para proteger a terra da erosão, mantê-la úmida e, claro, servir de indicativo para a rega.
Tratos culturais
Na prática, são os tratos culturais que fazem o bonsai. Portanto, tome nota de cada detalhe:
Poda
Fazer podas é exatamente o que torna o bonsai aquilo que o define: uma planta em miniatura. O segredo para ter um lindo bonsai é nutrir muito bem sua planta e fazer a poda com muito carinho.
Sendo assim, fique atento às seguintes dicas:
- Não realize a poda de raízes a torto e a direita, assim quando der na cabeça. Pode as raízes apenas nas seguintes circunstâncias: quando for introduzi-la em uma vaso raso ou quando for fazer a troca de solo;
- Ainda para a poda de raízes, escolha uma época de dormência (sem folhas) ou um dia nublado;
- Caso não se trate de um pinheiro, retire as folhas e os brotos novos para reduzir a perda de água;
- Após a primeira poda, que foi aplicada ao iniciar o bonsai, é necessário fazer a poda de conformação. E a melhor época para fazê-la é no final do inverno, tendo a planta passado pelo período de dormência (queda das folhas) ou não;
- Para este tipo de poda, faça os seguinte: raleie o topo e pode para conformar um triângulo (clique aqui e saiba mais), pode os ramos pesados e vigorosos, remova os pequenos ramos do tronco e os que tiverem fora do desenho e também retire os perfilhos que forem surgindo;
- Por fim, faça também a poda verde de manutenção, que tem o objetivo de não deixar a planta transfigurada, com um ramo muito comprido, por exemplo.
Toda vez que realizar a poda, aproveite para adubar a sua planta. Clique aqui e receba grátis uma receita de adubo Bokashi.
Troca de solo
Outro manejo importante do bonsai é a troca de solo. Isso mesmo! Você vai precisar trocar o solo do seu vaso de vez em quando.
Mas quando? Depende. A periodicidade varia em função do tamanho do seu vaso, espécie de planta e da fase de tratamento a que a planta está submetida.
Dessa forma, como já é de se imaginar, saiba que vasos menores precisam de trocas mais frequentes. Entretanto, como dissemos, isso varia conforme a planta.
Por exemplo, um vaso de até 500 ml de solo seria ideal se houvesse uma troca a cada 6 meses. Só que, se a planta for um cedro ou outro pinheiro de clima frio, a troca só pode ocorrer a cada 2 anos, no final do inverno e em dias frios, independente do tamanho do vaso.
Dicas
Portanto, pesquise e analise bem o tipo de planta cultivada antes de tomar a decisão de fazer a troca. Para te auxiliar, deixamos aqui algumas dicas valiosas:
- Plantas naturalmente mais fracas, com ramos mais finos e crescimento lento podem ser trocadas frequentemente, porque isso as fortifica, tornando-as mais resistentes;
- Se a sua planta tem folhas grandes e você pretende reduzi-las, diminua a frequência das trocas. Mantenha, portanto, a planta em um solo mais velho. Exemplo: chapéu de praia (Terminalia sp.);
- De maneira geral, vasos com 500 ml a 1 litro de solo precisa de troca de 6 meses a 1 ano;
- Vasos com 1 a 3 litros de solo, necessitam de trocas a cada 1 ou 2 anos.
- Mas sempre cai bem a dica de conhecer a sua planta. Sempre que você perceber que o crescimento dela está abaixo do normal, realize a troca de solo e a poda de raízes;
- Saiba que, por exemplo, paineiras e figueiras podem ter trocas de solo mais frequentes e podas de raízes mais drásticas, em qualquer época do ano;
- Entretanto, no último caso citado, aposte em trocas de solo a cada seis meses, nos seguintes períodos: início de setembro (primavera) e fins de fevereiro (ou início de março).
Como fazer a troca de solo
Agora você deve estar pensando: muito bem, mas como faço a mudança de solo? Simplesmente tiro a terra? Calma que temos o esquema:
- Primeiro separe novos pedriscos, a nova mistura preparada (reveja o item plantio) e também o pó de xaxim;
- Então retire com muito cuidado (mesmo) a planta do vaso;
- Depois, lave a raiz em água corrente (na torneira do tanque mesmo);
- Se achar que as raízes cresceram muito, proceda à poda das raízes, com uma tesoura esterilizada;
- Então reinsira os pedriscos e o novo solo no vaso, replantando normalmente;
- Finalize com o pó de xaxim;
- Por fim, regue, deixando a planta à sombra por 10 dias.
Só volte à planta a um lugar que receba claridade depois de decorrido este tempo e faça isso gradualmente por mais 10 dias.
Para finalizar, nutra a sua planta com um fertilizante de qualidade. Você pode utilizar o Bokashi, que serve para qualquer tipo de planta.
Principais técnicas do bonsai
Triangulação
Já falamos um pouquinho no tópico sobre podas de como é importante fazer a triangulação do bonsai, para que o seu formato fique agradável.
Por esse motivo, essa técnica é uma regra muito utilizada para exposições de bonsai. Se você dedica-se ao bonsai e quer mostrar o bonsai brasileiro para o mundo, entender sobre triangulação é essencial.
Então, na hora da poda de conformação, capriche na retirada dos ramos superiores, de modo a deixar a sua arvorezinha bem triangular.
Para isso, faça uma projeção do vaso com a copa, como na ilustração a seguir:
Altura do vaso
Há outra regra estilística usada em exposições, que é a altura do vaso.
E o segredo está na altura da planta e no diâmetro do tronco. Isso mesmo, existe uma relação entre a triangulação com o vaso e o tronco da árvore.
Considerando essa questão, a regra é: quanto mais grosso o tronco, mais profundo o vaso. E quanto mais alta a planta, mais largo o vaso.
Entretanto, há exceções: os estilos Semi-Cascata e Cascata Plena tradicionalmente são cultivados em vasos mais profundos.
Técnicas de modelagem
Vamos conhecer algumas técnicas de modelagem de bonsai, utilizadas para dar forma e também engrossar o tronco das plantas.
Aramação
A aramação é a utilização de arames para modelar ramos e raízes. No Brasil, costuma-se utilizar arames mais comuns, que são feitos de cobre encapado.
Para saber qual tamanho de arame utilizar para ramos finos, corte um pedaço que seja 50% maior que o galho a ser enrolado.
Se você quiser aproveitar um pedaço de arame menor que o recomendado, basta fazer a continuação com outro arame.
Entretanto, nesse caso, tome cuidado na hora de colocar o segundo arame, de forma que comece no vão do primeiro arame a cerca de 5 cm do final. Assim, o segundo arame colocado terá apoio sobre o primeiro.
Se você for colocar arames nos galhos secundários, essa ideia também se aplica, ou seja, a colocação do segundo arame deverá iniciar a uns 5 cm do término do arame colocado no ramo principal.
Se não houver arame no tronco principal, mesmo assim, dê umas 4 voltas com arame nele antes de começar a enrolar o ramo secundário.
Veja abaixo um exemplo de bonsai após a colocação dos arames:
Engrossamento forçado
Um dos problemas comuns enfrentados por cultivadores de bonsai é a excessiva demora do engrossamento do tronco.
Para resolver esse impasse, existe uma técnica que força o engrossamento dos ramos.
Essa técnica consiste em fazer com que as substâncias que passam pelo tronco fiquem acumuladas nele, causando o seu engrossamento.
Mas como fazer isso? A forma mais comum é por meio da utilização do arame, de modo parecido com a alporquia, mas dessa vez, por meio de um enrolamento prolongado.
Depois da formação de sulcos, o arame é retirado e colocado nos espaços entre os sulcos, o que acelera o processo.
Os vãos formados pelo arame serão naturalmente preenchidos pelas plantas, de forma a completar o engrossamento.
Mas atenção! Isso só acontece mesmo em plantas bem nutridas. Daí a importância da fertilização para o sucesso do procedimento.
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Engrossamento por meio do arame incluso
Ok. Então o engrossamento é feito basicamente pelo represamento da seiva da planta, certo? Sim e não.
Explicamos: há outra forma de fazer o engrossamento, também com o uso de arame, mas que traz um item a mais.
Como seria isso? Seria a inclusão do arame usado na modelagem, que, com a estimulação de hormônios naturais da planta, torna o engrossamento até 200% maior, contra os 50% na técnica que não deixa o arame incluso.
Mas, para isso, é preciso utilizar arames especiais, aqueles usados em bobinas de carros que são envernizados e postos em estufas a 750° e que, por isso, não entram em oxidação e, consequentemente, não intoxicam as plantas.
Veja como fazer, com o opcional de incluir um arame encapado para a modelagem:
- Coloque o arame envernizado;
- Modele por cima com o arame encapado;
- Faça o envergamento;
- Retire o arame encapado;
- Observe o início do engrossamento;
- Por fim, o arame é encoberto pelo tronco.
Veja esse passo a passo representado nas ilustrações abaixo:
Estilos de bonsai
Os verdadeiros artistas que cultivam bonsai definiram, ao longo dos tempos, alguns estilos específicos para a modelagem do bonsai.
Como os estilos são muitos e variados, aqui apresentamos alguns dos principais estilos de forma resumida, com as imagens que, por si só, acabam por traduzir a sua ideia e beleza:
Estilos de tronco único
Ereto formal (Chokkan)
Ereto informal (Moyogi)
Inclinado (Shakan)
Tronco retorcido (Bankan)
Grupo de árvores (Yose-ue)
Cuidado com as deficiências nutricionais
A nutrição do bonsai é extremamente importante e essencial para que a técnica tenha sucesso.
Prova disso é o que a deficiência de alguns nutrientes podem causar nas plantas. Veja só:
Nitrogênio
O sintoma clássico da falta de nitrogênio é a clorose (amarelecimento) geral da planta. Se isso acontecer, vale a pena distribuir esterco bovino por cima do solo para amenizar o problema. Mas a adoção de um fertilizante de qualidade é essencial para a recuperação da planta.
Fósforo
A deficiência de fósforo pode causar o arroxeamento das folhas de algumas plantas, um engrossamento e um crescimento muito reduzido. Como vimos na etapa de plantio, a adição de farinha de ossos ao solo costuma dar conta do recado.
Potássio
Além da clorose, a falta de potássio provoca o secamento das extremidades das folhas.
Cálcio
Quando faltar cálcio, você vai notar os seguintes sintomas em suas plantas: amarelecimento das folhas mais novas, secamento do ápice do broto. A troca de solo juntamente com a adição de farinha de ossos é uma boa solução para o caso.
Magnésio
A deficiência de magnésio provoca o amarelecimento entre as nervuras das folhas mais velhas (de baixo). Em pinheiros e em outras plantas de folhas estreitas ocorre a seca de ramos inferiores e dos de dentro da copa.
Já deu para entender a importância de manter a planta sempre nutrida, não é mesmo?
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Pragas que ameaçam o cultivo do bonsai
Infelizmente, nem essas plantas cultivadas em vaso com tanto carinho estão livres de pragas ameaçadoras.
Veja como identificá-las e combatê-las:
Principais pragas
Ácaros
Os ácaros, que são parentes minúsculos das aranhas, sugam as folhas das plantas e se alojam na parte de baixo delas, ficando protegidos por uma teia.
Os danos provocados por eles iniciam-se nas folhas mais velhas, que começam a ficar com pontos amarelo-esbranquiçados. Esses pontos evoluem para manchas marrom-avermelhadas e secam, envelhecendo as folhas.
Pulgões
Pulgões são insetos de cor preta, marrom ou verde em formato de pera. E as condições para o aparecimento desses insetos são altas temperaturas associadas a pouca chuva.
Além dos danos físicos causados pela sucção da seiva das folhas, os pulgões (clique aqui e saiba mais sobre eles) transmitem vírus para alguns tipos de plantas.
Por isso, a importância de combatê-los o mais rápido possível. Clique aqui e receba grátis uma receita de inseticida natural para pulgões.
Cochonilhas
As cochonilhas-brancas (Phenococcus sp., Planococcus sp. e Pseudococcus sp.), cochonilhas-algodonosas ou cochonilhas-farinhentas são assim chamadas por causa da cera pulverulenta (parecendo pó) que recobre o corpo dos insetos, dando um aspecto de algodão.
Elas gostam de plantas com solo velho e clima seco.
Costumam atacar especialmente as seguintes plantas: goiabeiras, pitangueiras, entre outras frutíferas.
Nematóides
Os nematóides (Meloidogyne spp., Cactodera spp.) são vermes minúsculos presentes no solo, que causam severos danos às raízes das plantas de diversas culturas, como banana, morango, pitaya, tomate, entre outras.
As plantas ficam, de maneira geral, mal desenvolvidas, sem conseguir absorver os nutrientes necessários para a boa produtividade.
As raízes ficam danificadas, com formações conhecidas como galhas.
Dicas de controle
O manejo integrado é um ótimo caminho para o controle das principais pragas do bonsai. Veja algumas soluções práticas para você implantar:
- Faça adubações constantes
Não tem segredo: plantas bem nutridas são muito mais saudáveis e resistentes ao ataque de pragas.
As receitas naturais são ótimas alternativas.
- Mantenha a umidade
Como pudemos ver, algumas pragas, como ácaros, cochonilhas e pulgões se estabelecem em ambientes secos. Portanto, mantenha o solo do seu bonsai sempre úmido.
- Cuide do solo
Escolha materiais livres de patógenos (como os nematóides) ao preparar o seu vaso para a implantação do bonsai.
E não descuide desta orientação na troca de solo.
Como ter sucesso no cultivo de bonsai
Irrigação
Cuidar da irrigação é crucial para a sobrevivência do seu bonsai. É muito triste, mas a falta de água é responsável por 90% das mortes de bonsai de pinheiros, por exemplo.
Por isso, a rega deve ser diária. Se os dias estiverem quentes e secos, redobre a atenção, regando duas vezes ao dia.
Além disso, em situações como a troca de solo ou plantio a planta deve permanecer na sombra em local fresco e úmido por pelo menos 15 dias.
E atenção! O solo não deve ficar seco nem de leve, entendeu? Se preciso for, regue 3 vezes ao dia.
Se o seu vaso for de barro cru, isso pode acontecer com frequência, pois ele não segura muito a umidade. Já os de porcelana, lata ou plástico possibilitam que o solo fique úmido por mais tempo.
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Fertilização
A fertilização equilibrada é crucial para a obtenção de resultados superiores, já que a nutrição é essencial para que as técnicas utilizadas no cultivo de bonsai surtam o efeito desejado.
E você pode até mesmo utilizar o momento da rega para aplicar um fertilizante de qualidade no seu bonsai.
Essa técnica é conhecida como fertirrigação. Veja as vantagens:
- Economia e maior aproveitamento do fertilizante;
- Aplicação de nutrientes restrita ao volume molhado onde se encontra a região de atividade das raízes;
- Possibilidade de adaptar as quantidades e concentrações dos nutrientes à necessidade das plantas em função de seu estágio fenológico e das condições climáticas;
- Redução da incidência de patógenos e queima das folhas, já que as plantas são mantidas secas.
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Defensivos agrícolas
Para produzir bonsais perfeitos, além da fertilização balanceada e do manejo adequado, é preciso utilizar defensivos agrícolas de qualidade.
E o segredo está no uso orientado desses produtos, com análise focada em suas necessidades.
Além disso, as receitas naturais também são alternativas eficientes no controle da qualidade do seu bonsai. Clique aqui para receber uma receita gratuita.
As nossas dicas fizeram sentido para você? Ficou alguma dúvida? Clique aqui e receba uma consultoria voltada para as suas necessidades. Vamos fazer, juntos, um cultivo de sucesso!
E continue nos acompanhando! Sucesso e até a próxima!
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Referências
CHADDAD JUNIOR, João. Bonsai: miniaturização de plantas. Série Produtor Rural. Edição Especial. ESALQ/ USP. Piracicaba, 1999.
Cultivo de bonsai. Ponto de Partida. SEBRAE