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Controle biológico: combate natural de pragas

joaninha controle biológico

O controle biológico de pragas é uma tendência mundial. 

Segundo dados da FAPESP, desde 2019, esse tipo de controle de insetos vêm crescendo mais de 15% ao ano.

Isso porque ele tem a grande vantagem de proporcionar mais segurança à saúde de quem produz e de quem consome os alimentos cultivados.

E essa é a nossa missão: tornar a agricultura brasileira mais produtiva e também mais sustentável.

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O que é controle biológico?

Afinal, o que é controle biológico? Grosso modo, é a utilização de seres vivos para combater pragas agrícolas. 

É  uma ação natural de controle dos insetos que competem conosco por alimentos (os quais consideramos pragas) por meio dos inimigos, isto é, predadores existentes na natureza.

Isso ocorre sem a interferência do homem, mas é possível tomar medidas que estimulem a ação dos insetos predadores e/ou parasitoides, além de microorganismos, como fungos, neste controle.

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Controle biológico: exemplos de agentes de controle

Aqui vamos dar alguns exemplos dos principais tipos de inimigos naturais de pragas, sendo eles: os parasitoides, os predadores e os fungos entomopatogênicos.

Parasitoides

vespa parasitoide
Aspecto da microvespa parasitoide. — Foto: Livia Bishof Pian/ Embrapa

Microvespas parasitoides

As vespinhas parasitoides têm uma maneira diferente de realizar o controle de pragas importantes, como pulgões, lagartas, besouros, percevejos, entre outros.

Funciona assim: a fêmea deposita um ovo em cada inseto e, de cada ovo, nasce uma larva, que se alimenta do corpo da vítima.

Além de oferecer alimento para o inimigo natural, o corpo do hospedeiro oferece abrigo até que o parasitoide se torne um adulto. Quando adulto, o inimigo natural abandona o corpo do hospedeiro para acasalar, buscar alimento nas plantas (néctar) e outros hospedeiros para as novas fêmeas colocarem os seus ovos.

Considerando este modus operandi, já dá para perceber que essas vespas são minúsculas, não é?

Mesmo assim, vale a pena conhecer as suas características. Portanto, saiba que as vespinhas medem de 1 a 4 mm.

Além disso, suas cores variam: há microvespas pretas, marrons, amarelas ou com coloração verde-azulada, com ou sem brilho metálico.

Mas, para notar a presença das vespinhas, o que você vai ver mais facilmente são as múmias dos insetos parasitados.

Moscas taquinídeas

As moscas taquinídeas agem como as microvespas parasitoides. São agentes no controle de larvas, lagartas, besouros, percevejos e outros insetos.

Conheça as características das moscas desta espécie:

mosca taquinidea
Aspecto de uma mosca taquinídea adulta. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa

Predadores

Conheça agora importantes predadores naturais de diversas pragas.

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Joaninhas

As joaninhas não são só bonitinhas. Elas são consideradas símbolos de sorte e felicidade em algumas culturas. E concordamos, pois elas são importantes inimigos naturais dos pulgões.

Para você ter uma ideia, uma joaninha é capaz de devorar cerca de 5 mil pulgões durante sua vida. 

E elas também adoram se alimentar de cochonilhas, ácaros, moscas brancas, entre outros tipos de insetos.

Então não há dúvidas de que é preciso preservar as joaninhas aí no seu jardim, certo? 

Por isso, saiba que elas têm diferentes fases em sua vida: ovo, larva, pupa e adulto. Aqui vamos destacar duas fases para que você possa identificá-las: a fase larval e a fase adulta.

Fase larval

Sobretudo a fase larval é muito importante conhecer para que esse importante aliado no cultivo de plantas não seja confundido com uma praga.

Até mesmo porque as larvas são eficientes devoradoras de pulgões,por exemplo, chegando a papar cerca de 200 desses insetos por dia.

Nessa fase, a joaninha não se parece nada com aquele formato clássico de desenho infantil.

Seu aspecto está mais para jacaré, com pernas longas e tamanho que varia entre 2-12 milímetro, dependendo da espécie.

Se você observar o seu jardim, vai encontrar larvas escuras, com ou sem manchas brancas ou amarelas, pois essas características são as mais comuns.

Mas algumas delas são cobertas com uma substância branca, parecendo algodão. Observe bem as fotos abaixo para não confundi-las com as cochonilhas, que também têm esse aspecto.

joaninha larva
Larva de joaninha atacando pulgões. — Foto: Silva, Alessandra de Carvalho/ Embrapa
larva de joaninha controle biológico
Larva de joaninha em tamanho aproximado. — Foto: Halina Schultz/ Embrapa

Fase adulta

As joaninhas da fase adulta tomam aquele jeito conhecido de besourinho, medindo menos que as larvas, cerca de apenas 1-10 mm.

Só que, se você já parou para notar, vai saber que não existem apenas joaninhas vermelhinhas com pintinhas pretas, não.

Há também as de cor preta, bege e laranjas, mas sempre com manchas ou pintas contrastantes sobre as asas. Veja só:

joaninha bege controle biológico
Joaninha bege. — Foto: Alessandra de Carvalho Silva/ Embrapa
joaninha laranja
Joaninha alaranjada. — Foto: Alessandra de Carvalho Silva/ Embrapa
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Joaninha vermelha com manchas pretas. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa
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Joaninha de formato mais conhecido. — Foto: Guilherme Leonardi Garcia/ Embrapa

Plantas atrativas

Além de insetos, as joaninhas também se alimentam de pólen. 

Portanto, cultive flores juntinho à sua horta (clique aqui e saiba como montar uma horta vertical) e/ou ao seu pomar para garantir a presença dessas nossas verdadeiras amigas naturais.

Elas apreciam o néctar das flores de algumas espécies, como :

  • Álisso (flor de mel);
  • Coentro;
  • Cenoura;
  • Endro;
  • Picão;
  • Salsa;
  • Tagetes (cravos de defunto);
  • Zínias (capitães, viúvas-regateiras ou beneditas).

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Moscas sirfídeos

As moscas sirfídeos, também chamadas de moscas-das-flores, moscas-lambe-olhos, mindinhos do milho e moscas lambe-lambe também são muito importantes no controle biológico de insetos.

A suas larvas é que se alimentam vorazmente de pulgões (cerca de 1000 antes de virar pupa), além de atacarem cochonilhas que estiverem dando sopa por aí.

Por isso, conheça bem as suas fases de desenvolvimento, para que você não as confunda com pragas.

Fase larval e pupal

As larvas das moscas sirfídeos medem de 8 a 15 mm e não possuem pernas. 

Seu aspecto é muito parecido com o de vermes, possuindo um corpo gelatinoso de cor verde-clara ou amarelo-clara.

Já as pupas são semelhantes a uma gota, com a extremidade bastante fina.

Fase adulta

Os adultos das moscas sirfídeos medem de 6 a 18 mm e variam muito, conforme a espécie.

Sendo assim, você vai notar a presença de moscas parecidas com abelhas, com vespas e com moscas varejeiras. 

Mas uma característica comum e bem marcante é que elas possuem apenas duas asas.

Há dois hábitos comuns dessas amigas da plantação que podem ajudar na sua identificação. 

Um deles é que elas costumam fixar-se em um ponto durante o voo, dando a impressão de estarem paradas no ar.

E o outro é que elas também costumam pousar na nossa pele, em busca de sugar os minerais presentes no suor (daí o nome moscas lambe-lambe).

mosca sirfideo
Mosca sirfídeo em sua fase larval e adulta. — Fotos: Alessandra de Carvalho Silva/ Embrapa

Plantas atrativas

Assim como as joaninhas, os adultos de moscas sirfídeos alimentam-se de pólen e néctar de flores.

Por isso, anote aqui algumas opções para você já ir semeando entre as suas plantas:

Outros predadores naturais

Além da joaninha e dos sirfídeos, há outros importantes predadores naturais. Conheça as características de cada um deles:

Ácaros Predadores

acaro predador de pulgões
Diferença entre ácaro predador e ácaro praga. — Foto: Juliano Antonio de Freitas/ Embrapa

Aranhas

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As aranhas de diversas espécies são predadoras de ácaros, pulgões, cigarrinhas, entre outros. — Fotos: Francisco Guilherme V. Schimidt/ Embrapa

Besouros carabídeos

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O besouro carabídeo é predador de lesmas e caracóis. — Foto: Moises Lopes Fernandes/ Embrapa

Crisopídeos (bichos lixeiros)

larva bicho lixeiro
A larva lixeira se alimenta de pulgões. — Foto: Guilherme Leonardi Garcia/ Embrapa
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Adulto de crisopídeos, popularmente conhecidos como bichos lixeiros. — Foto: Nátia Élen Auras/ Embrapa

Marimbondos

marimbondo
Marimbondo (ou vespa) predando lagarta. — Foto: Raphael Augusto de Castro e Melo/ Embrapa

Moscas dolicopodídeas

mosca metalica
Mosca metálica predadora de pulgões, tripes, ácaros, entre outros. — Foto: Miguel Michereff Filho/ Embrapa

Moscas asilídeas

mosca caçadora
A mosca caçadora é predadora de cigarrinhas, besouros, gafanhotos, lagartas, entre outros. — Foto: Moises Lopes Fernandes/ Embrapa

Percevejos Geocoris

percevejo geocoris
Percevejo geocoris. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa

Percevejos Orius

percevejo orius
Larva e adulto do percevejo orius. — Fotos: Simone Martins Mendes/ Livia Bishof Pian/ Embrapa

Percevejos reduviídeos

percevejo reduviideo
Percevejos reduviídeos são predadores de diversos insetos. — Foto: Moises Lopes Fernandes/ Embrapa

Tesourinhas

tesourinha pulgões
Ninfa de tesourinha. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa
tesourinha adulta
Adulto de tesourinha. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa

Sendo assim, ficou claro que a diversidade deve reinar na área de cultivo para que a própria natureza acabe por tornar tudo mais equilibrado, não é mesmo?

Considerando esta questão, preserve as matas nativas próximas à cultura, pois elas atuam como verdadeiras ilhas de reposição de inimigos naturais.

Fungos entomopatogênicos

Outra alternativa para o controle biológico de pragas é o uso de inseticida biológico à base de fungos entomopatogênicos, como Beauveria bassiana, Lecanicillium (= Verticillium) lecanii e Metarhizium anisopliae.

Esse método é muito prático porque dispensa a coleta de insetos. O fungo age por contato e os insetos contaminados demoram de 7 a 10 dias para morrer após a aplicação do produto.

Além disso, depois de mais alguns dias, há o aparecimento da massa branca externa ao corpo do inseto, que espalha o fungo para insetos sadios.

moleque da bananeira fungo
Moleque-da-bananeira contaminados com fungo. — Foto: Nilton F. Sanches/ Embrapa

Tipos de controle biológico

Mostramos aqui quais a importância do controle biológico de pragas e também explicamos como os principais inimigos naturais atuam nesse processo.

Agora vamos entender como é classificada a interferência do homem no controle biológico. Conheça melhor sobre o controle biológico conservativo e controle biológico aumentativo.

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Controle biológico conservativo

O controle biológico conservativo é feito quando o ser humano usa de práticas que atraem e mantém os inimigos naturais na sua área de cultivo.

Quando falamos sobre os inimigos naturais, demos vários exemplos de como isso pode ser feito, como o cultivo de plantas atrativas e a preservação das matas nativas.

Controle biológico aumentativo

O controle biológico aumentativo, por sua vez, é aquele em que a mão humana age com mais intromissão ao meio ambiente.

Como você já deve ter imaginado, neste caso, há a introdução artificial de quantidades maiores de inimigos naturais no ambiente de cultivo. 

Isso é feito geralmente com a liberação em campo dos agentes de controle produzidos em fábricas altamente especializadas.

Esse método é utilizado quando a quantidade de inimigos naturais presentes naturalmente no ecossistema não é capaz de barrar a ação devastadora de uma ou mais pragas.

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E continue nos acompanhando. Sucesso e até a próxima!

Veja também: 

Hidroponia: saiba tudo sobre a técnica

Pimenta habanero: como plantar

Referências

Controle biológico de pragas. Ciência SP/ Fapesp

Guia para identificação de inimigos naturais em cultivo de hortaliças. Documentos 169. Embrapa Hortaliças. Brasília, 2019

Guia para o reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas. Embrapa Agrobiologia. Brasília, 2013.

Controle biológico de pragas da agricultura. Embrapa. Brasília, 2020.

Guia para reconhecimento dos principais insetos e ácaros praga e inimigos naturais em citros. Embrapa Mandioca e Fruticultura. Cruz das Almas, 2015

Joaninhas são eficientes no controle de pulgões em hortaliças. Instituto Biológico de São Paulo