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Pé de maracujá: do plantio à colheita

pé de maracujá

Se o seu dia está agitado, tome um suco de maracujá e relaxe, porque agora você vai saber tudo sobre o pé de maracujá. E vamos começar com os seus significados e potenciais alimentares.

Primeiro, o nome: “maracujá” é de origem tupi e significa “fruta em formato de cuia”, mas o pé de maracujá  também é conhecido como “flor da paixão”, daí o nome em latim do gênero Passiflora

Isso se deve ao formato de sua flor, cujos elementos foram comparados com elementos da paixão (crucificação) de Jesus Cristo. Mais do que curioso, não?

Quanto ao seu potencial alimentar, saiba que o maracujá é quase um remédio.

Segundo a Abrafrutas (Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados), o maracujá é um calmante natural e sua polpa é rica em vitaminas do complexo B e C, responsáveis, entre outras coisas, pela manutenção de nossa saúde mental e emocional.

Portanto, o maracujá é uma fruta exótica, poderosa e cheia de significados. Então acompanhe as nossas dicas e aprenda como plantar maracujá de forma simples e sustentável.

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Neste conteúdo, você vai ficar por dentro de tudo isto aqui:

Cultivo de maracujá no Brasil

Quando plantar maracujá?

Variedades de maracujá

Cuidados com o solo

Como plantar maracujá

Como produzir maracujá de qualidade

Acabe com as doenças do maracujá

Como eliminar as pragas do maracujá

Colheita

pé de maracujá pássaro
O maracujá é uma fruta exótica, poderosa e cheia de significados. — Foto: Pixabay

Cultivo de maracujá no Brasil

Você sabia que o Brasil é o maior produtor de maracujá do mundo? E são os pequenos produtores, juntos, que geram renda de 1 bilhão de reais por ano.

Dá um baita orgulho fazer parte disso, concorda?

E tem mais: o maracujá produzido aqui é exportado para países europeus e latino-americanos, embora de forma iniciante. Isso significa que ainda há um grande mercado internacional a ser explorado, desenvolvido e conquistado.

Quando plantar maracujá?

Se usar um sistema de irrigação, você consegue plantar maracujá em qualquer época do ano.

Mas, para cada região existe um período em que a formação é mais favorável. E esse período coincide com a época das chuvas e com temperaturas mais elevadas. 

Via de regra, o que deve ser evitado, principalmente no Centro-Sul, é o plantio em época de clima mais ameno associado à elevada umidade.  

Essas condições favorecem a incidência de doenças da parte aérea, como a verrugose, que pode inviabilizar o plantio em situações de elevada infestação.

Outra questão que você deve observar é em relação às geadas. Se costuma gear na sua região, deixe as mudas produzidas nos meses frios em ambientes protegidos. Assim, leve ao campo somente quando já estiver passado o período de risco de geadas. 

Em áreas com períodos do ano sem chuvas (Cerrado e Caatinga), o plantio no início da época seca é interessante para diminuir a pressão de inóculo de doenças durante a fase inicial de desenvolvimento das plantas.

Em regiões com alta incidência luminosa e temperaturas elevadas, exemplo das regiões de baixa altitude e próximas à Linha do Equador, o plantio nos primeiros meses do ano (janeiro a março) é uma estratégia interessante para se obter uma colheita na entressafra (setembro e outubro) quando, geralmente, os preços são bem compensadores.

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Variedades de maracujá

Existem variedades de maracujá destinadas a diferentes mercados, sendo eles: 

  • O consumo in natura;
  • A indústria de sucos, sorvetes e doces;
  • O mercado de alimentos funcionais;
  • O setor de plantas ornamentais.

Para ficar mais fácil a compreensão, selecionamos algumas cultivares de maracujá azedo, doce, silvestre e ornamental para você conhecer:

Maracujá Azedo

Abaixo, listamos as características das principais cultivares de maracujá azedo plantadas no país:

BRS Gigante Amarelo (BRS GA1)
maracuja azedo gigante
BRS GA1. — Foto: JUNQUEIRA, Nilton Tadeu Vilela/ Embrapa

Como o próprio nome sugere, as frutas são grandes e amarelas. Seu peso varia de 120g a 350 g e seu formato é oblongo. Mas o que isso quer dizer? Que elas têm a base e a parte de cima ligeiramente achatadas.

Um fator importante é que essa cultivar tem boa tolerância à antracnose

BRS Sol do Cerrado (BRS SC1)

maracuja azedo sol do cerrado
Maracujá Azedo Sol do Cerrado. — Foto: FALEIRO, Fábio/ Embrapa

Essa cultivar é muito similar à BRS Gigante Amarelo. Ela também apresenta frutas grandes e amarelas. Seu peso varia de 150g a 350 g e seu formato é um pouco mais arredondado. 

A BRS SC1 é tolerante a doenças foliares causadas por diversos agentes, como bacteriose, antracnose e virose.

BRS Rubi do Cerrado (BRS RC) 
maracuja azedo rubi do cerrado
Maracujá Azedo Rubi do Cerrado. — Foto: JUNQUEIRA, Nilton Tadeu Vilela/ Embrapa

A BRS Rubi do Cerrado produz frutas de casca vermelha ou arroxeada. Seu peso costuma ser de 120g a 300g.

Essa cultivar merece destaque por ser capaz de atender bem a dois mercados: consumo in natura e indústria. 

Isso porque ela tem alta produtividade, bom rendimento de polpa, além de maior tempo de prateleira, bastante tolerância a doenças e ao transporte.

Maracujá Doce

BRS Mel do Cerrado (BRS MC)
maracuja doce mel do cerrado
Maracujá Doce Mel do Cerrado. — Foto: FALEIRO, Fabio Gelape/ Embrapa

Esta cultivar é uma excelente opção para todo tipo de produtor, até mesmo os que produzem em ambiente urbano. Isso porque ela produz frutas super docinhas com alto valor agregado.

Suas frutas são ovais, com casca amarela e polpa amarelo-alaranjada, pesando de 120g a 300g. 

Suas flores são exuberantes, de cor vermelho-arroxeadas, o que significa que ela também é uma excelente planta ornamental.

E, para completar, o maracujá Mel do Cerrado é super resistente a doenças foliares.

Maracujá Ornamental

BRS Céu do Cerrado
pé de maracuja ornamental ceu do cerrado
Pé de maracujá ornamental Céu do Cerrado. — Foto: FALEIRO, Fabio Gelape/ Embrapa

O maracujá Céu do Cerrado tem as flores azuladas, em um verdadeiro deslumbre. Quando irrigadas, as plantas apresentam floração o ano todo. 

Mas atenção: essas belezuras apresentam auto incompatibilidade genética. O que isso quer dizer? Que, para que haja produção de frutos, é necessário o cultivo de uma espécie de maracujá azedo no local. 

Além disso, a polinização precisa ser feita manualmente ou pelas mamangavas.

BRS Estrela do Cerrado
pé de maracujá ornamental
Flor de maracujá Estrela do Cerrado. — Foto: MELO, Claudio Bezerra/ Embrapa

Esta cultivar apresenta flores vermelhas belíssimas e formato de estrela.

Ela é indicada tanto para o cultivo em vasos, quanto para o cultivo em jardins ornamentais, inclusive borboletários. 

E pode plantar sem medo, porque ela é super resistente às principais doenças do maracujá.

Com as mesmas caraterísticas, vale a pena destacar mais duas cultivares de maracujá ornamental:

BRS Rubiflora
pé de maracujá rubiflora
Foto: FALEIRO, Fábio Gelape/ Embrapa
BRS Roseflora
pé de maracujá roseflora
Foto: FALEIRO, Fábio Gelape/ Embrapa

Maracujá Silvestre

Os maracujás silvestres têm a grande vantagem de serem muito resistentes a pragas e doenças. 

Perfeito, não é mesmo? Veja mais sobre eles:

BRS Pérola do Cerrado (BRS PC)
pé de maracuja perola do cerrado
Maracujá Silvestre Pérola do Cerrado. — Foto: LOBATO, Breno/ Embrapa

Esta cultivar de maracujá silvestre é utilizada como planta ornamental, mas não é só isso. Na verdade, ela tem quádrupla aptidão, pois também atende o mercado de consumo in natura, da indústria e, de quebra, o de produtos funcionais.

Mas o que seria isso? É que, além de linda e saborosa, esta planta tem frutas com excelentes níveis de substâncias antioxidantes (polifenóis e poliaminas).

E essas substâncias atuam na prevenção de doenças degenerativas e no fortalecimento do sistema imunológico.  

BRS Sertão Forte 
pé de maracujá sertão forte
Maracujá Silvestre Sertão Forte. — Foto: BIROLO, Fernanda Muniz Bez/ Embrapa

O grande diferencial do maracujá Sertão Forte é a grande tolerância ao estresse hídrico. Isso significa que este tipo de maracujá desenvolve-se bem em situações de falta d’água.

Ele é muito utilizado na indústria, especialmente na produção de frutas, geleias, doces e sorvetes.Como sua flor é um grande atrativo para as mamangavas (Xylocopa sp.), que são os insetos polinizadores do maracujazeiro-azedo comercial, ela pode ser cultivada conjuntamente com o maracujazeiro-azedo, para atrair os insetos polinizadores.

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Condições climáticas para o plantio do pé de maracujá

O pé de maracujá desenvolve-se bem em dias longos (exposição ao sol de pelo menos 11 horas diárias) com temperaturas em torno de 21°C  a 25°C. 

Mas em temperaturas acima de 15°C, em locais sem ocorrências de geadas, é possível obter sucesso no plantio.

Por um lado, temperaturas baixas demais inibem o desenvolvimento das plantas, especialmente do maracujá azedo.

Por outro lado, temperaturas muito altas, especialmente se associadas à baixa umidade relativa do ar, fazem com que não ocorram a fecundação das flores e o vingamento dos frutos dessa espécie de maracujá.

Além disso, o maracujazeiro gosta de chuvas, mas elas devem ser bem distribuídas.

Isso porque o excesso de chuvas causa problemas semelhantes aos que ocorrem em consequência das altas temperaturas.Também pode causar o aparecimento de doenças. Se isso acontecer, um produto natural é uma excelente alternativa. Clique aqui para receber grátis 3 receitas à base de nim.

Cuidados com o solo

maracuja
Os cuidados antes dos plantio são cruciais para o bom desenvolvimento do pé de maracujá. — Foto: Pixabay

Preparo do solo

O solo ideal para o plantio de maracujá é o bem drenado, com textura média e teor de nutrientes adequado.

Antes de iniciar o plantio, é importante fazer a análise de solo da sua propriedade. Você pode pedir orientação a um técnico da Emater, da Embrapa, da prefeitura ou de alguma organização que preste assistência aos agricultores. 

Com base nos resultados da análise de solo, se for necessário, faça a correção com o processo de calagem

Aguarde cerca de 15 dias e faça o plantio de leguminosas de ciclo curto. Esse plantio funciona como uma biossubsolagem. Portanto, as plantas não podem ser invasoras e devem ter um sistema radicular profundo e expansivo.

Então semeie a lanço as leguminosas e faça a incorporação com grade superficial. Não faça nenhum tipo de controle na vegetação espontânea.

Quando as leguminosas estiverem com cerca de 50% de floração, passe a roçadeira em toda a área, deixando os resíduos na superfície. 

Após a roçagem das leguminosas, demarque as covas para o plantio e cave nas dimensões de 0,4 m x 0,4 m com no mínimo 0,5 m de profundidade. 

Quanto ao espaçamento, o convencional é de 3 m entre linhas e 5 m entre plantas. Mas, se você quiser fazer um plantio mais adensado, use 2,5 m entre linhas e 2,5 m entre plantas.

Construção da latada

parreira de maracujá
A parreira de maracujá facilita os tratos culturais. — Foto: Pixabay

O pé de maracujá é uma planta trepadeira. Portanto, é conduzida preferencialmente em latada (também chamada de caramanchão ou parreira). Esse tipo de condução facilita os tratos culturais e melhora a qualidade das frutas.

Para fazê-la, você vai precisar basicamente de mourões de eucalipto tratado de duas espessuras (3,0 m x 0,24 m e 3,0 m x 0,12 m), estacas e arames lisos (número 12 e 14 ou 16).

Finque os mourões grossos nas extremidades da latada ou de 10 em 10 metros. E, de 5 em 5 metros, finque os mourões mais finos. Além disso, entre eles, de 2,5 em 2,5 metros, coloque estacas, para suportar o arame.

Acima dos mourões, a 1,80 metro de altura, passe o arame mais grosso (n°12) de maneira que forme uma malha mais espaçada. Aí, acima dessa malha mais aberta, faça uma malha com arame mais fino (n° 14 ou 16), distanciados a 0,5 x 0,5 metro.

A próxima etapa será a de adubação. Antes de ler, clique aqui e receba grátis uma receita de adubo Bokashi para auxiliar no plantio.

Adubação de plantio

Depois da abertura das covas, para garantir maracujás diferenciados, misture adubo orgânico à terra retirada das covas. Isso é importante para  diminuir a compactação quando a terra for colocada de volta na cova de plantio.

A quantidade de adubo orgânico a ser aplicada por cova depende do que se vai utilizar. Escolha, preferencialmente, uma das 4 seguintes opções:

  • Esterco de curral (20 L a 30 L);
  • Esterco de galinha (5 L a 10 L);
  • Torta de mamona (2 L a 4 L);
  • Compostos orgânicos (10 L a 20 L).

Mas atenção: o material orgânico deve ser compostado e/ ou curtido. 

Também vale a pena fazer a reaplicação do adubo orgânico em cobertura, pois a maior quantidade de nutrientes dos fertilizantes orgânicos é liberada nos 90 dias após a aplicação.

Por esse motivo, a reaplicação é uma boa maneira de manter a contínua liberação de nutrientes,  além de também favorecer melhor aproveitamento dos nutrientes fornecidos por meio dos fertilizantes químicos solúveis.

Se você tiver dúvidas relacionadas a essa fase tão importante do cultivo, clique aqui e receba uma consultoria específica para a sua propriedade.

 Feito isso, aguarde de 15 a 20 dias para o plantio das mudas.

Como plantar pé de maracujá

flor de maracujá
Flor de maracujá. — Foto: Pixabay

Propagação

O pé de maracujá pode ser propagado por meio de sementes, estaquia e enxertia. 

Dentre esses métodos, o uso das sementes é o mais comum, pois é o mais barato e também o mais fácil de fazer.

Além disso, as principais cultivares estão disponíveis no mercado na forma de sementes.

E as dicas são as mesmas que valem para qualquer cultivo: adquira sementes de qualidade, de boa procedência e, principalmente, sadias, isto é, livres de pragas e de doenças.

Inclusive, você pode obter as sementes das próprias frutas. Para isso, diversifique: retire sementes de diversas frutas de várias plantas.

Então faça o seguinte: coloque as sementes numa peneira e lave em água corrente, para retirar o excesso de mucilagem que as envolve. Você também pode utilizar um liquidificador nesse processo.

Em seguida, coloque as sementes sobre folhas de papel (sem colocar uma por cima da outra), para que ele absorva o excesso de umidade. Então deixe-as secar à sombra.

Após secar, retire a mucilagem residual das sementes.

Semeadura

Faça a semeadura em sacos de polietileno de 10cm x 25cm ou 18cm x 30cm.

Primeiro, encha os sacos com a seguinte mistura: 3 partes de terra para 1 de esterco.

Depois, coloque de 4 a 6 sementes, a 1 cm de profundidade.

Em seguida, cubra-as com uma fina camada de terra.

De preferência, armazene as mudas em viveiros limpos e protegidos.

Quando as mudas atingirem de 3 a 5cm de altura, faça o desbaste, deixando apenas a mais vigorosa.

mudas de maracujá
Mudas de maracujá. — Foto: Reprodução/ Cidade Portal

Plantio

Cerca de 30 a 40 dias após a semeadura, você já pode fazer o transplantio para o local preparado.

Primeiro, retire a muda do saquinho.

Depois, enterre-a, mas apenas até a superfície do torrão. Ou de modo que fique cerca de 2 centímetros acima da superfície do solo.

Essa medida é de extrema importância, pois evita uma doença comum do pé de maracujá, provocada por fungos: a podridão-radicular.

Clique aqui e saiba tudo sobre doenças e pragas do maracujá.

Em seguida, faça a irrigação.

Para que a muda chegue até o arame da parreira, utilize um tutor, que pode ser um cordão (de sisal ou de nylon) ou uma vara de qualquer tipo, como a de bambu, por exemplo.

Podas

Não dá para falar sobre o cultivo de maracujá sem falar das podas, pois elas são essenciais para que o pé de maracujá crie ramificações secundárias, terciárias e quaternárias.

Mas quando devo fazer as podas? Inicie a operação de poda bem no início do cultivo, cerca de 15 dias após o plantio. Depois, no período de entressafra, faça também uma poda de limpeza.

E como podar o pé de maracujá? No início, elimine todos os brotos laterais, deixando apenas o ramo mais vigoroso, que será conduzido por um tutor até o final do arame. 

No período de entressafra, faça uma poda de limpeza. Para isso, retire todos os ramos secos e doentes. 

Assim, a folhagem do pé de maracujá ficará mais arejada, diminuindo o risco de contaminação das novas brotações.

Como produzir maracujá de qualidade

maracujá de qualidade
Alguns itens não podem ser descuidados para ter alto rendimento do pé de maracujá. — Foto: Pixabay

Irrigação

As mudanças climáticas têm causado incertezas. Você já deve ter se preocupado com o aumento das temperaturas e com os períodos de seca cada vez mais longos, não é mesmo?

Então, para garantir a qualidade e a alta produtividade, a dica é adotar um sistema de irrigação.

E o sistema de irrigação por gotejamento tem sido o mais indicado para o cultivo, inclusive por permitir a fertirrigação, como veremos a seguir.

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Fertilização

A fertilização equilibrada é crucial para a obtenção de resultados superiores. E você pode até mesmo utilizar o próprio sistema de irrigação para aplicar um fertilizante de qualidade no seu pomar. 

Essa técnica é conhecida como fertirrigação. Veja as vantagens:

  • Economia de mão de obra;
  • Redução de atividades de pessoas e/ou de máquinas na área de cultivo;
  • Aplicação de nutrientes restrita ao volume molhado onde se encontra a região de atividade das raízes;
  • Possibilidade de adaptar as quantidades e concentrações dos nutrientes à necessidade das plantas em função de seu estágio fenológico e das condições climáticas;
  • Redução da incidência de patógenos e queima das folhas, já que as plantas são mantidas secas.

Dessa forma, você acaba economizando água e otimizando o uso de fertilizantes. E o maracujá responde muito bem com aumento de produtividade a doses crescentes de adubo. 

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Defensivos agrícolas

Para produzir maracujás perfeitos, além da fertilização balanceada e do manejo adequado, é preciso utilizar defensivos agrícolas de qualidade.

O uso sustentável dos defensivos agrícolas deixa sua lavoura protegida e, segundo a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), garante ganhos de até 40% na produtividade.

E o segredo está no uso orientado desses produtos, com análise focada em suas necessidades. 

Além disso, as receitas naturais também são  alternativas eficientes no controle da qualidade das suas frutas. Clique aqui para receber uma receita gratuita.

Acabe com as doenças do pé de maracujá

Saiba como identificar as principais doenças do pé de maracujá:

Bacteriose ou mancha-oleosa

Os sintomas da bacteriose, no começo, são: aparecimento de manchas escuras irregulares nas folhas mais novas, com aspecto oleoso. Essas manchas variam de 0,5 cm a 2,0 cm. 

Ao passar do tempo, quando essas folhas vão ficando mais velhas, as manchas aumentam de tamanho, formando um tecido amarelado em volta, chegando a ocupar mais da metade da folha. 

Depois, elas acabam caindo. Geralmente, no final do período das chuvas, essa doença provoca a desfolha da planta. 

Por fim, aparecem manchas também nas frutas, além de haver redução do seu peso e, consequentemente, do seu valor comercial.

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Virose

A virose no pé de maracujá é causada pelos vírus CABMV e/ou PWV.

Os sintomas são: deformações, encarquilhamento (enrugamento), diminuição e mosaico (manchas amarelas) nas folhas. 

Além disso, a virose reduz o comprimento dos ramos, o vingamento das flores e ainda provoca deformações e redução no tamanho dos frutos.

Antracnose 

A antracnose é causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides.

Seus sintomas são manchas escuras na casca dos frutos. Além disso, há o ressecamento de ramos em plantações com mais de 1 ano de idade.

Verrugose 

A verrugose é causada pelo fungo Cladosporium spp. 

Esta doença causa a formação de verrugas na casca dos maracujás, a morte de ramos novos, o super brotamentos de ramos.

Além disso, para identificá-la, você vai observar se aparecem manchas ou lesões nas flores e nas frutas novas. Essas lesões chegam a provocar a queda dos maracujás.

Murcha ou fusariose

A fusariose é causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. passiflorae

Ela é mais comum em solos arenosos. Seu principal sintoma é drástico: a murcha e a morte total de plantas com mais de 6 meses de idade.

Podridão das raízes 

A podridão das raízes, causada pelo fungo Fusarium solani, é mais comum em solos argilosos, com drenagem ruim.

Entretanto, ela pode aparecer quando há acúmulo de água de chuva ou de irrigação em volta do pé da planta. 

Seu principal sintoma é a podridão de raízes ou do colo, seguida da morte da planta.

Um defensivo natural é sempre uma boa alternativa na hora de combater as doenças do pé de maracujá. E que tal 3? Clique aqui e receba grátis 3 receitas à base de nim.

Medidas de controle

Salve estas 10 medidas de controle para eliminar as doenças da sua parreira:

1. Escolha áreas limpas e mantenha a higiene

A área deve ser livre de patógenos de solo. Colete Os frutos velhos ou caídos, utilizando-os para compostagem. Ou então incorpore-os ao solo, para evitar que sejam hospedeiros de pragas e/ou doenças

2. Use mudas sadias, de boa procedência

Se possível,  utilize cultivares resistentes a doenças.

3. Tome todos os cuidados na hora do plantio

De preferência, plante as mudas em camalhões ou montículos, para evitar o acúmulo de água no pé das plantas. 

4. Capriche na higiene

Lave e higienize o material utilizado na propriedade (implementos, ferramentas, caixas) com uma solução desinfetante à base de hipoclorito de sódio a 2.5% de cloro ativo. 

Além disso,  restrinja, ao máximo, as visitas de pessoas às lavouras;

5. Retire semanalmente plantas ou partes delas com sintomas das doenças

Destrua (incinerando ou enterrando) os ramos com manchas necróticas e deformes ou outros sintomas suspeitos.

6. Aplique calda bordalesa nas plantas 

A calda bordalesa é uma receita natural poderosa contra doenças fúngicas e pode ser usada em diversas culturas, como o morango. Clique aqui e receba grátis uma receita para usar na sua parreira.

7. Use adubação de acordo com o recomendado para a cultura. 

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8. Faça o controle de plantas invasoras;

Uma simples enxada dá conta do recado. Dê toda atenção a este aspecto, pois essas plantas servem de abrigo para insetos, fungos, nematóides, vírus e outros organismos que podem causar danos ao pé de maracujá.

9. Faça o plantio na época certa

Como vimos, opte, preferencialmente, por plantar no período que vai de maio a setembro (período menos do ano com menos chuvas). Mas lembre-se que, nesse caso, a irrigação das mudas recém-plantadas é necessária, pelo menos até atingirem o fio de arame.

10. Faça uma cerca viva

Proteja o pomar da entrada de agentes causadores de doenças pelo vento, com o uso de quebra-ventos em torno dele. Exemplos de espécies recomendadas: cana, capim-cameron e banana.. Obs: as frutíferas são uma boa opção, pois podem lhe dar uma renda extra.

Como eliminar as pragas do pé de maracujá

Saiba identificar e combater as principais pragas do pé de maracujá:

Broca da haste ou broca do maracujazeiro

O adulto da broca da haste (Philonis passiflorae) é um besouro de 7 mm de comprimento, com coloração marrom e asas anteriores esbranquiçadas ou amareladas, com duas faixas marrons que se cruzam .

Suas larvas são brancas, sem pernas e podem chegar a 8 mm de comprimento. 

Ao atingir a fase adulta, a broca  sai do ramo através de um pequeno orifício circular. Portanto, você consegue notar a sua presença ao observar fezes e serragens ao lado desses buraquinhos que elas abrem ao sair.

Quando o ataque se dá na haste principal, os danos são mais severos, podendo causar a morte da planta.

Como prevenir a broca da haste

Realize vistorias preventivas para a detecção imediata dos primeiros sinais de ataque. Sendo assim, elimine as partes atacadas ou mesmo as plantas inteiras.

Além disso, se possível, utilize variedades resistentes no plantio, como as espécies de maracujá-doce (Passiflora alata).

Irapuá ou abelha-cachorro

irapua pe de pitaya
A abelha irapuá também ataca outras culturas, como a pitaya. — Foto: Fabio Gelape Faleiro/ Embrapa

A irapuá (Trigona spinipe), também chamada de abelha-cachorro, arapu, enrola-cabelo, entre outros, também é uma praga recorrente do pé de maracujá.

Esse tipo de abelha apresenta o corpo coberto por resinas de árvores. Isso porque elas vivem em ninhos construídos em árvores, entre ramos e cupinzeiros abandonados. 

Os ninhos são geralmente globosos, com 0,50m de diâmetro e coloração marrom.

E elas atacam as flores do pé de maracujá, provocando a queda delas.

Combate à abelha-cachorro

Você não pode destruir os ninhos dessa espécie, pois isso é considerado crime ambiental. Sabe por quê? Porque esse tipo de abelha tem importantíssimo papel polinizador, especialmente em ambientes degradados.

Sendo assim, o que pode diminuir os danos causados pela abelha é o ensacamento das frutas e a captura e transporte dos ninhos para áreas distantes do pomar.

Lagartas desfolhadoras

Embora não provoque os piores danos, as lagartas desfolhadoras são as pragas mais comuns do pé de maracujá no Brasil, principalmente, durante o período de seca.

Apesar das lagartas fazerem o maior estrago no pé de maracujá,  elas se tornam borboletas alaranjadas muito bonitas em sua fase adulta. Veja só:

lagartas desfolhadoras
Adulto de lagarta desfolhadora. — Foto: Lindaurea Alves de Souza/ Embrapa

Combate às lagartas desfolhadoras

Para a prevenção do ataque severo dessas pragas, utilize cultivares resistentes no plantio e, quando possível, cultive espécies melíferas que produzam flores durante todo o ano, ao redor dos talhões de pés de maracujá.

O cultivo dessas espécies aumenta a população de inimigos naturais das lagartas desfolhadoras.

Para o controle dessas pragas, faça a catação manual periódica de ovos e/ou lagartas. E atenção: use luvas no processo, pois elas causam alergias na pele.

Moscas-das-frutas 

A mosca-das-frutas é a principal praga da fruticultura brasileira e causa muitos prejuízos nos pomares, podendo provocar até a perda total da produção.

Portanto, saiba identificá-las, tanto na fase adulta, quanto larval. Veja as fotos a seguir:

mosca-das-frutas
Mosca-do-mediterrâneo. — Foto: Reprodução/ Fundecitrus
mosca-sul-americana
Mosca-sul-americana. — Foto: Reprodução/ Revista A Lavoura
larva da mosca das frutas
Larva de mosca-das-frutas. — Foto: Reprodução/ Fundecitrus

Os danos causados pelas moscas-das-frutas se devem, em parte, à perfuração das frutas pela fêmea ao depositar seus ovos, abrindo portas para agentes causadores de doenças. Mas os maiores prejuízos são causados pelas larvas ao se alimentarem. Elas causam o maior estrago na polpa das frutas, que amadurecem rápido, apodrecem e, em alguns casos, chegam a cair. 

Não é uma praga fácil de combater. Por isso, clique aqui e aproveite o nosso conteúdo completo sobre a mosca das frutas, com diversas alternativas de controle.

Percevejos

percevejo do maracuja
Percevejo do maracujá. — Foto: Reprodução/Treknature

Os percevejos  das espécies Diactor bilineatus F. (percevejo do maracujá – este lindão aí da foto); Anisoscelis sp.; Leptoglossus sp.; Holhymenia clavigera Herb. também atacam os maracujás.

Esse tipo de inseto, também chamado de maria-fedida e fede-fede, suga a seiva das plantas e injetam toxinas nelas. 

No caso do maracujá, os percevejos sugam a seiva de todas as partes da planta, levando à queda de botões florais e de frutas novinhas, além do murchamento de frutas mais desenvolvidos.

Os danos causados favorecem o ataque de outras pragas e a entrada de agentes causadores de doenças e também diminui o valor comercial das frutas.

Como acabar com os percevejos

Que tal uma alternativa natural para manter os insetos longe da lavoura? Os percevejos, assim como os tripes, a mosca-branca e outros insetos sugadores, não gostam de algumas plantas, que, quando cultivadas próximas às parreiras, funcionam como repelentes

São elas: coentro (Coriandrum sativum), tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã (Mentha spp.), calêndula (Calendula officinalis), mastruz (Chenopodium ambrosioides), artemisia (Artemisia sp.) e arruda (Ruta graveolens).

Outra alternativa é usar um defensivo natural no combate dessa praga. Clique aqui e receba grátis uma receita natural com coentro.

Pulgões

Os pulgões são figurinhas carimbadas em quase todo tipo de cultivo.

Eles são insetos de cor preta, marrom ou verde em formato de pera. E as condições para o aparecimento desses insetos são altas temperaturas associadas a pouca chuva.

Além dos danos físicos causados pela sucção da seiva do pé de maracujá, os pulgões também transmitem o vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro.

Controle de pulgões

Antes de tudo, previna-se: evite o plantio de plantas hospedeiras dos pulgões (pepino, melancia, abóbora, melão, ervilha, tomate, entre outras) nas imediações do pomar.

Se, mesmo assim, for constatada a presença desses temidos insetos no pé de maracujá, medidas simples e caseiras podem salvar sua propriedade desses temidos insetos. Veja esta receita para eliminar pulgões com folhas de arruda:

Ingredientes:
  • 3 litros de água
  • 250 g de folhas de arruda
Modo de preparo:

Ferva 1 litro de água com 250g de folhas de arruda. Deixe cozinhar até o líquido reduzir pela metade (500 ml). Em seguida, filtre e dilua em dois litros de água para pulverizar. (Fonte: Embrapa)    
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Colheita

Sabe quando colher maracujá? Entre o sexto e o oitavo mês após o plantio, na primeira colheita. Por isso, é importante que você anote a data do plantio das mudas.

E o segredo é pegar os maracujás que caem do pé, recolhendo-os diariamente, para evitar que se deteriorem.

Depois, de preferência, coloque as frutas em sacos de 12 kg. E o motivo é que, em menor volume, evita-se danos no transporte.

Os maracujás armazenados em condições ambientes duram apenas de 3 a 7 dias. Entretanto, se você deixá-los sob refrigeração, pode-se manter a boa qualidade por um período de 2 a 3 semanas.

Por isso, anote as dicas para a refrigeração: temperaturas na faixa de 10 °C a 15 °C, com umidade variando de 65% a 85%.

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E continue nos acompanhando. Sucesso e até a próxima!

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Referências

A cultura do maracujá. Coleção Plantar. Embrapa

Cultivares de maracujá. Embrapa Soluções Tecnológicas.

Maracujá. Coleção 500 perguntas 500 respostas. Embrapa

Plantio de maracujá parte 1. TV Rural.  Emater – RN

Reconhecimento dos principais insetos-praga do maracujazeiro. Documentos 245. Embrapa Amazônia Oriental. Belém, 2006.