Você conhece um pé de pitaya?
Até pouco tempo, ninguém sequer falava dessa fruta linda e exótica, mas agora ela está sendo cada vez mais cultivada.
Isso se deve ao mercado estar muito mais interessado na também chamada fruta-dragão, que tem origem na América, embora esteja distribuída em todo o mundo.
E não é para menos: a pitaya é uma superfruta. Além de ter poucas calorias, ela concentra muitas substâncias benéficas à saúde, como antioxidantes, vitamina C e zinco. Ou seja, com ela, o sistema imunológico fica em dia.
Ela também é uma excelente fonte de fibras, o que ajuda no combate ao colesterol. E as fibras, inclusive, auxiliam (e muito!) no funcionamento do intestino.
E ainda tem propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas.
Além disso, é usada na fabricação de produtos alimentícios e de produtos cosméticos.
Como se tudo isso já não bastasse, por sua singular beleza, as pitayas têm grande potencial para a utilização em paisagismo.
Portanto, a pitaya é uma fruta deliciosa e poderosa. Então acompanhe as nossas dicas e aprenda como plantar pitaya de forma simples e sustentável.
Mas, antes, clique aqui e receba grátis uma receita de adubo bokashi para ajudar no cultivo.
Aqui você vai ver tudinho sobre pitaya:
Como produzir pitaya de qualidade
Acabe com as doenças da pitaya
- Doenças causadas por bactérias
- Doenças causadas por fungos
- Doenças causadas por nematóides
- Doenças causadas por vírus
- Medidas de controle
Como eliminar as pragas da pitaya
Cultivo de pitaya no Brasil
No Brasil, o cultivo comercial do pé de pitaya é super recente, tendo início há cerca de 20 anos, no município de Itajobi, em São Paulo.
Mas o cultivo logo se espalhou e vem aumentando exponencialmente. Os 10 maiores estados produtores são: São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba, Goiás, Espírito Santo e Bahia.
Segundo o IBGE, o Brasil, em 2017, produziu cerca de 1.493,19 toneladas de pitaya, em 3.086 estabelecimentos agropecuários.
Por aqui, produzir esta planta “diferentona” é entrar em um mercado crescente e promissor, inclusive com potencial de exportação, tanto dos produtos processados (geleias, frozens, iogurtes, sucos), quanto da fruta in natura.
Veja aqui como plantar pitaya com muita lucratividade.
Quando plantar pitaya?
O pé de pitaya é uma planta rústica e resistente, que, em sua maioria, sobrevive a mudanças de temperatura e ao estresse hídrico, ou seja, à falta d’água.
Entretanto, se você pretende ter uma boa produção, é melhor investir em condições favoráveis de cultivo.
Portanto, fique atento: o clima ideal para o cultivo do pé de pitaya é o subtropical, com temperaturas variando de 16°C a 28°C.
Nessas condições, você pode plantar em qualquer época do ano.
Variedades de pitaya
O cultivo de pitaya concentra-se em algumas espécies, que se diferenciam quanto à coloração da casca e da polpa, da presença ou não de espinhos, do sabor e também do tamanho das frutas.
Pitaya branca
A Selenicereus undatus (sin. Hylocereus undatus) é uma espécie de pitaya com frutos bem grandes (chegando a pesar 1 quilo), que têm a casca vermelha e a polpa branca.
Pitaya vermelha
A Selenicereus costaricensis (sin. Hylocereus costaricensis) é uma espécie de pitaya com frutos médios (com peso de 300 a 500 g), que têm a casca vermelha e a polpa vermelho-arroxeada.
Pitaya do cerrado
A Selenicereus setaceus (sin. Hylocereus setaceus), também chamada de pitaya do cerrado, pitaya baby, mini pitaya ou saborosa, é uma espécie com frutos pequenos, que têm a casca vermelha com espinhos e a polpa branca.
Ela tem uma particularidade de sabor, pois ela é doce e levemente ácida.
Pitaya amarela
A Selenicereus megalanthus (sin. Hylocereus megalanthus), também chamada de colombiana, é a espécie de pitaya menos cultivada no Brasil. É aquela com frutos médios, que têm a casca amarela com espinhos e a polpa branca.
É uma variedade muito doce, que tem grande aceitação pelos consumidores, sendo muito valorizada no mercado.
Entretanto, produz menos em relação às outras espécies comerciais e os frutos demoram em torno de 90 a 120 dias para amadurecer. Além disso, é uma espécie sensível a geadas e apresenta muitos problemas com podridões por fungos e bactérias.
Cuidados com o solo
A pitaya é uma planta perene (que dura muitos anos) com expectativa de produção ao longo de 15 anos. Por isso, requer um planejamento minucioso do local de implantação da cultura. Adquira um conteúdo profissional clicando aqui.
Escolha da área
Ao escolher a área para plantar pitaya, saiba que é importante evitar solos encharcados e regiões suscetíveis a geadas.
E saiba também que, antes de iniciar o plantio, é importante fazer a análise de solo da sua propriedade.
Para isso, você pode pedir orientação a um técnico da Emater, da Embrapa, da prefeitura ou de alguma organização que preste assistência aos agricultores.
E o ideal para o plantio de pitaya é um solo com pH em torno de 6. Se estiver abaixo, faça a correção da acidez do solo com o processo de calagem.
Nesse caso, de 2 a 3 meses antes do plantio, aplique 50% da quantidade recomendada de calcário antes da aração e 50% antes da gradagem.
Preparo do solo
Para o preparo de solo, são recomendadas duas arações profundas, seguidas de duas gradagens.
Depois disso, no local escolhido para o cultivo, utilize o seguinte espaçamento: 3 a 4 metros entre linhas (dependendo da mecanização ou não na hora da colheita) e 3 metros entre plantas, o que facilita o manuseio e os tratos culturais, como podas, além da colheita.
Então abra covas de 50 cm x 50 cm com também 50 cm de profundidade.
Por fim, reserve a terra de cima (também chamada de “terra rica”) para misturar com o adubo e a terra de baixo para fazer uma “bacia” em volta da cova na hora do plantio.
Clique aqui e receba grátis uma receita de adubo bokashi para auxiliar no cultivo.
Adubação de plantio
Cerca de 60 dias antes do plantio das mudas no local definitivo, você precisa colocar adubo na cova, misturado à terra de cima.
Em cada cova, você pode utilizar os seguintes ingredientes, conforme orientação da ESALQ/USP:
- 500 g de calcário dolomítico;
- 200 a 300 g de superfosfato simples;
- 50 g de micronutrientes;
- 20 litros de esterco bovino curtido.
A pitaya gosta de solos ricos em matéria orgânica. Portanto, não deixe de fazer a adubação orgânica, pois ela traz muitos benefícios ao solo, melhorando a drenagem, a aeração, além de facilitar a penetração e a infiltração das raízes.
Clique aqui e descubra como fazer um composto orgânico na sua propriedade.
Como plantar pitaya
Acompanhe o passo a passo de como plantar um pé de pitaya. Clique aqui e cultive como um profissional.
Propagação
A propagação do pé de pitaya é feita com pedaços (estacas) do caule (cladódio) retirado de uma planta mãe.
Portanto, escolha bem a planta que você pretende reproduzir. Retire as mudas de plantas vigorosas, produtivas e saudáveis, ou seja, sem sintomas de doenças ou de ataque de pragas.
E você deve retirar mudas com cerca de 25 cm, pois estudos mostram que este tamanho de muda favorece o enraizamento e o pegamento delas.
E preste atenção nesta dica: marque (pode ser com uma caneta mesmo) a parte de baixo da muda que foi retirada, para fixá-la corretamente na hora do plantio.
Plantio do pé de pitaya
Após 7 a 10 dias da cicatrização do corte das mudas, elas estão prontas para serem plantadas.
Aí você tem duas opções. Uma delas é colocar as mudas em sacos de polietileno para que enraizem (e só depois realizar o transplantio em local definitivo).
A outra opção é levar as mudas diretamente ao local de plantio, previamente preparado.
Escolha a que mais faz sentido para você.
Independente disso, no local definitivo, você vai precisar fazer o seguinte:
- Primeiro insira a terra de cima misturada com o adubo. Isso é muito importante, pois assim a melhor terra ficará em contato com as raízes.
- Depois, coloque a muda dentro da cova, bem acomodada e centralizada;
- Preencha a cova com a terra de baixo;
- Por fim, com os pés, pressione a terra em volta da muda para evitar buracos vazios.
Sabe por que essa última etapa é importante? Porque não deixa acumular água nas raízes, evitando o apodrecimento delas.
E, caso as pragas apareçam, clique aqui e receba grátis uma receita de inseticida natural para o cultivo de pitaya.
Tratos culturais do pé de pitaya
Formas de condução do pé de pitaya
O tutoramento ou estaqueamento é necessário no plantio do pé de pitaya, a fim de escorar, isto é, dar suporte para que as plantas cresçam com segurança.
Há diversas formas de conduzir o plantio de pitaya. O que você deve levar em conta em sua escolha é que os materiais escolhidos têm que ser de qualidade para que as estruturas fiquem reforçadas e durem por muitos anos.
Aqui, vamos falar de duas formas de condução: o sistema com uso de pneus e o sistema em T.
Sistema com uso de pneus
Como o próprio nome diz, nesse sistema há o uso de tutor e pneus velhos. Mas qual o material do tutor? Você pode utilizar eucalipto tratado ou postes de concreto.
Se você optar pelo eucalipto tratado, escolha estacas com diâmetros maiores de 16 cm.
Se optar pelos postes de concreto, o investimento terá que ser maior. Entretanto, a duração do material é melhor.
Quanto à altura dos tutores, saiba que eles devem ter de 1,6 a 2 m de altura a partir do nível do solo.
E, para fixar os pneus, será preciso fixar cruzetas de vergalhão de meia polegada na ponta dos tutores. Essas cruzetas servirão de suporte para os pneus.
Sistema em T
O sistema em T é montado com a utilização de tutores, traves e arame. O tutor também pode ser de eucalipto tratado ou postes de concreto e ter 1,6 a 2 m de altura a partir do solo.
E como é feita a instalação? Na ponta do tutor, você coloca uma estaca de eucalipto tratado de aproximadamente de 1 m de comprimento, perpendicular ao tutor, ou seja, atravessado em relação à linha de plantio, criando uma trave de sustentação no formato da letra “T”.
Para ligar os tutores na mesma linha de plantio, você precisa esticar ao menos 4 linhas de arame galvanizado liso nº 12. As linhas de arame servirão para sustentar a copa da pitaya futuramente.
Por fim, para uma melhor sustentação, utilize esteios no início e no final da linha de plantio.
Amarrio
Por ser uma planta trepadeira, o pé de pitaya precisa ser amarrado ao tutor, independente da forma de condução escolhida.
Para isso, utilize barbante ou fitilho. Assim, a planta será capaz de acompanhar o tutor, conforme cresce.
Poda do pé de pitaya
Durante o crescimento do pé de pitaya, você deve eliminar as brotações laterais por meio de podas, para que apenas um ou dois ramos alcancem a altura do pneu ou da trave.
Após atingir essa altura, aí você deve deixar que haja o surgimento de brotações laterais, pois elas darão origem às frutas pelo arqueamento dos ramos.
Florescimento
As flores de pitaya são um tipo das chamadas “damas da noite”.
Dessa forma, elas começam a abrir no fim de tarde e completam a abertura no período noturno, fechando-se novamente cerca de 9h da manhã. A floração ocorre entre os meses de outubro a abril, com picos de florescimento entre dezembro e fevereiro.
Polinização
O perfume das flores é maravilhoso e atraente. E isso, como tudo na natureza, não é à toa. Esse perfume serve para atrair agentes polinizadores, como abelhas, mamangavas, mariposas e morcegos.
Mesmo com esses trabalhadores naturais, para uma melhor taxa de pegamento e obtenção de frutos maiores e mais pesados, você vai precisar realizar a polinização manual.
Sabe como? Veja o passo a passo:
Primeiro, faça a coleta do pólen. É mais simples do que parece: bata com a mão ou um pincel nos estames da flor e colete o pólen que cair com um recipiente (pode ser qualquer tipo de potinho, desde que bem higienizado).
Depois, com a ajuda de um pincel pequeno, transfira o pólen do recipiente para o estigma da flor.
Se o seu plantio for muito grande, você pode utilizar um aspirador de pó portátil para fazer esse processo
Para finalizar, cubra a flor com um copo plástico ou um saco de TNT, para protegê-la do ataque de insetos e de eventuais chuvas, muito comuns no período, inclusive. Você pode retirar essa proteção pela manhã.
E tem uma dica: dê preferência a polinizar espécies de polpa branca com pólen de espécies de polpa vermelha e vice-versa.
Como produzir pitaya de qualidade
Irrigação
As mudanças climáticas têm causado incertezas. Você já deve ter se preocupado com o aumento das temperaturas e com os períodos de seca cada vez mais longos, não é mesmo?
Então, para garantir a qualidade e a alta produtividade, a dica é adotar um sistema de irrigação.
E o sistema de irrigação por gotejamento tem sido o mais indicado no início do cultivo.
Entretanto, com o pomar formado, é recomendado o sistema de microaspersão.
Quer saber mais? Clique aqui e conheça as dicas de um profissional.
Fertilização
A fertilização equilibrada é crucial para a obtenção de resultados superiores. E você pode até mesmo utilizar o próprio sistema de irrigação para aplicar um fertilizante de qualidade no seu pomar.
Essa técnica é conhecida como fertirrigação. Veja as vantagens:
- Economia de mão de obra;
- Redução de atividades de pessoas e/ou de máquinas na área de cultivo;
- Aplicação de nutrientes restrita ao volume molhado onde se encontra a região de atividade das raízes;
- Possibilidade de adaptar as quantidades e concentrações dos nutrientes à necessidade das plantas em função de seu estágio fenológico e das condições climáticas;
- Redução da incidência de patógenos e queima das folhas, já que as plantas são mantidas secas.
Mesmo sendo uma planta rústica, a pitaya responde com aumento de produtividade a doses crescentes de adubo.
Quer uma mãozinha? Clique aqui e receba grátis uma receita caseira de adubo bokashi.
Defensivos agrícolas
Para produzir pitayas perfeitas, além da fertilização balanceada e do manejo adequado, é preciso utilizar defensivos agrícolas de qualidade.
O uso sustentável dos defensivos agrícolas deixa sua lavoura protegida e, segundo a ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), garante ganhos de até 40% na produtividade.
E o segredo está no uso orientado desses produtos, com análise focada em suas necessidades. Além disso, as receitas naturais também são alternativas eficientes no controle da qualidade das suas pitayas. Clique aqui para receber uma receita gratuita à base de nim.
Acabe com as doenças do pé de pitaya
Saiba como identificar e combater as principais doenças da pitaya:
Doenças causadas por bactérias
As bactérias (Pectobacterium sp., Xanthomonas sp.) atacam os cladódios tanto no preparo das mudas, quanto nas plantas adultas, causando podridões também na frutas.
Veja estas fotos dos danos em cladódios para identificar os sintomas no seu pomar:
Doenças causadas por fungos
Os fungos (Fusarium oxysporum sp., Colletotrichum sp., Bipolaris sp.) também causam podridões nas frutas e cladódios.
Verifique algumas particularidades dos danos por meio desta foto:
Doenças causadas por nematóides
Os nematóides (Meloidogyne spp., Cactodera spp.) são vermes presentes no solo, que causam severos danos às raízes das plantas de diversas culturas, como banana, morango, tomate, entre outras.
As plantas ficam, de maneira geral, mal desenvolvidas, sem conseguir absorver os nutrientes necessários para a boa produtividade.
As raízes ficam danificadas, com formações conhecidas como galhas:
Doenças causadas por vírus
O Cactus Virus X (CVX) infecta diversas cactáceas, inclusive a pitaya, afetando todas as partes da planta.
Como ele é transmitido? De forma mecânica, por meio de máquinas, instrumentos e mãos de trabalhadores. Daí a importância da higiene na área de cultivo.
A boa notícia é que ele não é transmitido por sementes, nem por nenhum inseto vetor conhecido.
Seu ataque é mais severo em períodos mais frios.
E quais os sintomas? Auréolas distorcidas, espinhos deformados, necrose, clorose, mosaico verde-amarelos pálidos, avermelhamento, cladódios retorcidos, enfezamento e menor desenvolvimento da planta de modo geral.
Se você suspeitar que algumas de suas plantas estejam com o vírus, isole-as e mande o material para a análise. A Universidade Federal de Lavras, por exemplo, tem um centro de diagnóstico que recebe amostras.
Esse cuidado é muito importante para que o vírus não se espalhe pelo país.
Medidas de controle
Salve estas 10 medidas de controle para eliminar as doenças do seu pomar:
1. Escolha áreas limpas e arejadas
A área deve ser livre de patógenos de solo e devem ser evitados locais que favoreçam a formação de microclima úmido e sombrio, como copa de árvores.
2. Use mudas sadias, de boa procedência
Se possível, utilize cultivares resistentes a doenças.
3. Tome todos os cuidados na implantação do pomar
De preferência, plante as mudas em camalhões de aproximadamente 20cm de altura.
4. Capriche na higiene
Lave e higienize o material utilizado na propriedade (implementos, ferramentas, caixas) com uma solução desinfetante à base de hipoclorito de sódio a 2.5% de cloro ativo.
Além disso, restrinja, ao máximo, as visitas de pessoas às lavouras;
5. Retire semanalmente plantas ou partes delas com sintomas das doenças
Destrua (incinerando ou enterrando) os ramos com manchas necróticas e deformes ou outros sintomas suspeitos.
6. Aplique calda bordalesa nas plantas
A calda bordalesa é uma receita natural poderosa contra doenças fúngicas e pode ser usada em diversas culturas, como o morango. Clique aqui e receba grátis uma receita para usar no seu pomar.
7. Use adubação de acordo com o recomendado para a cultura.
Planta bem nutrida raramente adoece.
8. Faça o plantio consorciado;
Nas entrelinhas de plantio, você pode aproveitar para fazer um consórcio de plantas. São muitos os exemplos de culturas para um consórcio de sucesso: abacaxi, girassol, maracujá, além de cereais, leguminosas e hortaliças.
9. Faça a cobertura de solo
Opte, preferencialmente, pela cobertura viva, como o amendoim forrageiro, que se destaca na nutrição do solo e no controle de plantas daninhas.
10. Utilize quebra-ventos
Proteja o pomar da entrada de agentes causadores de doenças pelo vento, com o uso de quebra-ventos em torno dele. Exemplos de espécies recomendadas: moringa, casuarina, leucena, eucalipto, cipreste, dracena, hibisco, bambu, abacate, banana, entre outros. Obs: as frutíferas são uma boa opção, pois podem lhe dar uma renda extra.
Como eliminar as pragas do pé de pitaya
Saiba identificar e combater as principais pragas da pitaya:
Cochonilhas
As cochonilhas-brancas (Phenococcus sp., Planococcus sp. e Pseudococcus sp.), cochonilhas-algodonosas ou cochonilhas-farinhentas são assim chamadas por causa da cera pulverulenta (parecendo pó) que recobre o corpo dos insetos, dando um aspecto de algodão.
Nas pitayas, essas pragas estão dando muita dor de cabeça, pois atacam flores e frutas, chegando a inviabilizar a comercialização das frutas.
Clique aqui para obter uma receita caseira de inseticida para cochonilha.
Combate às cochonilhas
Procure combater as cochonilhas rapidamente quando atacarem os botões florais, evitando prejuízos.
Felizmente, elas podem ser tratadas com produtos naturais. Anote a orientação da Pitaya do Brasil: faça 3 aplicações de óleo mineral, na seguinte proporção: 50 ml por 20 litros d’água.
Depois, dê o intervalo de 3 dias e aplique novamente. Por fim, faça outro intervalo, dessa vez de 7 dias, e realize a terceira aplicação.
Aproveite, clique aqui e receba grátis mais uma receita natural poderosa contra cochonilhas.
Formigas cortadeiras
As formigas cortadeiras são o terror de muitas plantações.
No caso da pitaya, as que mais atacam o pomar são as chamadas formigas quenquém. Elas são um pouco menores que a saúva, têm quatro pares de espinhos nas costas e barriga enrugada.
Esse tipo de formiga cortadeira faz ninho pequeno, coberto de palha e pedaços de plantas.
Os danos causados pelas formigas cortadeiras em pitaya afetam as frutas, as flores e os caules (cladódios).
Não sabe como combatê-las? Clique aqui e receba grátis uma receita natural para o controle de formigas cortadeiras.
Veja mais dicas em:
Irapuá ou abelha-cachorro
A irapuá (Trigona spinipe), também chamada de abelha-cachorro, arapu, enrola-cabelo, entre outros, também é uma praga recorrente no pomar de pitaya.
Esse tipo de abelha apresenta o corpo coberto por resinas de árvores. Isso porque elas vivem em ninhos construídos em árvores, entre ramos e cupinzeiros abandonados.
Os ninhos são geralmente globosos, com 0,50m de diâmetro e coloração marrom.
Como as formigas cortadeiras, essas abelhas também atacam toda a planta: frutas, flores e cladódios.
Combate à abelha-cachorro
Você não pode destruir os ninhos dessa espécie, pois isso é considerado crime ambiental. Sabe por quê? Porque esse tipo de abelha tem importantíssimo papel polinizador, especialmente em ambientes degradados.
Sendo assim, o que pode diminuir os danos causados pela abelha é o ensacamento dos frutos e a captura e transporte dos ninhos para áreas distantes do pomar.
Percevejos
Os percevejos das espécies Leptoglossus sp.; Sphictyrtus sp.; Chinavia sp. também atacam as pitayas.
Esse tipo de inseto, também chamado de maria-fedida e fede-fede, suga a seiva das plantas e injetam toxinas nelas. No caso da pitaya, ela faz isso em flores, frutas e cladódios.
Os danos causados, além de favorecer o ataque de outras pragas e a entrada de agentes causadores de doenças, também diminui o valor comercial das frutas.
Como acabar com os percevejos
Que tal uma alternativa natural para manter os insetos longe da lavoura? Os percevejos, assim como os tripes, a mosca-branca e outros insetos sugadores, não gostam de algumas plantas, que, quando cultivadas próximas à plantação de pitaya, funcionam como repelentes.
São elas: coentro (Coriandrum sativum), tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã (Mentha spp.), calêndula (Calendula officinalis), mastruz (Chenopodium ambrosioides), artemisia (Artemisia sp.) e arruda (Ruta graveolens).
Outra alternativa é usar um defensivo natural no combate dessa praga. Clique aqui e receba grátis uma receita natural com coentro.
Pulgões
Os pulgões são figurinhas carimbadas em hortas e pomares.
Eles são insetos de cor preta, marrom ou verde em formato de pera. E as condições para o aparecimento desses insetos são altas temperaturas associadas a pouca chuva.
Além dos danos físicos causados pela sucção da seiva de brotações e botões florais de pitaya , os pulgões podem transmitir vírus.
Controle de pulgões
Está em busca de como fazer o controle de pulgões em seu pomar? Além de defensivos agrícolas de qualidade, medidas simples e caseiras podem salvar sua propriedade desses temidos insetos. Veja esta receita para eliminar pulgões com folhas de arruda:
Ingredientes:
- 3 litros de água
- 250 g de folhas de arruda
Modo de preparo:
Ferva 1 litro de água com 250g de folhas de arruda. Deixe cozinhar até o líquido reduzir pela metade (500 ml). Em seguida, filtre e dilua em dois litros de água para pulverizar. (Fonte: Embrapa)
Clique aqui e receba outra receita gratuita para o controle de pulgões.
Dicas especiais no controle das pragas do pé de pitaya
O manejo integrado, com a busca pelo equilíbrio ecológico, é o caminho para deixar seus pomares protegidos contra pragas. Veja algumas soluções práticas para você implantar aí na sua propriedade:
Pé de pitaya: adubação
Não tem segredo: plantas bem nutridas são muito mais saudáveis e resistentes ao ataque de pragas.
Além disso, o ambiente amigável favorece a presença dos fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana, ambos fungos de solo.
Esses fungos são poderosíssimos agentes de controle biológico, que favorecem muito o controle natural das populações de formigas cortadeiras, por exemplo.
Tem dúvidas de como realizar a adubação do seu pomar? Clique aqui e receba uma consultoria especializada, voltada para as suas necessidades.
Diversificação
O plantio de plantas repelentes junto ao pomar é uma maneira de fazer o controle de pragas.
Mas existem outras maneiras de quebrar o monocultivo, como o uso de cobertura de solo e de quebra-ventos, especialmente com plantas que tenham flores, atraindo insetos que fazem o controle biológico de pragas.
Exemplos de diversificação para o cultivo de pitaya: quiabeiros, mamoeiros e cravos de defunto.
Pé de pitaya: ensacamento das frutas
Como vimos, o ensacamento das frutas é um método de controle mecânico eficaz no controle das pragas.
Você pode utilizar sacos de diversos materiais, desde papel Kraft até tecido-não-tecido (TNT) sem que a qualidade de seus frutos seja afetada.
Colheita
A colheita da pitaya acontece entre dezembro e abril.
Mas como saber se está na hora de colher? É muito simples. É só retirar as frutas quando a casca delas ficar totalmente da cor característica da espécie, seja vermelha ou amarela.
Só tome o seguinte cuidado: sempre corte um pequeno pedaço do cladódio rente ao fruto, pois essa prática, além de evitar dano direto ao fruto (uma das portas de entrada para agentes causadores de doenças), aumenta o período durabilidade do fruto no pós-colheita.
Se possível, armazene os frutos em câmaras frias. Isso porque os frutos se mantêm com características adequadas para a comercialização por duas semanas em temperatura ambiente e por um mês quando armazenados em câmara fria (8 a 10°C).
As nossas dicas fizeram sentido para você? Ficou alguma dúvida? Clique aqui e receba uma consultoria gratuita, focada em suas reais necessidades. Vamos construir, juntos, uma agricultura de sucesso.
E continue nos acompanhando. Até a próxima!
Veja também:
Banana: como produzir mais e melhor
Hidroponia: saiba tudo sobre a técnica
Referências
Aspectos da produção, comercialização e desenvolvimento da cultura da pitaya no estado do Pará. Centro Científico Conhecer. Enciclopédia Biosfera. Goiânia, 2019.
Cultivo de pitaia. Boletim Técnico 196. Epagri – SC. Florianópolis, 2020.
Cultivo e produção de pitaya. Casa do produtor rural – ESALQ/USP
Cultura da pitaya: informações básicas de cultivo. Emater – DF
FALEIRO, Fábio. Pitayas: melhoramento genético e sistemas de produção. Embrapa Cerrados.
MOURA, Nevenka de Matos. Doenças fúngicas da cultura da pitaia. UFLA. Lavras, 2020
Pequenos no mercado, grandes no valor. Pitaia. Revista HF Brasil. Edição 188/ abril de 2019. CEPEA – Esalq – USP
Potencial da pitaya-do-cerrado como planta ornamental. Embrapa Cerrados
Saiba tudo sobre pitaya, a fruta do momento. Veja Saúde
SILVA, Adriana de Castro Correia. Pitaya: melhoramento e produção de mudas. UNESP Jaboticabal.
Vírus em Pitaias. Pitaya em Foco