fbpx

Pulgões: saiba tudo para combatê-los

pulgões

Os pulgões (Urolecon sonchi, Nasonovia ribisnigri, Myzus persicae e outros) são figurinhas carimbadas em quase todo tipo de cultivo. No jardim, no pomar ou na horta, em vasos, canteiros ou floreiras, é bem provável que você vá encontrá-los.

Mas aí você pode perguntar: como saber se são mesmo os pulgões que estão aqui? 

Depois de constatar a presença deles por aí, vai querer saber logo quais os métodos para eliminá-los, afinal, eles causam mesmo muitos estragos e prejuízos.

Só que a verdade é que eles são parte da natureza. Tudo aí na sua grande lavoura ou no seu pequeno vaso está junto e misturado. 

Portanto, vale a pena conhecer a fundo os motivos de os pulgões estarem te perturbando e também adotar maneiras sustentáveis de combatê-lo, como o uso de receitas caseiras como esta que você já pode receber grátis clicando aqui.

Tudo para que o tiro não saia pela culatra, ou seja, para que, na tentativa de atingir os pulgões, você não acabe por danificar ainda mais as suas plantas e também a sua saúde.

Sendo assim, conheça tudinho sobre os pulgões navegando por nosso conteúdo:

Como identificar os pulgões

Fotos de pulgões

Diferença entre pulgões e cochonilhas

O que atrai os pulgões

Principais culturas afetadas

Danos causados por pulgões

Uso de telas antiafídeos

Armadilhas para pulgões

Controle biológico

Catação manual

Cobertura vegetal

Cultivo de plantas repelentes

Eliminação das plantas daninhas

Uso de receitas caseiras

Importância da adubação

pulgões rosas
Pulgões rosas em imagem aproximada. — Foto: Pixabay

Antes de continuar, participe do nosso Projeto Semente Viva e receba sementes grátis. Clique aqui e saiba mais.

Como identificar os pulgões

Antes de qualquer coisa, é preciso conhecer os pulgões para identificar a presença deles nas suas plantas durante a vistoria.

E, para isso, é necessário saber que os pulgões, também conhecidos como afídeos  ou piolhos das plantas, são insetos muito pequenos.

Os adultos dos pulgões medem cerca de 1,2 a 3,5 mm de comprimento. Seu corpo é mole e piriforme (tem forma de pera) e suas antenas são bem desenvolvidas.

A cor deles varia, dependendo da espécie: pode ser verde, amarelada, rosada, avermelhada, roxa ou preta.

Há pulgões sem asas (ápteros) e outros alados. Já as ninfas (fase mais jovem, imatura) são menores e não têm asas.

Pulgões: fotos

Dê uma olhadinha nessas fotos muitíssimo aproximadas para você ter uma noção melhor dessas características (e também das suas variações):

pulgões batata
Ninfa de pulgão na folha de batata. — Foto: Dori Edson Nava/ Embrapa.
pulgão pulgões
Pulgão na alface. — Foto: Miguel Michereff Filho/ Embrapa
pulgões no trigo
Pulgões no trigo. — Foto: Pereira, Paulo Roberto Valle da Silva/ Embrapa
pulgões no trigo
Pulgões da espécie S. avenae. — Foto: Pereira, Paulo Roberto Valle da Silva/ Embrapa
pulgões trigo
Pulgões da espécie S. graminum. — Foto: Pereira, Paulo Roberto Valle da Silva/ Embrapa
espécie de pulgões
Pulgões da espécie M. dirhodum. — Foto: Pereira, Paulo Roberto Valle da Silva/ Embrapa
pulgões alados
Pulgão alado pousando em planta de trigo. — Foto: Lau, Douglas/ Embrapa

Agora veja essas menos aproximadas para você ter uma ideia mais real das cenas que você vai encontrar por aí:

pulgões na canola
Infestação de pulgões em pé de canola. — Foto: Ferreira, Paulo Ernani Peres/ Embrapa
pulgão preto dos cereais
Pulgão preto dos cereais. — Foto: Lau, Douglas/ Embrapa
pulgão verde dos cereais pulgões
Pulgão verde dos cereais (S. graminum). — Foto: Lau, Douglas/ Embrapa
pulgão pé de pitaya
Ataque de pulgões em botão floral de pitaya. — Foto: Alessandro Borini Lone/ Epagri
pulgões cenoura
Pulgões na cenoura. — Foto: Carlos A. Lopes/ Embrapa

Diferença entre pulgões e cochonilhas

Uma dúvida muito comum na hora de identificar os bichinhos que estão detonando as plantas é saber se se trata de pulgões ou cochonilhas. 

Mesmo porque as cochonilhas também costumam aparecer com frequência em qualquer cantinho que tenha plantas.

Na verdade, eles têm características bem diferentes entre si, mas, devido ao seu tamanho reduzido e por viverem em colônias (bem pertinhos uns dos outros), é bem possível que a dificuldade de identificação ocorra a olho nu.

Primeiro, é importante saber que existem diferentes tipos de cochonilhas, com aspectos diversos. 

Sendo assim, você pode encontrar tanto cochonilhas com uma carapaça, que parecem uma verruguinha, quanto outras mais farinhentas, parecendo algodão, as chamadas cochonilhas brancas.

Dê uma olhada nas fotos para conferir esses detalhes:

cochonilha do tronco
Tronco com cochonilhas com uma carapaça. — Foto: João Dimas Garcia Maia/ Embrapa
cochonilha branca
Cochonilha-branca em pessegueiro. — Foto: Dori Edson Nava/ Embrapa

Mas a dica de ouro para não errar é muito simples. Anote aí:

Enquanto as cochonilhas gostam das partes mais duras das plantas (como caules) e se estabelecem na parte de baixo delas, os pulgões preferem as folhas e estruturas mais tenras, permanecendo na parte mais visível delas.

O que atrai os pulgões?

Agora que você já sabe o que são pulgões, pode estar se perguntando o que faz eles estarem por aí, te dando dor de cabeça.

Eles são insetos sugadores e, por esse motivo, não é difícil imaginar que o que os faz estarem presentes é o simples fato de existirem plantas.

Mas saiba que algumas condições climáticas  favorecem o seu aparecimento. São elas: altas temperaturas associadas a pouca chuva. 

Essas condições, por sua vez, fazem com que haja a deficiência de cálcio, deixando as plantas mais suscetíveis ao ataque desses pequenos insetos.

Isso porque o desequilíbrio de nutrientes no solo é um fator decisivo para o estabelecimento dos pulgões nas suas plantas, pois elas ficam menos resistentes.

Falamos em desequilíbrio porque o excesso de nitrogênio também é motivo para atrair esses insetos. Tá sobrando? Então eles vão lá para se aproveitar.

Por fim, citamos como fator de atração dos pulgões a monocultura. Ou seja, a falta de diversidade na sua horta ou jardim por si só podem ser a causa do aparecimento desses bichinhos por aí.

Principais culturas afetadas

O número de espécies de plantas afetadas é imenso. Os pulgões atacam as partes tenras de hortaliças, frutíferas, citros, leguminosas, forrageiras, plantas ornamentais, ervas medicinais, entre outras.

São um grupo de variadas espécies, que recebem nomes populares, geralmente de acordo com a cultura. Veja alguns exemplos:

  • Piolho-da-couve (Brevicoryne brassicae)
  • Piolho-da-maçã ou Pulgão-verde-da-macieira (Aphis mali ou Aphis pomi)
  • Piolho-da-roseira (Macrosiphum rosae ou Aphis rosae)
  • Piolho-do-algodão (Aphis gossypii)
  • Piolho-do-lúpulo ( Phorodon humuli)
  • Piolho-do-pessegueiro (Anuraphis persicae e Myzus persicae);
  • Piolho-grande-da-ervilha (Acyrthosiphon pisum)
  • Piolho-negro-da-fava (Aphis fabae)
  • Piolho-verde-do-pessegueiro (Hyalopterus arundinis ou Myzus persicae)
  • Pulgão-da-bananeira (Pentalonia nigronervosa)
  • Pulgão-da-erva-doce (Cavariella aegopodii ou Hyadaphis foeniculi)
  • Pulgão-da-espiga (Sitobion granarium, ou Macrosiphum avenae e a espécie Sitobion fragariae)
  • Pulgão-grande-da-batatinha ou pulgão-da-batata (Macrosiphum euphorbiae)
  • Pulgão-lanígero-das-macieiras (Eriosoma lanigerum)
  • Pulgão-negro-do-pessegueiro – Anuraphis persicae

Além desses nomes, as espécies de pulgões que atacam citros são conhecidas por por pulgão verde (Aphis spiraecola) e por pulgão preto (Toxoptera citricidus).

pulgão preto dos citros
Pulgão preto dos citros. — Foto: Lima, Adilson Lopes/ Embrapa

Danos causados por pulgões

Os danos causados por pulgões são muitos e podem se tornar seriamente graves, levando às plantas à morte.

Seja em campo aberto ou em ambiente protegido, esses insetos danificam as plantas, tanto de forma direta quanto indiretamente. Entenda melhor:

Danos diretos

Tanto as ninfas (versão jovem) quanto os adultos de pulgões sugam as seivas das plantas e, ao fazer isso, injetam toxinas em suas estruturas, causando definhamento (perda de vigor), especialmente em mudas e plantas jovens.

A sucção da seiva por pulgões pode causar até mesmo malformações na planta e também redução de produtividade.

Além disso, os pulgões danificam as partes tenras das plantas ao excretarem uma substância adocicada (honeydew) nelas. 

Essas substâncias, que são as fezes dos pulgões, por sua vez, provocam o aparecimento de fungos (fumagina). Para identificar esse problema, verifique se há uma lâmina fina e preta sobre as folhas.

Essa cobertura preta acaba dificultando o processo de fotossíntese da planta, prejudicando o seu desenvolvimento.

fumagina
Fumagina em folha de melancia. — Foto: Marsaro Júnior, Alberto Luiz/ Embrapa

Danos indiretos

Além dos danos causados pela sucção da seiva das plantas, os pulgões também transmitem uma infinidade de vírus, como o vírus do mosaico da alface (Lettuce mosaic virus), que é a principal virose da cultura.

Eles também são responsáveis pela transmissão do vírus PLRV, que causa o enrolamento das folhas dos pés de batata, e também do vírus PVY, que causa o mosaico na batata.

Outros exemplos são:

  • Vírus-do-mosaico-da-melancia 1 – PRSV-W, que provoca má formação, redução de tamanho, encrespamento e bolhosidade nas folhas da melancia.
  • Vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro;
  • Vírus do  mosaico da cenoura;
  • Um complexo de vírus que ataca o morango: o “vírus do bordeamento das nervuras do morangueiro (Strawberry vein banding virus, SVBV), o vírus da clorose marginal do morangueiro” (Strawberry mild yellow edge virus, SMYEV), o vírus do encrespamento do morangueiro (Strawberry crinkle virus, SCV) e o “vírus do mosqueado do morangueiro” (Strawberry mottle virus, SMoV).

Dentre esses vírus do morangueiro, o vírus do encrespamento é transmitido de forma persistente por pulgões.

Isso significa que, após a aquisição do vírus, os insetos o retém por toda sua vida. 

Assim, um único pulgão pode transmitir o vírus para várias plantas, por longo tempo.

Felizmente, nem todos os vírus são transmitidos assim. 

Quando a transmissão é feita de forma não-persistente, o pulgão alimenta-se de uma planta infectada e contamina o seu aparelho bucal na hora.

Então, durante as próximas chamadas picadas de prova, o pulgão é capaz de transmitir o vírus para outra planta.

Mas a boa notícia é que, nesse caso, o pulgão transmissor do vírus perde rapidamente a capacidade infectiva, geralmente em menos de duas horas.

mosaico da alface
Planta com sintomas do mosaico da alface. — Foto: Mirtes Freitas Lima/ Embrapa

Uso de telas antiafídeos

Como o próprio nome sugere, as telas antiafídeos protegem as plantas contra o ataque de pulgões (e de outros insetos também).

Elas são constituídas de malhas finíssimas, que impedem a entrada de pulgões alados.

Portanto, vale a pena apostar nesse tipo de material para cobrir especialmente o viveiro de mudas, pois os pulgões amam os caules e folhas macias das novas plantinhas.

Se você puder fazer o cultivo em ambientes protegidos, como casas de vegetação (estufas), é melhor ainda. Assim você evita o ataque desses insetos em todas as fases das plantas.

estufa mudas de alface
Estufa de mudas de alface com telas antiafídeos. — Foto: D.G. Silva/ Embrapa

Armadilhas para pulgões

Além das inspeções manuais nas plantas, há uma maneira simples e eficiente de capturar pulgões para monitorá-los. 

Portanto, faça um print dessa tela para não perder o passo a passo de uma armadilha para lá de fácil, muito eficiente em batatais, por exemplo:

Materiais
  • Bandejas de isopor amarelas (4 por hectare)
  • Detergente
Modo de fazer

Coloque as bandejas espalhadas na lavoura em uma altura de meio metro do solo. Encha-as com água. Depois pingue algumas gotas de detergente. Então é só observar a quantidade de pulgões (que são atraídos pela cor amarela) e capturados pela armadilha. 

Caso sejam capturados mais de 20 pulgões alados por bandeja, é sinal que você precisa tomar medidas de controle.

Outra maneira de capturar pulgões é por meio de armadilhas adesivas amarelas, que podem ser feitas com materiais de fácil acesso, como cartolina e garrafa PET. Clique aqui e saiba como confeccioná-las.

Controle biológico

E agora? Você já fez as armadilhas, instalou aí na área de cultivo e capturou mais insetos do que gostaria. 

As plantas já estão danificadas e você só pensa em acabar logo com isso, não é mesmo? 

Pois saiba que a nossa dica neste momento é: tenha cautela. Não apele logo para produtos que podem ferir a sua saúde e afetar as suas plantas de forma mais drástica.

Há maneiras orgânicas e eficientes para o controle desses insetos, em medidas que integram o controle biológico.

Isso quer dizer que você pode controlar os pulgões e outras pragas por meio de seus inimigos naturais, que são outros insetos predadores e/ou parasitóides, além de microorganismos, como fungos.

Sendo assim, veja agora alguns predadores naturais de pulgões:

Joaninhas

As joaninhas não são só bonitinhas. Elas são consideradas símbolos de sorte e felicidade em algumas culturas. E concordamos, pois elas são importantes inimigos naturais dos pulgões.

Para você ter uma ideia, uma joaninha é capaz de devorar cerca de 5 mil pulgões durante sua vida. 

E elas também adoram se alimentar de cochonilhas, ácaros, moscas brancas, entre outros tipos de insetos.

Então não há dúvidas de que é preciso preservar as joaninhas aí no seu jardim, certo? 

Por isso, saiba que elas têm diferentes fases em sua vida: ovo, larva, pupa e adulto. Aqui vamos destacar duas fases para que você possa identificá-las: a fase larval e a fase adulta.

Fase larval

Sobretudo a fase larval é muito importante conhecer para que esse importante aliado no cultivo de plantas não seja confundido com uma praga.

Até mesmo porque as larvas são eficientes devoradoras de pulgões, chegando a papar cerca de 200 desses insetos por dia.

Nessa fase, a joaninha não se parece nada com aquele formato clássico de desenho infantil.

Seu aspecto está mais para jacaré, com pernas longas e tamanho que varia entre 2-12 milímetro, dependendo da espécie.

Se você observar o seu jardim, vai encontrar larvas escuras, com ou sem manchas brancas ou amarelas, pois essas características são as mais comuns.

Mas algumas delas são cobertas com uma substância branca, parecendo algodão. Observe bem as fotos abaixo para não confundi-las com as cochonilhas, que também têm esse aspecto.

joaninha larva
Larva de joaninha atacando pulgões. — Foto: Silva, Alessandra de Carvalho/ Embrapa
larva de joaninha
Larva de joaninha em tamanho aproximado. — Foto: Halina Schultz/ Embrapa

Fase adulta

As joaninhas da fase adulta tomam aquele jeito conhecido de besourinho, medindo menos que as larvas, cerca de apenas 1-10 mm.

Só que, se você já parou para notar, vai saber que não existem apenas joaninhas vermelhinhas com pintinhas pretas, não.

Há também as de cor preta, bege e laranjas, mas sempre com manchas ou pintas contrastantes sobre as asas. Veja só:

Joaninha vermelha com manchas pretas. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa
Joaninha de formato mais conhecido. — Foto: Guilherme Leonardi Garcia/ Embrapa
joaninha laranja
Joaninha alaranjada. — Foto: Alessandra de Carvalho Silva/ Embrapa
joaninha bege
Joaninha bege. — Foto: Alessandra de Carvalho Silva/ Embrapa

Plantas atrativas

Além de pulgões e outros insetos, as joaninhas também se alimentam de pólen. 

Portanto, cultive flores juntinho à sua horta e/ou ao seu pomar para garantir a presença dessas nossas verdadeiras amigas naturais.

Elas apreciam o néctar das flores de algumas espécies, como :

  • Álisso (flor de mel);
  • Coentro;
  • Cenoura;
  • Endro;
  • Picão;
  • Salsa;
  • Tagetes (cravos de defunto);
  • Zínias (capitães, viúvas-regateiras ou beneditas).

Moscas sirfídeos

As moscas sirfídeos, também chamadas de moscas-das-flores, moscas-lambe-olhos, mindinhos do milho e moscas lambe-lambe também são muito importantes no controle biológico de pulgões.

A suas larvas é que se alimentam vorazmente desses insetos (cerca de 1000 antes de virar pupa), além de atacarem cochonilhas que estiverem dando sopa por aí.

Por isso, conheça bem as suas fases de desenvolvimento, para que você não as confunda com pragas.

Fase larval e pupal

As larvas das moscas sirfídeos medem de 8 a 15 mm e não possuem pernas. 

Seu aspecto é muito parecido com o de vermes, possuindo um corpo gelatinoso de cor verde-clara ou amarelo-clara.

Já as pupas são semelhantes a uma gota, com a extremidade bastante fina.

Fase adulta

Os adultos das moscas sirfídeos medem de 6 a 18 mm e variam muito, conforme a espécie.

Sendo assim, você vai notar a presença de moscas parecidas com abelhas, com vespas e com moscas varejeiras. 

Mas uma característica comum e bem marcante é que elas possuem apenas duas asas.

Há dois hábitos comuns dessas amigas da plantação que podem ajudar na sua identificação. 

Um deles é que elas costumam fixar-se em um ponto durante o voo, dando a impressão de estarem paradas no ar.

E o outro é que elas também costumam pousar na nossa pele, em busca de sugar os minerais presentes no suor (daí o nome moscas lambe-lambe).

mosca sirfideo
Mosca sirfídeo em sua fase larval e adulta. — Fotos: Alessandra de Carvalho Silva/ Embrapa

Plantas atrativas

Assim como as joaninhas, os adultos de moscas sirfídeos alimentam-se de pólen e néctar de flores.

Por isso, anote aqui algumas opções para você já ir semeando entre as suas plantas:

Outros predadores naturais

Além da joaninha e dos sirfídeos, há outros predadores naturais dos pulgões. Conheça as características de cada um deles:

Ácaros Predadores

acaro predador de pulgões
Diferença entre ácaro predador e ácaro praga. — Foto: Juliano Antonio de Freitas/ Embrapa

Crisopídeos (bicho lixeiro)

larva bicho lixeiro
A larva lixeira se alimenta de pulgões. — Foto: Guilherme Leonardi Garcia/ Embrapa
bicho lixeiro
Adulto de crisopídeos, popularmente conhecidos como bichos lixeiros. — Foto: Nátia Élen Auras/ Embrapa

Percevejos Orius

percevejo orius
Larva e adulto do percevejo orius. — Fotos: Simone Martins Mendes/ Livia Bishof Pian/ Embrapa

Percevejos Geocoris

percevejo geocoris
Percevejo geocoris. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa

Tesourinhas

tesourinha pulgões
Ninfa de tesourinha. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa
tesourinha adulta
Adulto de tesourinha. — Foto: Fátima Zeni do Sacramento/ Embrapa

Sendo assim, ficou claro que a diversidade deve reinar na área de cultivo para que a própria natureza acabe por tornar tudo mais equilibrado, não é mesmo?

Considerando esta questão, preserve as matas nativas próximas à cultura, pois elas atuam como verdadeiras ilhas de reposição de inimigos naturais.

Microvespas parasitoides

As vespinhas parasitoides têm uma maneira diferente de realizar o controle de pulgões (e de outros insetos também, como lagartas).

Funciona assim: a fêmea deposita um ovo em cada pulgão e, de cada ovo, nasce uma larva, que se alimenta do corpo da vítima.

Além de oferecer alimento para o inimigo natural, o corpo do hospedeiro (no caso, do pulgão) oferece abrigo até que o parasitoide se torne um adulto. Quando adulto, o inimigo natural abandona o corpo do hospedeiro para acasalar, buscar alimento nas plantas (néctar) e outros hospedeiros para as novas fêmeas colocarem os seus ovos.

Considerando este modus operandi, já dá para perceber que essas vespas são minúsculas, não é?

Mesmo assim, vale a pena conhecer as suas características. Portanto, saiba que as vespinhas medem de 1 a 4 mm.

Além disso suas cores variam: há microvespas pretas, marrons, amarelas ou com coloração verde-azulada, com ou sem brilho metálico.

Mas, para notar a presença das vespinhas, o que você vai ver mais facilmente são as múmias dos pulgões parasitados.

vespa parasitoide
Aspecto da vespa parasitoide. — Foto: Livia Bishof Pian/ Embrapa

Fungos entomopatogênicos

Outra alternativa para o controle biológico de pulgões é o uso de inseticida biológico à base de fungos entomopatogênicos, como Beauveria bassiana, Lecanicillium (= Verticillium) lecanii e Metarhizium anisopliae.

Esse método é muito prático porque dispensa a coleta de insetos. O fungo age por contato e os insetos contaminados demoram de 7 a 10 dias para morrer após a aplicação do produto.

Além disso, depois de mais alguns dias, há o aparecimento da massa branca externa ao corpo do inseto, que espalha o fungo para insetos sadios.

Catação manual

Um método super simples para o controle de pulgões (e outros insetos sugadores) é a retirada de folhas infestadas.

Para isso, utilize luvas e proceda ao esmagamento após a catação. 

Outra alternativa é usar uma escova de dentes, escovando-os para dentro de um recipiente, como um balde, por exemplo.

Depois é só colocar álcool no balde,para eliminá-los.

Se o seu cultivo é pequeno, ou seja, se você tem poucas plantas aí no seu espaço, esse controle mecânico torna-se absolutamente viável. 

Às vezes, um jato forte de água já é suficiente para eliminá-los.

Cobertura vegetal

Uma outra alternativa de controle de pulgões é o uso de cobertura de solo, especialmente em áreas menores de cultivo.

Além de proteger as plantas, esse método tem acentuado efeito na repelência de formas aladas migrantes, diminuindo as “picadas de prova” e, consequentemente, a transmissão de viroses. 

Uma opção eficaz é o uso de palha de arroz.

Para isso, o recomendado é distribuí-la em faixas de 30 cm ao longo das linhas de plantio ou mesmo cobrir toda a extensão das entrelinhas de cultivo.

Se as plantas estiverem em vasos ou floreiras, basta preencher o espaço vazio entre as plantas com a palha de arroz.

Cultivo de plantas repelentes

As plantas repelentes também são eficientes no controle dos pulgões. Inclusive, funcionam como repelente natural de outros insetos sugadores adultos, como percevejo, mosca branca, cigarrinha, cochonilhas e tripes.

Por isso, vamos dizer logo quais as plantas que valem a pena ter por perto. Dê um print nesta lista:

  • Artemísia;
  • Arruda;
  • Calêndula;
  • Capuchinha;
  • Coentro;
  • Gerânio;
  • Hortelã;
  • Mastruz;
  • Tagetes.

Essas plantas liberam substâncias que repelem os insetos. Portanto, vale a pena plantá-las em volta da horta, seja dentro do canteiro, em fileiras, em covas alternadas ou até mesmo em vasos.

hortelã
A hortelã é uma planta repelente de pulgões. — Foto: Pixabay

Eliminação das plantas daninhas

Se cultivar plantas repelentes é um bom negócio, eliminar as plantas daninhas também é super válido na hora de proteger suas plantas dos pulgões.

Então providencie a retirada das seguintes plantas hospedeiras de pulgões aí da sua área de cultivo:

  • Beldroega (Portulaca oleracea);
  • Bredo (Amaranthus spinosus);
  • Malva branca (Sida cordifolia);
  • Pega pinto (Boerhaavia diffusa).

Uso de receitas caseiras no controle de pulgões

Se for constatada a presença de pulgões na sua área de cultivo, medidas simples e caseiras podem salvar suas plantas desses temidos insetos. Veja esta receita para eliminar pulgões com folhas de arruda:

Ingredientes:
  • 3 litros de água;
  • 250 g de folhas de arruda.
Modo de preparo:

Ferva 1 litro de água com 250g de folhas de arruda. Deixe cozinhar até o líquido reduzir pela metade (500 ml).

Em seguida, filtre e dilua em dois litros de água para pulverizar.

(Fonte: Embrapa)    

Clique aqui e receba outra receita gratuita para o controle de pulgões.

Calda de farinha de trigo

A calda de farinha de trigo também é uma receita eficiente no controle de pulgões. Veja como é simples:

Ingredientes
  • 20 g de farinha de trigo
  • 1 litro de água
Modo de preparo

Coloque a farinha de trigo aos poucos em um recipiente com 1 litro de água. Agite fortemente até a completa mistura dos ingredientes. Coe e pulverize nas plantas.

A calda de farinha vai matar os pulgões por asfixia. Com o passar do tempo, a calda seca ao sol, formando uma camada branca de pó que cobrirá os insetos. Depois, pela ação do vento, essa película vai sendo removida das folhas. 

Essa calda também funciona com as lagartas que ficam sobre as folhas.

Clique aqui e receba outra receita gratuita para o controle de pulgões à base de nim.

Como fazer calda agroecológica

Veja agora uma explicação detalhada de como fazer uma calda agroecológica, que é eficiente também no tratamento de cochonilhas, ácaros e mosca branca.

Ingredientes
  • ½ litro de óleo de cozinha (pode ser óleo usado, aquele de fritura mesmo)
  • ½ litro de detergente neutro
  • 1 litro de calda sulfocálcica
  • 2 colheres de sopa de sal
Modo de fazer

Utilize uma garrafa PET e um funil para misturar os ingredientes. Primeiro, coloque o óleo de cozinha, depois o detergente neutro e, em seguida, a calda sulfocálcica, que pode ser comprada pronta em casas de agricultura ou ainda feita de forma caseira (caso você deseje fazê-la, clique aqui).

Por último, adicione o sal de cozinha. Agite fortemente para misturar bem e diluir principalmente o sal. Vai ficar uma mistura bem alaranjada. 

Como usar a calda agroecológica

Dilua a calda em uma proporção de 2%. Por exemplo, para 20 litros de água, utilize 400 ml de calda agroecológica. Depois pulverize sobre as plantas. 

Quer saber como a calda age? Ela vai fazer com que os insetos fiquem grudados na mistura e depois causar a desidratação dos pulgões, por causa do enxofre e do sal. Essa calda também pode ser usada para o controle de ácaros, cochonilhas e mosca-branca.

E atenção para a dica valiosa: utilize extrato de folha de mamona no lugar da água para fazer a diluição da calda agroecológica. Isso vai potencializar a ação do defensivo natural.

Não sabe como fazer o extrato de folha de mamona? Veja os detalhes abaixo:

Como fazer extrato de mamona

O extrato de mamona também é eficiente para o controle de formigas cortadeiras e de doenças fúngicas. Veja como é simples preparar:

Ingredientes
  • 4 folha de mamona
  • 1 litro de água
Modo de fazer

Coloque um litro de água dentro de um balde ou de um galão e adicione as quatro folhas de mamona. Depois macere as folhas com a ajuda de um cabo de madeira e deixe a mistura descansar protegida da luz por 24 horas. Está pronto!

Importância da adubação

Por fim, nós não íamos deixar você ir embora daqui sem a dica principal para o controle de pulgões, melhor dizendo, para o cultivo de plantas: FAÇA UMA ADUBAÇÃO EQUILIBRADA.

Pois é. É sempre melhor prevenir do que remediar. Simples assim.

Como nós, as plantas são organismos vivos e precisam estar bem alimentados para enfrentar os desafios do meio em que vivem.

Portanto, guarde sempre com você: PLANTA BEM NUTRIDA É MUITO MAIS RESISTENTE

Isso quer dizer que, com os minerais em dia, ela continua se desenvolvendo, ainda que haja ataque de pragas, aparecimento de doenças e mudanças climáticas.

Já vimos aqui que os pulgões atacam plantas deficitárias em cálcio, portanto, uma boa opção é utilizar cascas de ovos trituradas nos pés das suas plantas.

Mas o fato é que vale a pena se dedicar a fazer uma boa preparação do solo antes do plantio e, sobretudo, continuar fornecendo nutrientes com adubações de cobertura de qualidade.

Sendo assim, indicamos um bioestimulante enraizador durante esse processo. Ele faz com que as plantas criem raízes mais fortes, fiquem mais verdes e produzam frutos mais doces.

Saiba como utilizar esse fertilizante de extrema qualidade nas suas plantas, de forma adaptada para a sua realidade. Clique aqui e conte com a nossa consultoria.

Conheça também o nosso kit completo de fertilizantes.

plantas pulgões
Planta bem nutrida é muito mais resistente ao ataque de pulgões. — Foto: Pixabay

As nossas dicas fizeram sentido para você? Ficou alguma dúvida? Clique aqui e receba uma consultoria gratuita, focada em suas reais necessidades. Vamos construir, juntos, uma agricultura de sucesso.

E continue nos acompanhando. Sucesso e até a próxima!

Veja também: 

Hidroponia: saiba tudo sobre a técnica

Tripes: fique livre dessas pragas de uma vez por todas

Referências

Algumas alternativas de controle de pragas de hortaliças: pulgões e lagartas. Embrapa Hortaliças. Manaus, 2004.

Dica Técnica: Como fazer uma calda agroecológica. Emater MG.

Guia para identificação de pragas da alface. Documentos 182. Embrapa Hortaliças. Brasília, 2020.

Guia para o manejo de pulgões e viroses associadas na cultura da alface. Comunicado Técnico 120. Brasília, 2019.

Guia para o reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas. Embrapa Agrobiologia. Brasília, 2013.

Guia para reconhecimento dos principais insetos e ácaros praga e inimigos naturais em citros. Embrapa Mandioca e Fruticultura. Cruz das Almas, 2015

Joaninhas são eficientes no controle de pulgões em hortaliças. Instituto Biológico de São Paulo

Manejo integrado de pragas em hortaliças. Embrapa Hortaliças

Manejo integrado de pragas. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 2010

Pulgões: insetos vetores e viroses. Pesquisa e Tecnologia. APTA

Recomendações para o controle de pragas em hortas urbanas. Embrapa. Circular Técnica 80. Brasília, 2009.

Solução para o controle do pulgão nas hortas. Rio Grande Rural. Emater RS.